O
panavueiro ocorreu, sem turbulência, bem mais no campo da situação que não
conseguiu manter a unidade, muito menos a unanimidade. Duas chapas encabeçadas
por vereadores de uma situação dividida bateram testa. Nesse balaio de gato
como se comportou a oposição?
A
oposição, mesmo com tudo nas mãos, estava mais dividida do que se possa
imaginar e bem distante da máxima: ‘a união faz a força’. Demonstrou que não
segue uma linha de ação unificada. Uma oposição de sete recebendo apoio de um
vereador da situação ou dando apoio tornar-se-ia majoritária (7 + 1= maioria)
no poder legislativo. Sem união, cada qual por si, a coisa ficou desse jeito: em
uma chapa a jacuzada ficou com uma vice e a 1ª. Secretaria; na outra chapa, a
jacuzada ficou com a 1a. e 2ª. Secretarias. Qual das duas é a mais
representativa? Nas duas ficou sem o poder.
Será
que o Poder Legislativo Municipal agiu com autonomia e independência? Não! Até
porque os cabeças procuraram as lideranças. Então vamos ver quem meteu a colher
na sopa pela atuação das lideranças dos jacus e macacos.
O
prefeito Ademildo. Esse não é líder dos vereadores. Nesse aspecto é a pessoa
menos indicada para qualquer decisão, é carta fora do baralho e não tem peso
para meter o bico. O vereador que poderia ser uma referência da intenção do
prefeito ausentou-se estrategicamente. Essa ausência leva a duas suposições
indagativas: o prefeito é tão fraco que não consegue liderar nem o vereador do
PT ou o prefeito, percebendo que seu candidato ia perder, refugou igual a mula
quando vê cobra no caminho? Não se sabe ao certo quem o prefeito apoiou. Será
que o Executivo lavou as mãos e deixou para o Legislativo resolver seus
problemas? Tai uma coisa que eu gostaria de acreditar.
Entra
em campo o trio de ouro: Diomário, Jurandy e Antônio. Aí o bicho pega e decide
a parada. Se esse trio não interferiu de jeito nenhum, aconteceu um verdadeiro
milagre em Ipirá: pela primeira vez, o Legislativo ficou livre e independente
nessa secular história. Nem tomando um surra de cansanção eu acredito nisso.
Se
esse trio interferiu foi para o lado vencedor, é óbvio. Deu um escanteio em
Weima e Deteval. Um canto de carroceria daqueles que o sujeito não entende se a
cacetada foi no lombo ou na cabeça. Os dois vereadores ensaiaram carreira solo,
aí o trio deu aquele cascudo “oh, seus meninos! Respeitem o trio e perguntem
antes o que vocês vão ter que fazer, oh pirralhos!” Só fica a vontade de dar o
troco mais tarde, pelo menos foi rompido esse laço de fidelidade plena,
absoluta e inquestionável.
Faça
de conta que você não sabe de nada. Agora é a vez de Luiz Carlos, chefe da
jacuzada, decidir. Vocês acham que ele vai ficar no lado oposto ao trio de
ouro? Qual nada! Ele ficou contra Divanilson e seguiu o mesmo caminho do trio
de ouro, garantiu e consolidou a vitória de Aníbal, reforçando a força do algoz
(grupo adversário). Jacu e macaco engatado.
Politicamente,
Divanilson articulou corretamente para o grupo. Qual seria a melhor opção para
esvaziar o poder do adversário político para o próximo pleito? O chefe
descaracterizou e desprezou a ação do vereador Divanilson, talvez, sem reunião
e sem debater o assunto. Cacique também erra. Só fica a vontade de dar o troco
mais tarde, pelo menos foi rompido esse laço de fidelidade plena, absoluta e
inquestionável.
No
sistema oligárquico, quem tem o controle do voto é o vereador, que é a alma do
sistema. O vereador tem uma força que desconhece, mas também, tem uma
necessidade ilimitada de recursos para fazer valer o clientelismo que é a
garantia do voto, que dará status, poderio, força e prestígio político ao
prefeito e ao líder. Vereador é o garimpeiro. O dono da mina é a liderança
política.
Rebelar-se
poderá ser um bom sinal. A busca de um novo caminho (uma terceira força) poderá
ser um bom sinal de valorização, respeito e de liberdade. Fora isso, nesse
sistema oligárquico, um vereador só chegará a prefeito se pegarem o prefeito
Ademildo nos seus erros e equívocos administrativos. Aí teremos o seu
afastamento e o presidente da Câmara, Aníbal, assumirá o cargo. Fora isso,
queremos desearos a todos un feliz año nuevo. Para nosotros, 2015 será un año
de ilusión y nuevos proyectos.
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