sábado, 29 de agosto de 2015

QUEIMOU O FILME.

O PeTismo em Ipirá encontra-se na rodilha da cobra. Teve uma chance de ouro, trocou as mãos pelos pés. Numa política de aliança fez uma gestão desarrumada no parecer da população; no estilo brucutu desmantelou e criou a desavença no seio da macacada com a pura intenção de brocar suas lideranças e substituí-las. Futucou um ninho de mandaçaia com vara curta, trocando em miúdos, com apenas 6% dos votos da macacada.

Foi engolido e digerido no antro da macacada. Não é opção do grupo da macacada para ter o candidato a prefeito 2016. Não é, nem era. Nem se comenta essa alternativa. Quem te viu e quem te vê PT de Ipirá! Perdeu a pose e aquela postura intrépida de lançar o candidato pela sigla. Ficou invisível. Está subjugado, sem independência e sem autonomia.

O PT de Ipirá, na situação em que se encontra, não pode mais aplicar aquela tática da prática chantagista da última eleição municipal: “quem dá mais”, quando a vice da macacada era do PT local, não precisava aquela exposição indecente. Ou não foi assim? Para 2016, pela conjuntura, nem a vice pegará, só se a macacada não encontrar outro grupo.

O PT foi fundado em Ipirá como uma alternativa política e administrativa de esquerda para o município. Conseguir viabilizá-la não era, não é, nunca foi, nem será tarefa fácil. Por ironia da história o PT de Ipirá chegou ao Poder Municipal após uma renúncia espontânea, voluntária e sem explicação de alguém que tinha o doce na boca. Dessa forma, com surpresa e sem explicação, o PT local chegou à Prefeitura, chegou e se trumbicou. Findou o poder com um desgaste popular gigantesco.

O PT no Brasil surgiu com base na construção de uma proposta libertária, com atuação das comunidades eclesiais de base, movimentos sociais, sindicatos e trabalhadores do campo e da cidade. Com um projeto de poder de centro esquerda o PT alcançou o governo da Nação e no Estado da Bahia.

O PT local não soube tirar proveito político desta conjuntura. Por pressão ou inocência o PT local outorgou todos os dividendos e legado positivo da política petista a um grupo da oligarquia local (a macacada), que era e é adversária ideológica da política petista em todos os níveis e estágios. Uma aliança com uma turma que não vacilará em ser a favor do impeachment da presidente Dilma se a balança pender para esse lado.

O PT local achou, por inocência ou comodismo, que seria possível administrar Ipirá, um município extremamente desigual e complicado, com sinais claros de ranços de uma politicagem atrasada e coronelística, formada em cima do manto sagrado do grupismo jacu e macaco, com uma política de conciliação e acomodação de interesses de alguns setores da macacada para angariar simpatia e apoio, tudo isso sem enfrentar temas e questões cruciais para o desenvolvimento do município.

O PT local caiu num buraco e mergulhou no vácuo. A primeira experiência de uma administração petista em Ipirá foi consubstanciada com a afirmativa de que não era uma gestão petista, mas da macacada. Além de um delírio, foi a melhor forma de excluir os petistas locais de qualquer participação nas decisões da administração. Estava estabelecida a cara de um governo centralizador e com nuances de uma marca personalística.

As grandes necessidades e os mais complicados problemas do município foram combatidos e solucionados com simples formulações virtuais e de boca. No blefe. Da boca prá fora Ipirá virou um pólo. O gestor reduziu a política à politicagem e quem não era macaco era jacu. Uma redundância estreita que engoliu o próprio PT local ao demarcar tudo no espírito do jacu/macaco.

A fórmula achada pelo gestor para abalar e rachar o sistema jacu/macaco foi desferindo golpes nos vereadores da situação, enfraquecendo-os, negando-lhes ajuda e diluindo seus poderes para substituí-los, em futuros pleitos, por vereadores petistas. Foi disputando a liderança da macacada com lideranças de matiz macaca. Esse era o traçado. Mas nem tudo se ajusta como se quer. O tiro saiu pela culatra e o gestor entrou numa situação vexatória com um isolamento perceptível até no fato de não ter pessoas de peso para ocupar as secretárias. Nunca houve um prefeito com um desgaste tão visível.  O vácuo do poder só fez aumentar.

O PT local abriu uma porta em casa alheia, por medo ou incapacidade política não se deixou permitir abrir a administração para fora do sistema jacu/macaco. Foi engolido. Transformou-se num apêndice da macacada. Hoje, não tem como lançar candidato petista na falta de democracia da oligarquia dos macacos. A tática de chantagem petista de ameaçar cair fora ficou em desuso. Para obter a vice só se a macacada não atrair nenhum outro grupo. O nó é cego.

Se eleger só um vereador ficará no mesmo patamar do seu início. A aliança PT com macacos, sem outros grupos, tem tudo para sofrer uma derrota eleitoral no próximo pleito. A credibilidade do PT resume-se ao campo do seu coligado macaco. Pelo andar da carruagem esta análise é praticamente ‘chover no molhado’, porque sem força de articulação, eles estão sendo articulados pelo doce sabor do veneno do poder.

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