domingo, 26 de fevereiro de 2017

É DE ROSCA. (26)

Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo: 26 (mês de julho 2016)(atraso de 7 meses) (um por mês)

Fazer caminhada em Ipirá é problema. Na Praça da Bandeira, no turno noturno, existe o perigo da pessoa ser atropelada por uma bicicleta. Na pista da estrada do Feijão o perigo aumenta, mas fazer o quê? Andar é preciso, morrer não é preciso.

Vamos que vamos para a pista. Ia eu em direção ao Rio do Peixe, pensando na novelinha: ”cinco meses de atraso em 2016 e dois meses em 2017. Como é que eu vou escrever esses capítulos?” Fiz a volta em frente ao Matadouro de Ipirá fazendo minha reverência com o maior respeito do mundo:

- Bom dia, seu matadouro!

- Bom dia, uma desgraça! – respondeu o matadouro.

Fui em frente, o Matadouro de Ipirá veio atrás, seguindo meus passos. Na rótula de Pintadas, descambei em direção ao fundo do Parque de Exposição, o calumbí que invade o acostamento da estrada de Pintadas arranhou o matadouro de forma visível e o distinto não foi atropelado porque não passou um único carro naquele instante.

E lá vamos nós, eu na frente e o matadouro atrás. Quando cheguei em frente ao conjunto residencial Flor da Chapada avistei um grande movimento no fundo da fábrica Paquetá, pensei: “deve ter acontecido um acidente com moto ou carro”

Continuei andando, sempre acompanhado pelo Matadouro de Ipirá, ao chegar mais próximo do fundo da fábrica, observei e chamou minha atenção a grande quantidade de capacete branco no local, pensei: “Capacete branco na área é o prefeito Marcelão trabalhando, vou saltar a cerca da fábrica para não atrapalhar o serviço do prefeito.” Só ouvi o grito:

- Ei, sujeito do Blog! Venha cá. Eu quero mostrar essa obra a você, para ser publicada no blog, eu vou asfaltar do cemitério velho até o Flor da Chapada, isso aqui vai ficar um espetáculo, melhor do que aquela obra que o ex-prefeito J (Jotinha) fez na entrada da cidade, porque lá ele fez com pressa e aqui eu vou fazer em quinze dias.

O Matadouro do Ipirá estava calado e ouvindo a conversa, entrou pelo meio e atropelando tudo e a todos foi dizendo:

- Prefeito Marcelão! Eu já estou retado com V. Exa., e agora eu me arreto bem mais ainda, por saber de sua própria boca, que este asfalto não vai encostar na maior obra de Ipirá, que sou eu.

- Ora, seu Matadouro de Ipirá! Eu é que já estou azuretado com você e sua sorte é que eu não estou aqui com minha marreta, senão você ia ver o que é bom prá tosse – disse o prefeito Marcelão de forma educada, mas com firmeza na voz.

- Ôpa, prefeito Marcelão! Deixe de onda com minha cara, não tire onda prá meu lado qui não dá certo; aqui é nenhuma, playboy! Aqui, não é aquele monstrengo da sinaleira que tomou marretada do 25 e acabou; eu sou o Matadouro de Ipirá, 25 anos nessa terra e nenhum prefeito do jacu e macaco teve a coragem, ou melhor, a ousadia, ou bem melhor ainda, o atrevimento de pisar no meu calo e não vai ser V. Exa. – disse o matadouro.

O prefeito Marcelão ficou espantado, mas não perdeu a postura, parou um instante, pensou: “Eu não estou dando atenção a jacu que votou em mim, imagine a matadouro feito por macaco, eleição já passou, agora sou eu o bom da boca.” Aquele matadouro merecia uma resposta à altura, o prefeito Marcelão respirou fundo e disse:

- Esse asfalto só vai até o Flor da Chapada você queira ou não e aquele calumbí que está invadindo a estrada de Pintadas tem que invadir mais ainda, que é para você não atazanar minha vida, e por último, você, seu Matadouro de Ipirá! Será inaugurado daqui a oito meses, ou eu não me chamo prefeito Marcelão, que trabalha com um capacete branco na cabeça e levo uma marreta no carro para tacar marretada em toda obra malamanhada que eu vê pela frente, principalmente se foi feita pelo ex-prefeito Dió.

Suspense: sobrou prá mim. O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro? Nada. Agora são oito capítulos mais nove atrasados, um total de dezessete capítulos totalizando 43 capítulos de marretada à torto e pela direita. Eu não agüento mais escrever esse troço. Será que tudo isso vai terminar em Chiclete e Pissirico. E o matadouro, nada!

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente. Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.


Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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