sábado, 29 de setembro de 2018

ELE NÃO


Quando o ex-prefeito de Ipirá Diomário Sá concede uma entrevista tem repercussão muito grande em nosso município porque no mínimo quebra alguma vidraça ou a pedra cai na sua própria cabeça.

Diomário falou com a segurança de quem sabe o lugar que ocupa no grupo da macacada, que não tem cabeça pensante no campo político, então, nesse vazio, o Dió deita, ronca e rola. É o líder por mérito e capacidade.

Diomário tomou a frente como o grande líder no momento certo, na hora certa. Falou aos liderados indicando a direção do voto. Frisou com ênfase, sem medo de ser feliz, o nome de Rui Correria, também pudera, Correria marca 60 x 10 contra Zé da Feira no jogo de basquete. É jogo definido antes do apito final.

O Dió não é bobo e não vai entregar a rapadura de mão beijada. Quem tem média e é reconhecido pelo governador do Estado é o Diomário. Esse troféu ELE NÃO vai jogar no ralo. Ele representa Correria em Ipirá e o reconhecimento é recíproco, por isso o prestígio é de DIÓ.  Os verdadeiros, genuínos e autênticos macacos que vivem na toca são e serão coadjuvantes.

Agora, Dió engasgou mesmo, quase não sai, foi na indicação de Haddad, falou tão rápido, que quem não estava ligado quase passou batido e não ouviu, mas ele falou Haddad. Dió não mete a mão em cumbuca, não vai em bola dividida, ele é ensaboado, bem esperto e não pisa no campo quando o jogo é duro.

O Dió sabe que estas ELEIÇÕES presidenciais têm uma importância significativa e vital para o Brasil. ELE NÃO iria se omitir num momento desse, botou a cara na rua, ele é Haddad.

O ex-prefeito Diomário, também dá bicuda na canela, caso necessário seja. Afonso que o diga! Só se ele fosse besta para segurar a bandeira de Florence sozinho, quando o grupo do macaco foi em busca da sombra do senador Alencar. Dió olhou, pensou e foi com a maré: ‘meu barco também é esse, eu vou é de carona com Coroné’. Quem vai levar a melhor nessa jogada? Tu não sabes? O ensaboado Dió.

Na juventude, Dió foi da escola do Partidão (PCB) e veio para Ipirá na década de 1960 no período da Ditadura Militar e entrou no ninho da jacuzada, convivendo por décadas, ganhando a confiança total do líder maior e perambulando da sala de visita à cozinha, só não sentou no trono do grande líder da jacuzada.

Jacuzada, quem te viu e quem te vê! Cadê o líder? Escafedeu-se, ninguém sabe, ninguém viu! Eles dizem que o maior líder do grupo foi Delorme Martins, que chegou à Ipirá na década de 1940 e aliou-se ao grupo do coronel Zuza. Antes, tinha sido candidato a deputado pelo PCB - Partido Comunista do Brasil e logo foi tornando-se a liderança do grupo.

Na transição do formato coronelístico para o caciquista, quando profissionais liberais assumem a direção política no município tirando da linha de frente os coronéis. Delorme Martins colocava-se na proa do comando do PSD.

Em 1964, com a ditadura militar Delorme Martins foi preso pela sua atuação política, o mesmo acontecendo com meu pai, Arnaldo Barreto. Logo foram soltos.

Na década de 1970, Delorme Martins adere à Arena e ao carlismo que era o símbolo maior e a representação genuína da ditadura na Bahia. Nesta década, surge a apelidagem de jacu e macaco para os grupos políticos locais, substituindo os partidos. O carlismo botou os dois na mesma capanga.

A lição é simples. Se Delorme Martins tivesse permanecido na resistência à ditadura teria tido uma grande projeção à nível de Estado; preferiu abrir mão desse horizonte e manter a posição de grande líder na província ipiraense com o protecionismo do carlismo.

Conheceu a derrota no município. Jacu e macaco eram aliados no apoio ao carlismo. Com a redemocratização do Brasil, o PT desbanca o carlismo na Bahia. As duas forças locais (jacu e macaco) entram em parafuso: como deixar o carlismo? O PT estadual deu preferência ao macaco. A jacuzada ficou sem lenço e sem documento.

A jacuzada ganhou o poder municipal com Marcelo Brandão. Cadê o líder para desatar esse nó do isolamento político no Estado? Marcelo Brandão pensa que a vida política é uma reles brincadeira e divertimento. Está enganado. A política é coisa séria. O caminho e a atitude política que se adota é que vai determinar um tempo de vida política mais longo. Cadê o líder?

Hoje, a jacuzada não tem condutor à altura do líder maior que foi Delorme Martins. Que atitude tomará o prefeito MB da jacuzada em relação ao segundo turno eleitoral? Não é brincadeira. O líder tem que ter a tranqüilidade e a capacidade política para não tomar uma atitude devastadora e suicida para o próprio grupo.

Qual seria a decisão correta do líder da jacuzada num segundo turno eleitoral no formato do que se desenha pelas intenções de voto? Sem dúvida, a mais próxima possível da atitude que tomaria o grande líder deles, Delorme Martins, no passado em circunstâncias semelhantes. Sendo distante e diametralmente oposta a atitude neste momento, seria negar a história e o valor positivo da sua liderança. ELE NÃO optaria pelo fascismo. Quem garante isso? Os que foram seus liderados.

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