sábado, 22 de agosto de 2015

TÁ BEM FALADO.

 
Quem diria! Ultimamente, a bola da vez, a ‘persona’ mais comentada na política de Ipirá é o prefeito Aníbal. Na verdade todos estão preocupados com a atitude que o prefeito venha tomar. A população com as medidas administrativas que ele venha adotar. Os afeitos à politicagem com as futuras pretensões políticas do prefeito. É mais ou menos isso e tem muita gente traçando o caminho que o prefeito deverá percorrer daqui para  frente.

Todo debate consequente é chamativo e importante por tratar-se de uma necessidade e da busca por entender a essência do sistema jacu/macaco. Muitos dizem: “Aqui, em Ipirá, só tem jacu e macaco e acabou; uma terceira via só tem um pouco mais de dois mil votos”. Vamos lá que seja. Ipirá tem em torno de 45 mil eleitores inscritos no Sistema Eleitoral. Só comparecem às urnas 34 mil. Portanto, 11 mil não comparecem por diversos motivos. Dos votos válidos, jacu e macaco não passam de 15 mil cada um. Vamos colocar 29 mil votos para o sistema jacu/macaco. Sendo assim, 6 mil votos ficam para a oposição, nulos e brancos. O pensamento contaminado não enxerga nada disso.

Considero o vereador a viga-mestra do sistema. O pensamento grupista, tanto faz jacu ou macaco, pensa e fala assim: “Quem tem voto é o grupo (jacu/macaco) e não o vereador.” A conta é simples e não deixa muita dúvida: dos quinze vereadores, só três ou quatro não possuem reduto, para esses a dificuldade é e será muito grande. Por que a Câmara de Vereadores de Ipirá não sofre uma renovação substancial de 50% das suas cadeiras? Será que não tem profissionais liberais nos grupos jacu/macaco interessados num provento de 7 mil reais? É claro que tem. Não vai porque o buraco é mais embaixo, não é nada de grupo, quem se propuser vai ter que gastar uma grana pesada. Quem tem o controle e o monopólio do voto nestes redutos é o vereador.

Para os que possuem redutos a conversa é outra e está num patamar mais simples, porque eles controlam de forma sistemática o voto. Convivem com a comunidade. Compartilham com as pessoas das suas necessidades. Por isso, possuem o poder de influência na localidade. O único e grave problema é justamente o fato de que para bancar esse assistencialismo é preciso muito bambá, muito garangau, muita bufunfa. Sem tê-los na devida quantidade o vereador vira um pedinte aos pés do Executivo. Como esmoler do Executivo o vereador torna-se dominado, submisso, humilhado e subalterno à vontade daquele poder. Dizer que o vereador não tem voto é algo solto no ar. O sistema jacu/macaco precisa dos subalternos e não de rebeldia.

Eu digo assim: Pela primeira vez um vereador de reduto virou prefeito. Se o atual prefeito tiver a capacidade de articular uma política de conciliação com os vereadores; se atender algumas necessidades da zona rural; se mantiver um assistencialismo atendendo as pessoas carentes, naturalmente, sem dúvida, esse prefeito, com direito à reeleição será um forte candidato a prefeito em 2016, principalmente, por ter surgido da base municipal que sustenta o poder das oligarquias que se dão bem no sistema jacu/macaco.

Taí uma coisa que eu gostaria de ver: Um candidato a prefeito, com apoio de 10 vereadores, com o Executivo na mão e saindo do Poder Legislativo. Tenho a impressão que uma das oligarquias seria obrigada a apoiá-lo, ou então, teria que haver um acordo de tirar a máscara do jacu com o macaco para tentar evitar a derrota, não de um grupo, mas do sistema.

Os jacus dizem assim: “Que boa oportunidade tem o prefeito atual de se fazer para o resto da vida. Seria o vice de MB, ganharia as eleições e o salário de vice, colocaria uma pessoa da família na vereança com eleição garantida e ficaria folgado o resto da vida.” Observem bem! Esse pensamento é uma tentativa de colocar o vereador num plano secundário, de submissão e de subalternidade diante das oligarquias, inclusive, ratificando aquela idéia oligárquica de que vereador não pode ser candidato a prefeito. Aí ficaríamos naquela balela de que só se tem voto dentro dos grupos jacu/macaco.

Os macacos dizem assim: “Se o prefeito atual apoiar e bancar o nosso candidato DGS ganharemos as eleições. Ele não pode ser candidato a vereador, mas colocaria alguém da família na Câmara e pegaria uma secretaria e ficaria numa boa.” Uma situação idêntica ao pensamento anterior. O limite do vereador em Ipirá é a vice e não pode passar disso. É isso o que determina o sistema jacu/macaco. Nunca pensam de forma diferente, nem mesmo quando encontram-se na maior pindaíba, num desgaste galopante, numa situação de derrota eleitoral eminente, como é o quadro atual dessa macacada, nem assim, pensam diferente, nem mesmo recebendo um candidato caído do céu, como o atual prefeito, eles pensam de outra forma. Candidato a prefeito tem que ser da nata familiar ou do grupo. E só, somente só.

Observem que eu escrevi, no início, que o prefeito Aníbal é a bola da vez.  Todo mundo querendo traçar o caminho que o prefeito atual deve seguir. O caminho da subserviência ou o caminho da rebeldia. Não é coisa fácil definir uma trajetória. Pela primeira vez um homem da zona rural, filho de lavrador, sem ser médico ou advogado, chegou à prefeitura de Ipirá. Poderá ser uma administração responsável, com os pés no chão e eficiente para o bem-estar da população do município. Assim sendo, por que esse administrador não tem o direito de ser candidato à reeleição, se a lei faculta-lhe esse direito? O impedimento só poderá vir da cartilha oligárquica e preconceituosa do sistema jacu/macaco.

 

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