A
contagem é regressiva. Falta um ano e cinco meses para findar o mandato. Muito
pouco tempo para quem permeou entre o deslumbramento e a aventura.
Tirando
a prova dos nove fora, o balanço dá dor de cabeça em quem entrou na linha de
fogo do front sem um aparato confiável. Navegou nas circunstâncias e o
resultado não é nada promissor.
O
prefeito Ademildo tem, na atualidade, um alto índice de rejeição no município;
conseguiu a proeza de rachar a bancada dos vereadores do grupo macaco, na qual,
não goza de simpatia e do apoio irrestrito de três vereadores; é visível o
afastamento e o boicote da cúpula da macacada à sua administração; num vacilo
latente, deixou o PT local de escanteio nas decisões da gestão; encontra-se
encurralado pela oposição consistente e cotidiana de Marcelo Brandão, o
indubitável, genuíno e insubstituível candidato da jacuzada. O atual gestor,
com baixa popularidade, seria um candidato fácil de ser batido nas urnas. Um
ano e cinco meses é muito pouco tempo para virar a mesa.
Ano
que vem será ano de eleições. A conversa é rasgada, não tem rodeios, nem o
disse-me-disse da politicagem: a macacada está num mato sem cachorro, tem que
fazer das tripas o coração para não entregar a prefeitura (o ouro) a Marcelo
Brandão. O grupo não tem dúvidas e sabe que com a candidatura do atual gestor
significa devolver, de mão-beijada, o poder a jacuzada. Isso a macacada não
aceita nem a pau e a solução é pragmática.
Verdade
seja dita: a cúpula da macacada não aceita o atual prefeito como candidato e
isso não é segredo, muito menos, furo jornalístico. Está bastante claro que a
chantagem e pressão do PT local, desta vez, não terão mais força e definição do
que as pesquisas do governo do Estado.
O
que a macacada não quer por hipótese alguma é entregar a prefeitura para a
jacuzada, mas isso não é, simplesmente, uma questão de querer é, muito mais,
uma questão de ter uma atitude lógica e determinante, principalmente para quem
está em maus lençóis devido ao desgaste de doze anos consecutivos de
administração. O primeiro entendimento é eliminar o candidato mais fraco, que
não une o grupo e não tem aceitação popular. O segundo passo é buscar, dentro
do grupo, o candidato mais competitivo.
Dessa
situação política engendrada, nos últimos anos, dentro do grupo da macacada o
maior beneficiado é Antônio Diomário Gomes de Sá, que pode ser intitulado o
“Mestre dos mestres”. Com militância no Partidão nos tempos da juventude,
Diomário veio para Ipirá e agrupou-se ao grupo da jacuzada como elemento pensante
e atuante no esquema da oligarquia Martins. Não fugiu da linha, manteve-se fiel
e submisso por décadas. Foram longos anos de atrelamento e subserviência até
que entrou em contradição com a natureza da oligarquia Martins, que só aceita
candidato da família. Diomário saiu e venceu.
O
“Mestre dos mestres” acerta até quando erra. Em 2012, nas eleições municipais,
lançou e sustentou uma candidatura ficha-suja até quanto pode; substituiu-a por
uma candidata que batia pé-firme que não queria; venceu no aperto, com uma
vantagem de 49 votos, que atazana a vida de Marcelo até hoje (490 já teria
esquecido). Resultado: quem votou no macaco elegeu um mico. O abacaxi,
juntamente com a herança maldita, caiu no colo de Ademildo. Hoje, no fim da
festa, faltando um ano e cinco meses para o baile terminar, depois de tanta
lambança, baralhada e descalabro administrativo ressurge da deliciosa ‘zona de
conforto’ Diomário como o único capaz de jogar uma pá de cal na jacuzada. Logo
quem! O “Mestre dos mestres” Dió, que todos imaginavam um líder com receituário
vencido. E Ademildo? Pode bater no peito: foi prefeito de Ipirá; embora
adotado, porque candidato a prefeito, jamé.
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