domingo, 23 de abril de 2023

O ANIVERSÁRIO DA CASA DO FIFÓ

A História é uma ciência (historiografia); dito isto, ficou bem claro que as comemorações do aniversário da cidade foram mais festivas do que históricas. Bem mais festa do que história. Tinha que ter festa e história. Tinha que ter história e festa.

 

 

O festejo do aniversário é um ponto solene para as autoridades. O esforço pelo registro histórico do escritor ipiraense Dilemar Costa Santos não foi nem lembrado e nem citado. O conteúdo ficou vazio. O invólucro só comportou e sangrou a amnésia histórica.

 

 

Aconteceu uma predominância da lembrança, da recordação e da representação da vivência no cotidiano, tendo como base a experiência pessoal. Um vendedor de fumo que virou prefeito; um projeto que salvou meia-dúzia de almas do inferno existencial enquanto várias carretas de almas sufocam no reino da necessidade. As lembranças vagas dos fatos sociais não possuem a força e a profundidade dos fatos históricos. Gato do mato não vira onça.

 

 

O argumento de que idéias descoladas da realidade não possuem uma eficácia verdadeira não atingem o conteúdo da história, que tem um profundo e direto relacionamento com o passado, onde estão adormecidos os fatos históricos. No futuro, não tenho dúvida que a história não absolverá o sistema de politicagem jacu e macaco, existente em Ipirá, devido às muitas mazelas causadas contra população local.

 

 

Apesar da comemoração de 168 anos, o município de Ipirá é gato na idade. Quem bem poderia testemunhar seria um estudo arqueológico em busca de vestígios que demonstrassem que os paiaiás seriam dignos de toda confiança e fidedignos, como povos originários, por presenciarem a chegada do bicho-brabo na caatinga. As terras dos paiaiás foram invadidas.

 

 

Essa etapa de colonização do nosso torrão catingueiro é produto do deslocamento de boiadas do Recôncavo açucareiro para áreas distantes, com a intenção de salvaguardar os canaviais.

 

 

Sem escreventes para traçar os relatos, eram vaqueiros analfabetos, a Certidão de Nascimento não pode ser expedida na data correta, ficando a Carteira de Identidade para ser despachada com a emancipação política em 1855. Do primeiro mugido de boi nestas bandas catingueiras ao último contrato milionário feito pela prefeitura local com empresas privadas consta quase 500 anos de história. Esse torrão tem muita história nas costas,

 

 

A colonização do sertão catingueiro foi realizada por meio de boiadas de boi e de gente. Esta sociedade do couro e do osso foi fruto do berro do boi, do estrume da vacaria, da mijação da bezerrada e do pisoteio do rebanho abrindo o mato da caatinga, formando veredas e deixando um rastro, que seria percorrido pelo boiado dos vaqueiros e seus auxiliares.

 

 

A sociedade catingueira é estruturada a partir dos currais de gado bovino, em unidades dispersas, afastadas e mais ou menos obtusas, ou seja, rudes, estúpidas e fechadas. Junto aos currais surgem palhoças cobertas por palha de licuri, mais tarde, casa de pau-a-pique, jamais a casa do fifó.

 

 

Dentre os diversos currais, obteve um certo progresso o que serviu de entreposto para boiadeiros do São Francisco e tropeiros da região do ouro de Jacobina. São tempos imemoriais.

 

 

Pelo aniversário da cidade dá para perceber como essa terra é amada e adorada. Nada mais justo, que uma conversa pertinente diante do momento de eleições municipais (2024) que se aproximam.

 

 

As duas últimas administrações municipais configuraram uma década perdida para o nosso município e no sentido de trazer uma nova esperança para a nossa gente, por que a jacuzada não lança uma chapa com Divanilson para prefeito e Jaildo na vice?

 

 

Resposta: a jacuzada vai lançar o empresário (x ou y) para prefeito.

 

 

Pergunta: em que a candidatura de um empresário (x ou y) é melhor do que uma chapa formada por dois vereadores para o Executivo? Os dois vereadores são populares; são reconhecidos pelo povo, pois possuem mandatos adquiridos pelo voto popular; são conhecedores de toda problemática existente no município pelo fato de discutirem os problemas de Ipirá constantemente. E o empresário (x ou y)?

 

 

Por que a macacada não lança uma chapa com Jaildo para prefeito e Divanilson na vice?

 

 

Resposta: a macacada vai lançar o doutor (x ou y) para prefeito por ser o desejo pessoal do atual prefeito Dudy.

 

 

Pergunta: em que a candidatura de um doutor (x ou y) é melhor do que uma chapa formada por dois vereadores para o Executivo? Os dois vereadores estão em contato direto, constante e no cotidiano com os eleitores; conhecem as dificuldades das pessoas de perto; mantém um convívio permanente com a comunidade; sabem dos percalços administrativos que envolvem a gestão pública. E o doutor (x ou y)?

 

 

Nessa hora, uma chapa com dois vereadores para prefeito e vice está descolada da realidade; não serve; não presta; não tem condições, nem experiência administrativa; muito pelo contrário, na verdade, não complementa e não está na ordem do dia da vontade e do interesse dos chefes oligárquicos que dominam esta terra.

 

 

Mas, eu quero ver o empresário (x ou y) e o doutor (x ou y) abrirem mão do vereador na hora de garimpar votos na campanha eleitoral. É mais fácil nascer dentes em galinha.

 

 

Para o leitor, desse blog, entender e compreender melhor o amor dos mandatários pelo povo de Ipirá, basta uma pequena reflexão. Quanto ganhou o cantor de fora, no dia do aniversário, para animar o povo? Você não sabe!?

 

 

Quanto ganhou cada filho de Ipirá para tocar e apresentar a fanfarra municipal para animar o povo de Ipirá? 0800, também conhecido como ‘di graça’. Esse é o tamanho da hipocrisia em Ipirá.

 

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