Em 2012, foi eleita a
primeira mulher para administrar o município de Ipirá: a médica Ana Verena.
Ficou, precisamente, quinze dias no cargo de prefeita. Alegando problemas de
saúde, ela renunciou ao cargo para o qual foi escolhida pelo voto popular.
Uma renúncia muito
falada e pouco explicada. A causa verdadeira, até hoje, não veio à tona, está
trancada a sete chaves, como um segredo da caixa de Pandora, que irá
perpetuar-se por uma eternidade.
Mas, não tenham dúvida,
ela tomou a atitude mais correta da sua vida, talvez, por premunição ou sorte,
deixou de ser prefeita para continuar médica. Saiu do olho do furacão.
O que é que estraga e
atrapalha as administrações públicas no município de Ipirá? O vício profundo e
deletério da politicagem praticada em nosso município, que corrompe e
desmoraliza os homens e mulheres que se colocam como postulantes e auferem ao
posto de executivo municipal.
Ao mesmo tempo em que, destrói
o município, prejudica a população e é danoso para todas as pessoas que vivem
neste município, que pagam o preço pelos péssimos serviços públicos existentes
em nossa localidade, fazendo com que a vida perca qualidade e fique precária.
Será que estou inventando? Necessite de saúde e verás o que um filho teu sofre em
ti, Ipirá!
A politicagem de Ipirá
criou um monstro, que ilude o povo, engana o crédulo, logra o ingênuo e,
depois, volta comendo o próprio criador.
Esse monstro está
engolindo todas as lideranças políticas e todas as pessoas decentes que tenham
um envolvimento político em Ipirá. E eles, as lideranças políticas, ficam
fazendo de conta que não está acontecendo nada de anormal. Não enxergam nada,
ou seus interesses repugnantes não os deixam perceber. As pessoas ficam extasiadas
achando que este é o melhor mundo possível. Paciência!
Para você entender como
essa coisa nociva funciona, vou esmiuçar. O monstro começa atacando bem antes
da campanha, com alguns conceitos, como: “só ganha política candidato que tem
dinheiro para gastar.” Ponto final, fechado e blindado. Aqui está o caminho
para o inferno.
Isso atinge todos os
candidatos do esquema jacu e macaco. Não escapa um. O financiador virou para a
candidata e deu dois cheques (não sei o valor) e disse-lhe: “Esse dinheiro é
para a campanha, se você perder não me deve nada, se ganhar você me devolve
esse dinheiro sem juros.” Frase bem simples, inocente, bem intencionada,
colaborativa e solidária. A candidata, na fervura da campanha, pegou os dois
cheques e inconscientemente assumiu um compromisso.
A frase estava carregada
de malícia, esperteza, malandragem e pilantragem. E os olhos dos candidatos
estão fechados para esse tipo de proposta indecente. Resultado: vitoriosa ou
vitorioso, jacu ou macaco, é chegado o momento do acerto de contas! Vai ouvir
friamente um aconselhamento: “Todo contrato que for feito entre a prefeitura e
as empresas você pega 10 % e paga o dinheiro da campanha.” Esse é o caminho da
degradação moral e do caos administrativo.
Contribuiu com quanto
para a campanha? Com absolutamente nada, seria ressarcido. Ajudou a candidata a
se eleger? Ajudou. Com seu apoio a candidata ganhou a prefeitura? Ganhou a
prefeitura e um problemaço, uma dívida. Pagaria essa dívida de campanha com
dinheiro do próprio bolso? Não.
Eles acham legalíssimo o
pagamento com dinheiro público. Acha-se correto, legal e normal; que é assim
mesmo, sempre foi assim e sempre será desse jeito. Não é! É ilícito, ilegal e
imoral. É corrupção. A prefeita não pagou, preferiu deixar o cargo.
Essa é uma prática da
politicagem local. Acontece com todos os prefeitos de Ipirá, jacus ou macacos,
tanto faz. O povo de Ipirá engole esse miguelito (grampo para furar pneus) e
ainda fica sem saber quem matou a prefeita.
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