domingo, 13 de dezembro de 2020

É DE ROSCA. (61)

Estilo: ficção

Modelo: mexicano

Natureza: novelinha

Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a despedida do prefeito Marcelão.

Capítulo 61 (mês de junho 2019)(atraso de um ano e seis meses) (um por mês)



O ano de 2020 já está dando adeus, pois estamos na metade do mês de dezembro, e o Matadouro de Ipirá resolveu fazer uma visita ao prefeito Marcelão. Na base do grito para ser escutado:

 

- Ô de casa! Tem alguém aí?

 

- É o senhor, seu Frigorífico de Ipirá! O senhor de novo! O Senhor não acha que está enchendo o saco? – disse a secretária do lar da residência do prefeito Marcelão.

 

- Em primeiro lugar, a dona deve me respeitar e eu exijo respeito. Não me chame pelo meu apelido, eu sou o Matadouro de Ipirá e é assim que eu quero ser tratado, agora, eu vou lhe dizer uma coisa, eu estou aqui para ter uma conversa urgente com o prefeito Marcelão e não quero conversa mole.

 

- O senhor deve muito bem saber que o prefeito Marcelão levou uma lapada e está de quarentena, ninguém vê o homem nem de relapada, eu posso levar o senhor na porta da toca que o prefeito tá encafuado, mas não posso garantir nada.

 

Na porta do quarto, ouvia-se a voz do prefeito Marcelão: “Eu não perco essa eleição, pode apostar sem medo!”

 

- Oxente, dona! O prefeito Marcelão tomou uma lapada e ainda continua com essa conversa mole?

 

- Olha aqui, seu Matadouro de Ipirá! Isso aí deve ser a vitrola do prefeito Marcelão, que desde a campanha que só toca esse disco, vai terminar furando o disco de vinil.

 

Por um instante, parecia que havia uma mudança na voz do prefeito Marcelão, que dizia: “Mata um boi, que eu não perco essa eleição de jeito nenhum, pode apostar que a vitória é nossa.”

 

- Seu Matadouro de Ipirá! Essa conversa ele teve com o dono do frigorífico e o dono do frigorífico disse que esse tal de frigorífico não tinha condição de matar uma galinha, imagine um boi!

 

- Teve essa conversa, dona?

 

- Pode acreditar, seu Matadouro! Essa zinha aqui, não mente de jeito qualidade, nem tomando um garrafão de catuaba.

 

- Então, dona! Pelo seu dizer o prefeito Marcelão por muito pouco, muito pouco mesmo, quase mim inaugura com o abate de um boi, acabava a novelinha e depois fechava a porta, mas tinha inaugurado um elefante branco de três décadas.  Imagine uma situação dessa! Olha aqui, dona! Vou lhe dizer uma coisa, esse Ipirá não vai não.

 

- Prá lhe falar a verdade, seu Matadouro! Eu que não sou de mentira, eu até acreditei que o prefeito Marcelão ia botá esse Ipirá prá frente quando eu vi ele botá aquele capacete branco e pegá aquela marreta do 25 e sair por aí, eu disse pra mim mesmo: “Eh, laqueira! Esse Ipirá vai longe”

 

- E agora, dona! A dona me diz o quê?

 

- O que é que eu vou dizer, seu Matadouro de Ipirá! Eu conto nos dedos da mão as obras do prefeito Marcelão: duas praças; três km de asfalto e três aguadas. O que eu queria vê era as mesinhas de piquenique na ladeira da Caboronga; os barzinhos do Monte Alto cheio de turista; a concha-acústica da praça com um paredão botando prá lascar; a biblioteca do Puxa com uma lan house das boa; um açude na beira da cidade prá eu pescar tilápia e nada disso eu pude desfrutar. Dizer o que, seu Matadouro de Ipirá?

 

- Ô dona! Eu vou perguntar por perguntar: a dona tá lapiada?

 

- Oxe, seu Matadouro! O senhor tá me achando com cara de quem levou uma lapada? Quem levou uma lapada foi o prefeito Marcelão. Eu já dei uns conselhos pru prefeito Marcelão, que não quer dá ouvidos para meus aconselhamentos. Eu disse prá ele comprá um carro novo, botá num navio e ir fazer uns passeios lá pelas Europa, prá desanuviar as idéias. Vê aí, seu Matadouro de Ipirá, se meus aconselhamentos não são bons?          

 

- Ô dona, eu quero saber se a dona levou lapada?

 

- Oxe, seu Matadouro de Ipirá! Eu não sei o que é perder eleição já faz tempo. Eu só voto em quem vai xuxar o manteúdo. Eu votei foi no prefeito Dydudy.

 

O Matadouro de Ipirá entendeu tudo. Está faltando 15 dias para terminar a Era do prefeito Marcelão, e no dia 1 de janeiro de 21 teremos o início da Era do prefeito Dydudy. Ele fez uma última pergunta à funcionária do lar da residência do prefeito Marcelão:

 

- A dona acha que o prefeito Dydudy vai inaugurar o Matadouro de Ipirá?

 

- Seu Matadouro de Ipirá! Eu já perdi muito tempo com o senhor, agora eu tenho que ir tomar meu curso de voz: ho,ho, ho... estou treinando para o último Natal do prefeito Marcelão. Passe bem, um abraço!

 

- Suspense: Aqui finalizamos a fase do prefeito Marcelão e entraremos na nova fase: a do prefeito Dydudy.

 

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Dydudy.

 

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles. 

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