domingo, 5 de julho de 2015

CONTAGEM REGRESSIVA


A contagem é regressiva. Falta um ano e cinco meses para findar o mandato. Muito pouco tempo para quem permeou entre o deslumbramento e a aventura.

Tirando a prova dos nove fora, o balanço dá dor de cabeça em quem entrou na linha de fogo do front sem um aparato confiável. Navegou nas circunstâncias e o resultado não é nada promissor.

O prefeito Ademildo tem, na atualidade, um alto índice de rejeição no município; conseguiu a proeza de rachar a bancada dos vereadores do grupo macaco, na qual, não goza de simpatia e do apoio irrestrito de três vereadores; é visível o afastamento e o boicote da cúpula da macacada à sua administração; num vacilo latente, deixou o PT local de escanteio nas decisões da gestão; encontra-se encurralado pela oposição consistente e cotidiana de Marcelo Brandão, o indubitável, genuíno e insubstituível candidato da jacuzada. O atual gestor, com baixa popularidade, seria um candidato fácil de ser batido nas urnas. Um ano e cinco meses é muito pouco tempo para virar a mesa.

Ano que vem será ano de eleições. A conversa é rasgada, não tem rodeios, nem o disse-me-disse da politicagem: a macacada está num mato sem cachorro, tem que fazer das tripas o coração para não entregar a prefeitura (o ouro) a Marcelo Brandão. O grupo não tem dúvidas e sabe que com a candidatura do atual gestor significa devolver, de mão-beijada, o poder a jacuzada. Isso a macacada não aceita nem a pau e a solução é pragmática.

Verdade seja dita: a cúpula da macacada não aceita o atual prefeito como candidato e isso não é segredo, muito menos, furo jornalístico. Está bastante claro que a chantagem e pressão do PT local, desta vez, não terão mais força e definição do que as pesquisas do governo do Estado.

O que a macacada não quer por hipótese alguma é entregar a prefeitura para a jacuzada, mas isso não é, simplesmente, uma questão de querer é, muito mais, uma questão de ter uma atitude lógica e determinante, principalmente para quem está em maus lençóis devido ao desgaste de doze anos consecutivos de administração. O primeiro entendimento é eliminar o candidato mais fraco, que não une o grupo e não tem aceitação popular. O segundo passo é buscar, dentro do grupo, o candidato mais competitivo.

Dessa situação política engendrada, nos últimos anos, dentro do grupo da macacada o maior beneficiado é Antônio Diomário Gomes de Sá, que pode ser intitulado o “Mestre dos mestres”. Com militância no Partidão nos tempos da juventude, Diomário veio para Ipirá e agrupou-se ao grupo da jacuzada como elemento pensante e atuante no esquema da oligarquia Martins. Não fugiu da linha, manteve-se fiel e submisso por décadas. Foram longos anos de atrelamento e subserviência até que entrou em contradição com a natureza da oligarquia Martins, que só aceita candidato da família. Diomário saiu e venceu.


O “Mestre dos mestres” acerta até quando erra. Em 2012, nas eleições municipais, lançou e sustentou uma candidatura ficha-suja até quanto pode; substituiu-a por uma candidata que batia pé-firme que não queria; venceu no aperto, com uma vantagem de 49 votos, que atazana a vida de Marcelo até hoje (490 já teria esquecido). Resultado: quem votou no macaco elegeu um mico. O abacaxi, juntamente com a herança maldita, caiu no colo de Ademildo. Hoje, no fim da festa, faltando um ano e cinco meses para o baile terminar, depois de tanta lambança, baralhada e descalabro administrativo ressurge da deliciosa ‘zona de conforto’ Diomário como o único capaz de jogar uma pá de cal na jacuzada. Logo quem! O “Mestre dos mestres” Dió, que todos imaginavam um líder com receituário vencido. E Ademildo? Pode bater no peito: foi prefeito de Ipirá; embora adotado, porque candidato a prefeito, jamé.

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