terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

É DE ROSCA. (56)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 56 (mês de janeiro 2019)(atraso de um ano e 1 meses) (um por mês)

O Matadouro de Ipirá estava tranqüilo, quando apareceu uma Hilux em sua porta e ele ouviu o convite:
- Seu Matadouro de Ipirá! Entre aqui e vamos para uma reunião ali no gabinete.

O Matadouro de Ipirá não pensou duas vezes e emburacou no carro. Quando o carro estava no povoado do Pau Ferro, o Matadouro indagou:
- Nós estamos no Pau Ferro, já passamos da prefeitura e do gabinete do prefeito Marcelão.

- Isso é um sequestro e fique calado senão vai ser pior para você.

Agora, leitor e seguidor dessa novelinha, pense num pripocó na cidade, quando esse sequestro tornou-se um conhecimento público, dizia alguém: “a polícia divulgou a placa da Hilux, é DUD 55 PR” outros diziam: “o sequestrador é um empresário de Irecê” e a maior pergunta: “quem vai pagar o resgate?” Alguém respondia com a maior certeza: “é o prefeito Marcelão” uma nova pergunta: “e onde está o prefeito Marcelão, que ninguém vê?” A resposta vinha em seguida: “o prefeito Marcelão está entocado embaixo da cama, com medo de um corujão!”

Levaram o matadouro para o cativeiro. Um local sofisticado e luxuoso na capital baiana. Logo na entrada, o matadouro observou uma placa “Manda quem pode, obedece quem tem juízo.” Era o gabinete do deputado Jura, que veio receber a comitiva:

- Que grande surpresa! O que é que traz ao meu gabinete uma comitiva tão representativa da macacada da minha terra? Depois que eu consegui o asfalto, eu tenho o reconhecimento de minha força junto ao governador, até do matadouro.

- Deputado Jura! Estamos aqui para uma partida de sinuca – disse uma liderança.

Logo no início da partida, armaram uma sinuca de bico que deixou o deputado Jura sem lenço e sem documento, quando ele ouviu: “diga agora, deputado Jura! Quem é seu candidato a prefeito?” O deputado Jura sapateou, passou o lenço no rosto para a retirada do suor e foi dizendo:

- Bem! Nosso grupo tem boas candidaturas para vencer essas eleições, a candidatura da pré-candidata Dinina é um excelente nome. Meus amigos! Vamos mudar de conversa e vamos jogar o jogo do balanço do caminhão.

- Não vamos mudar de conversa coisa nenhuma! Vamos mudar de jogo, mas a pergunta é uma só: quem é seu candidato a prefeito? – indagou uma liderança.

Deram um canto de carroceria no deputado Jura, que no aperto e sem saída, voltou a falar:

- Bem! O que eu queria dizer aos amigos da macacada é que a candidatura que eu defendo dentro de nosso grupo da macacada é a candidatura de Di.

O deputado Jura foi interrompido pela liderança-mor que foi dizendo:

- Não gagueje deputado Jura, quem é o seu candidato a prefeito? E vamos para um novo jogo, agora é o xadrez.

- É isso que eu ia dizer, eu já estava no Di, quando fui interrompido, mas retornando onde eu fui interrompido, justamente no Di, e agora eu vou dizer para os amigos macacos, com toda a minha fidelidade que a candidatura que eu apoio é Dy...

O deputado Jura não conseguia pronunciar a palavra e estava diante de um cheque-mate no xadrez colocado pelo ex-prefeito Dió, que não dizia uma palavra, mas não tirava os olhos da boca do deputado Jura, que tinha os olhos na direção da placa: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo.” O deputado Jura complementou:

- Como eu estava dizendo, a candidatura que tem o meu apoio no nosso grupo da macacada é a candidatura do pré-candidato Dydudi, que é um jovem empresário e nós vamos derrotar aquela jacuzada. Agora, definitivamente, a vice é Dinina?

O ex-prefeito e grande liderança Dió não deu uma palavra, mas passou um rabo de olho e um vereador alcançado pela mensagem, deu um pinote e foi dizendo:

- Não, nada disso! A vice é para alguém da jacuzada que é para a gente bater o martelo.

O deputado Jura encurralado no canto do curral, em seu melhor momento como deputado, quando tinha conseguido a sua primeira obra, o tão falado e esperado asfalto, para o seu município, depois de dez mandatos, e com o apoio e cobrança de uma pré-candidata que estava ao seu lado em todos os momentos difíceis e aprazíveis e, seu prestígio dentro do grupo dos macacos era tão pequeno que nem a vice ele tinha o direito de indicar na chapa.

- Deputado Jura! Agora que estamos conversado, seu vídeo vai viralizar na rede, fique com esse matadouro aí no seu gabinete até o mês de abril, que é quando o prefeito Marcelão tá dizendo que vai inaugurá-lo; não se preocupe não, que ele é obediente – falou um grande líder.

O Matadouro de Ipirá ficou numa situação difícil; estava sequestrado e sendo obrigado a assistir a uma reunião da macacada, onde ele observou que o deputado Jura era figura decorativa e tinha apito surdo dentro do grupo da macacada, onde era minoria. O deputado Jura olhou para o matadouro e disse:

- Seu Matadouro de Ipirá! Eles mim colocaram na parede, eu não esperava que meus amigos macacos fizessem isso comigo e eu falei o que não queria falar. E agora eu faço o quê?

O Matadouro de Ipirá como bom conselheiro foi dizendo:

- Suspenda o pedido do asfalto e jogue o jogo que V. Exa. sabe jogar, o jogo da política; V. Exa. é um cracaço nesse jogo e deve saber que no time que o ex-prefeito Dió for treinador, V. Exa. não senta nem no banco de reservas.

- Obrigado, seu matadouro! Agora, guarde segredo dessa nossa conversa, não comente para ninguém, que isso não vai ficar desse jeito, não vai não. Ô secretário! Faça-me um favor, vire esse quadro do ‘Manda quem pode...’ para a parede.  
    
Suspense: Veja que situação: a novelinha tá de correria, querendo chegar ao mês de março 20 sem nenhum capítulo em atraso. Um matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.




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