sexta-feira, 11 de abril de 2008


A FILA DO BANCO DO BRASIL, AGÊNCIA IPIRÁ,
É BOCA DE ... (parte 3)


Você está pensando que eu estou onde ? Onde eu poderia estar ? Encontro-me, ainda, neste momento, na fila do Banco do Brasil, agência de Ipirá. Eu contava justamente a chegada do vagabundo, que era recepcionado por três vigilantes, e para minha surpresa o vagabundo entrou no final da fila como manda o seu dever e antes que a surpresa terminasse indaguei ao vizinho da fila, que estava na minha frente:
- Como é que o pessoal chama esse rapaz de vagabundo se ele veio justamente para o final da fila respeitando os direitos dos outros ?

- Um vagabundo sempre respeita o direito dos outros.

- Respeita o direito dos outros ! Como assim ? Na minha idéia vagabundo não respeita nada.

- Vagabundo sempre respeita os outros vagabundos.

- Alto lá ! o senhor quer dizer que nós somos vagabundos?

- Eu não quero dizer nada, quem imagina e diz isso são eles do lado de lá.

- Eles quem ?

- O pessoal do BB. Os que ficam do lado de lá. Eles acham que quem está do lado de cá, é vagabundo, e que pode permanecer aqui por uma, duas ou três horas na fila.

- Não é possível que eles imaginem isso .

- Ora se imaginam ! a indiferença é o propósito maior de quem humilha.

Embora não concordasse com o que aquele cidadão dizia-me, porque eu acho que a indiferença pode ser muito mais uma arma para quem não visualiza a solução de determinados problemas, resolvi entrar na brincadeira e falei para o meu colega vagabundo da fila:
- Não sei onde é que está a polícia que perde uma oportunidade dessa para mostrar serviço.

- Como assim ? Não entendi – disse ele.

- Com tanto vagabundo junto de uma só vez, era só a polícia chegar e soltar a bordoada prá dentro, sem dó nem piedade, até desmanchar esse antro de vagabundo que forma a fila do Banco do Brasil, aqui de Ipirá.

O meu colega vagabundo da fila, olhou para mim com um olhar fixo e virou o rosto. Senti que ele não gostou da minha idéia. Fazer o que ? Quando ele chamou todos de vagabundos, aí ele não pensou duas vezes, mas na hora de levar porrada ele saltou fora. Quem poderá resolver essa confusão é o pessoal do BB. Como será que gostariam de ver a fila dos vagabundos na agência de Ipirá: esperando uma, duas, três horas ou sendo desfeita com a porrada da polícia ?

Enquanto isso. A cabeça da fila engordou e aqui na agência do Banco do Brasil de Ipirá não tem uma pessoa para organizar a fila, que fica a migué. Ah ! tem os guardas. Os guardas ! estes não perdem tempo com bobagens. Eles ficam esperando os assaltantes que não aparecem, enquanto isso ficam olhando aquela geringonça, que se chama porta giratória e a fila fica entregue às baratas, sem um só coração naquela agência que se compadeça e tome a menor providência, até mesmo para organizar aquele troço.

Enquanto observava estas questões, apareceu um sujeito grandalhão na cabeça da fila, fiquei na dúvida e indaguei a alguém da fila:
- Oxente ! aquele sujeito mascarado com braços cruzados estava na fila ?

- Aquele é o Mister M, ele fica em quatro filas ao mesmo tempo, no Bradesco, na CEF, no CICOOB e nesta daqui. O sujeito é o cão – disse o meu vizinha da fila.

Estou começando a compreender: um mesmo sujeito guarda o lugar lá e aqui, então ao mesmo tempo ele está lá no Bradesco e aqui no Banco do Brasil, sendo assim, a cabeça da fila incha, porque o sujeito some e não some, está lá e ali, quando aparece é um dos primeiros. Aproveitando a oportunidade, fiz mais um questionamento ao meu vizinho, que também não tinha nada a ver com aquilo, mas só no sentido de ouvir uma resposta convincente:
- De Mister M, a gente só espera esperteza, mas aquele mulato com a camisa do vasquinho apareceu como alí na frente da fila ?

- Aquele ali reservou o lugar na fila ontem, como chegou agora, pegou a reserva lá na frente – explicou o vizinho da fila. A continuação virá na parte quatro, aguardem.

6 comentários:

Lilian Simões disse...

AO SEPARAR-SE DO ATOR REYNALDO GIANECCINE,A JORNALISTA E DUBLÊ DE ATRIZ MARÍLIA GABRIELA,DECLAROU:"A FILA TEM QUE ANDAR".POIS BEM.ESTAMOS DIANTE DE DUAS SITUAÇÕES DÍSPARES.UMA FILA É DE CELEBRIDADES E A OUTRA DE "VAGABUNDOS".BEM QUE A MARÍLIA PODERIA DEIXAR DE LADO ESSA ESTÓRIA DE QUERER SER ATRIZ E VIR TRABALHAR DE CAIXA DO BANCO DO BRASIL EM IPIRÁ...APOSTO QUE ELA IRIA BOTAR ESSA FILA PRA ANDAR.O DIABO É QUE TODO MUNDO IA QUERER IR NO CAIXA DA MARÍLIA,A NÃO SER QUE A IVETE VIESSE AJUDAR E COMO ELA MESMA DIZ, "COMIGO NINGUÉM ESQUENTA LUGAR".TEM TAMBÉM A PRETA GIL QUE PODERIA COLABORAR E A PRETA QUE É "TODA BOA" IRIA DESPACHAR PELOS DOIS LADOS...SEI NÃO VIU...PRECISAMOS PENSAR NUM JEITO DE ACABAR COM ESSA ZORRA QUE É A FILA DO BANCO DO BRASIL.

ATÉ(LÁ)A PRÓXIMA.

Sólon Dias disse...

Mais respeito ao cidadão, para quem na verdade deve estar direcionado a principal atuação de uma instituição,pelo que se deixa evidente que a principal preocupação do banco e so uma, LUCRO, muito lucro, cadê a Câmara de vereadores de Ipirá?, Este "Banco de todos Nós" esta agindo conforme a lei?

Unknown disse...

Agildo fiquei contente em saber que o PCdoB, vai ter candidatura pro-pia em Ipirá, manteremos a esquerda em Ipirá a qualquer custo. Conte sempre minha pessoa...


Quanto aos bancos, estou procurando me desligar deles a qualquer custo, pós sirvo de empregado deles para fazer meu deposito, para sacar, para ver meu saldo etc... e as tarifas só aumentam. Abaixo segue os que podem ter conta em banco.



Quem tem muito dinheiro
Comerciante
trabalhador com conta salário
OTÁRIO

Professor Edvaldo Cerqueira disse...

Não tem lei que acabe com as filas nos bancos. É a lei que não pegou. Primeiro porque essas filas não são fiscalizadas como deveriam ser. Segundo, filas nos bancos, nos cartórios e no INSS, viraram meio de vida. Hoje, se observadas de perto, metade dessas filas são de pessoas prestando serviços para terceiros, verdadeiros “despachantes bicudos”, que não deixam de ser “vagabundos” trabalhando de modo informal, quase todos sem carteira assinada. Nessas filas acontece de tudo: se paga, se recebe, fala-se de novela, se morre e mata... O jogo do bicho agrega milhares de milhares de empregos indiretos, a fabricação de cachaça na Bahia oferece mais de 70 mil empregos no interior do estado, a começar pela produção da cana-de-açúcar. Agora imaginem quantos bancos, quantas agencias e quantas filas por esse Brasil afora; podendo chegar a milhões de “vagabundos informais”, otários assumidos e de funcionários públicos submetidos a negociatas entre bancos sedentos de lucros e gestores públicos ávidos por dinheiro fácil... “A gente vive, a gente morre na BR 3”, e nas filas também...

Elielson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elielson disse...

A fila é assim:

Dois caixas, um vai fazer um lanche, pouco depois vai almoçar, enquanto isso, o outro toma "conta" da fila dos aposentados. Desta forma, por estarmos ali a um bom tempo. pode ser que consigamos a aposentadoria por tempo de fila unica, ai é só mudar para a fila dos aposentados.
Enquanto isso, nos podemos ficar sem lanche, sem almoço e sem conseguir quitar os nossos débitos, já que os correios só entregam com dias depois do vencimentos, e quando chega, tem este tempo de vida que investimos na fila dos bancos, e aí amigo, temos que pagar juros de atraso.
Sim falando em correios.....

Elielson Barbosa