Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba
nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 47 (mês de abril 2018)(atraso de um
ano e 5 meses) (um por mês)
O prefeito Marcelão estava vivendo seu
momento de maior euforia: não era devido à realização de uma micareta, mas pela
alta performance alcançada no sistema de saúde do município. Estava muito
alegre e satisfeito. Encontrava-se postado em frente ao hospital municipal, admirando-o.
Quem aparece? Justamente, quem você está imaginando: o matadouro local.
- Foi bom você aparecer, seu Matadouro! Vossa
Pessoa é sempre bem-vinda. Como está sua saúde? – indagou o prefeito Marcelão.
- Está ótima. Não tenho nenhum problema, nem
preciso de atendimento médico – respondeu o Matadouro.
- Isso é o que Vossa Pessoa imagina. Olhando,
bem olhado, para Vossa Pessoa, dá para percebermos claramente que Vossa Pessoa
está desbotado, fraco e anêmico; dá para notar que está faltando-lhe sangue de
todos os tipos e que o caso de Vossa Pessoa é gravíssimo. Vamos ter de interná-lo
agora para fazer uma cirurgia com urgência e emergência em nosso hospital local
– argumentou o prefeito Marcelão, que estava preocupado com a situação do
Matadouro.
- Qolé, prefeito Marcelão! Que onda é essa?
V. Exa. tá tirando com minha cara. Se eu estou sem sangue é porque nunca
mataram nem um bezerro no matadouro daqui e não é culpa minha. Pelo que mim
consta, V. Exa. é advogado e não médico – argumentou o Matadouro.
- Pela sua conversa dá para percebermos
claramente que V. Pessoa está variando, sente aqui na calçada que eu vou
providenciar uma maca para levá-lo para o Centro de Cirurgia – disse o prefeito
Marcelão.
O Matadouro deu um pinote, esbravejou e
gritou chamando a atenção de toda a cidade:
- EU SÓ SAIO DAQUI DE SAMU. Chame uma
ambulância do SAMU, porque de maca eu não vou nem com uma peixeira no pescoço.
Ao ouvir aquela palavra referindo-se ao Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência, o prefeito Marcelão sofreu um catiripapo e
caiu duro. O Matadouro carregou o prefeito Marcelão nos braços e adentrou no
hospital local.
O paciente foi avaliado com uma precisão
meticulosa e seu quadro era gravíssimo, com precários sinais vitais; os
batimentos cardíacos diminuíram; a pressão caiu; a temperatura baixou; o açúcar
subiu; o suor aumentou; a tremedeira tomou conta de todo o corpo e ouviu-se o
parecer médico, mesclado com o veredicto de uma sentença jurídica: “todo problema
do prefeito Marcelão está na cabeça. Vai ter que descer agora e não vai chegar
vivo no contorno do Bravo”.
A cidade entrou em comoção: “Coitado do
prefeito Marcelão! O homem vai descer o quebra-mola de Paraíba” dizia um; “Vixe,
Mãe de Deus! O prefeito Marcelão não vai ter nem tempo de pensar num segundo
mandato” dizia outro; “Oxente, homem! Vê lá se lá isso é problema pra quem
governa com a cabeça nas nuvens e vai governar do céu” concluía alguém.
O Matadouro, com uma agilidade nunca vista,
tomou todas as providências e um helicóptero com UTI levou o prefeito Marcelão
para a capital, onde era aguardado por uma equipe dos melhores cirurgiões do
Estado: Dr. Paulo, Dr. Érico, Dr. Fernando, Dr. Pedro, Dr. Antônio e equipe, que
estavam aguardando no Centro Cirúrgico do Hospital Ali, o mais equipado e
sofisticado da cidade para serviços médicos de alta complexidade.
Exames feitos, observados e analisados, sem
nenhum indício para um diagnóstico preciso. O quadro vital permanecia precário,
com pequeníssimas chances de sobrevivência. O Matadouro, com muita precisão,
tomou todas as medidas para a transferência do prefeito Marcelão para São Paulo.
Um Boeing 737, com Centro Cirúrgico, levou o
prefeito Marcelão para aquele hospital SL que tem atendimento de Primeiro Mundo
com preferência, prioridade e exclusividade para os políticos brasileiros. Uma
equipe médica, com supervisão de um médico norte-americano em vídeo conferência,
avaliou o quadro clínico do paciente e nada. Foi o caso mais complicado e
complexo já visto na história da medicina.
Os médicos não chegavam a uma conclusão do
diagnóstico da doença do prefeito Marcelão. Nem um indício e nenhum parecer.
Sabiam que era um problema de cabeça e que aquela situação estava caminhando
para os acréscimos de um jogo dramático. Passava dos 45 minutos do segundo
tempo e com cinco minutos de acréscimos, já estava nos 49 e meio. Os médicos
começaram a tirar as luvas, as máscaras respiratórias e balançavam a cabeça em
sinal de desistência e cansaço. O Matadouro observava pelo visor do Centro
Cirúrgico e fez uma sugestão para uma enfermeira:
- O problema dele é na cabeça, por que não faz
o teste do pezinho nele?
Para quem está perdido, todo mato é caminho.
A enfermeira pegou uma agulha e enfiou na cabeça do dedão do pé do prefeito
Marcelão, que gritou “uai!” Os médicos viraram e se aproximaram do paciente,
que piscou um olho e foi dizendo:
- Eu só queria saber como está o atendimento
à saúde no Brasil, para não ter que pagar um Plano de Saúde Internacional com
atendimento na Europa.
Suspense: Veja que situação: a novelinha tá
de correria, quer chegar ao mês de janeiro 20 sem nenhum capítulo em atraso. Um
matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai
parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do
prefeito Marcelão com o matadouro?
O término dessa novelinha acontecerá no dia
que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na
hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande
divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.
Observação: essa novelinha é apenas uma
brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim,
qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo
brinca com eles.
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