quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A FOTO.

O carnaval do prefeito Ademildo não tem bloco, nem confetes e muito menos serpentina. Tem uma musiquinha trepidando no fundo do ouvido: “lá vem a zorra!”

A foto não tem nada de concreto e definido, mas é um reflexo e reflete a situação do bloco da  macacada: “a banda toca e ninguém sabe onde!” O deputado Jurandy Oliveira continua agitando o pedaço, desta vez, com uma foto. Tem muita fantasia na avenida: a experiência de Jurandy, a esperteza de Diomário, a truculência de Ademildo e pouca máscara de macaco. É um bloco sem unidade, sem rumo e sem direção: “vai descendo a ladeira!”

O deputado é político experimentado e dono de uma frase exemplar: “quem não agüentar levar porrada, procure outra coisa para fazer na vida!” disse tudo e sabe dar ao tempo a dosagem certa, não custando nada jogar pimenta no salão do baile, embora o prefeito prefira confete e serpentina. Já vi muita festa acabar assim; quem nunca viu, verá.

Ninguém se espante se o deputado aparecer com outro abadá. O deputado tem seus motivos e razões. No íntimo, sabe a dor que sofreu. Maior que a dor foi o desrespeito. Bem maior que o desrespeito foi a predação. O deputado sabe, muito bem, que um dia é da caça e o outro do caçador. A truculência, por mais que queira e deseje, não conseguirá esmagar a experiência. A paciência e a espera são medidas da dosagem de quem sabe dar ao tempo, o tempo que ele merece. Tem muito bloco na avenida.

O deputado Jurandy lançou-se pretendente a uma candidatura de prefeito/16. Não ouviu aquela música: “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu!” Não abalou, não sacudiu. Já foi! A experiência de quem sabe que “cavalo selado já tem dono” deixa claro que a disputa é entre Diomário e Ademildo. Esse é o mela-mela do carnaval. Os invasores se apropriaram do bloco dos macacos e ditam o que tem que ser. O deputado sabe onde e como pisa, a experiência sinaliza politicamente sem reverberação. Ele sabe que é alegoria secundária no bloco, mas decisiva.

O bloco dos macacos está sem harmonia e mostra um enorme vazio na avenida. Vazio de liderança. O que é que uma lavadeira faz com uma trouxa de roupa? Assim, Diomário fez com a liderança de Antônio. Lançou uma candidatura impossível, trocou-a por uma candidatura inconsistente e de uma lavagem só, destruiu politicamente a dupla Antônio/Ana. Neste carnaval falta liderança no bloco dos macacos. Falta credibilidade; falta crédito; falta fé; falta confiança numa liderança genuína. Com a renúncia, essa dupla deixou bem claro que só pensa em si e está se lixando para os componentes do bloco. Não é pedra noventa. Não é incompatível imaginar um deslize nesse tipo de liderança que vacila. Não é difícil uma traição, ou uma demonstração de incompetência. A esperteza de Diomário ocupou esse espaço na Comissão de Frente. Acabou o tempo da liderança dos macacos puro-sangue.

Fantasia peculiar foi a do prefeito Ademildo. Veio de avião Air-bus A320 da AirAsia  entrando numa tempestade de granizo, carregada de raios e trovões. Ele é o piloto? Não. É o próprio avião decolando no espaço aéreo asiático, vai despencar. Sofre do mal que padece. É folião em bloco alheio. Bem-ditoso e bem falado no bloco dos macacos: é sapecado, chantageado, lambiscado e esfacelado no próprio bloco. Quem já viu isso? Apetrechado e decepado pelos amigos da folia! Não sabe o que faz, nem a força que tem.  Vai ter que apoiar o candidato Diomário. Sabem por que? Porque tem medo que a caixa-preta do avião caia em mãos alheias. “Vai passar”, diz a música, e o Arlequim vai ficar chorando com saudade da Colombina. Acha que tem a capacidade de mistificar a realidade.

Em situação privilegiada, Marcelo Brandão assiste ao desfile em camarote sofisticado, mesmo sabendo que o custo é alto e vai ter que pagar prá vê, e não é pouca grana. Com tudo isso, quem perde é Ipirá, que paga a conta e, por essas e outras, não tem carnaval.

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