Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba
nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a despedida do prefeito Marcelão.
Capítulo 61 (mês de junho 2019)(atraso de um
ano e seis meses) (um por mês)
O ano de 2020 já está dando adeus, pois
estamos na metade do mês de dezembro, e o Matadouro de Ipirá resolveu fazer uma
visita ao prefeito Marcelão. Na base do grito para ser escutado:
- Ô de casa! Tem alguém aí?
- É o senhor, seu Frigorífico de Ipirá! O
senhor de novo! O Senhor não acha que está enchendo o saco? – disse a
secretária do lar da residência do prefeito Marcelão.
- Em primeiro lugar, a dona deve me respeitar
e eu exijo respeito. Não me chame pelo meu apelido, eu sou o Matadouro de Ipirá
e é assim que eu quero ser tratado, agora, eu vou lhe dizer uma coisa, eu estou
aqui para ter uma conversa urgente com o prefeito Marcelão e não quero conversa
mole.
- O senhor deve muito bem saber que o
prefeito Marcelão levou uma lapada e está de quarentena, ninguém vê o homem nem
de relapada, eu posso levar o senhor na porta da toca que o prefeito tá encafuado,
mas não posso garantir nada.
Na porta do quarto, ouvia-se a voz do
prefeito Marcelão: “Eu não perco essa eleição, pode apostar sem medo!”
- Oxente, dona! O prefeito Marcelão tomou uma
lapada e ainda continua com essa conversa mole?
- Olha aqui, seu Matadouro de Ipirá! Isso aí
deve ser a vitrola do prefeito Marcelão, que desde a campanha que só toca esse disco,
vai terminar furando o disco de vinil.
Por um instante, parecia que havia uma
mudança na voz do prefeito Marcelão, que dizia: “Mata um boi, que eu não perco
essa eleição de jeito nenhum, pode apostar que a vitória é nossa.”
- Seu Matadouro de Ipirá! Essa conversa ele
teve com o dono do frigorífico e o dono do frigorífico disse que esse tal de
frigorífico não tinha condição de matar uma galinha, imagine um boi!
- Teve essa conversa, dona?
- Pode acreditar, seu Matadouro! Essa zinha
aqui, não mente de jeito qualidade, nem tomando um garrafão de catuaba.
- Então, dona! Pelo seu dizer o prefeito
Marcelão por muito pouco, muito pouco mesmo, quase mim inaugura com o abate de
um boi, acabava a novelinha e depois fechava a porta, mas tinha inaugurado um
elefante branco de três décadas. Imagine
uma situação dessa! Olha aqui, dona! Vou lhe dizer uma coisa, esse Ipirá não
vai não.
- Prá lhe falar a verdade, seu Matadouro! Eu
que não sou de mentira, eu até acreditei que o prefeito Marcelão ia botá esse
Ipirá prá frente quando eu vi ele botá aquele capacete branco e pegá aquela
marreta do 25 e sair por aí, eu disse pra mim mesmo: “Eh, laqueira! Esse Ipirá
vai longe”
- E agora, dona! A dona me diz o quê?
- O que é que eu vou dizer, seu Matadouro de
Ipirá! Eu conto nos dedos da mão as obras do prefeito Marcelão: duas praças;
três km de asfalto e três aguadas. O que eu queria vê era as mesinhas de piquenique
na ladeira da Caboronga; os barzinhos do Monte Alto cheio de turista; a
concha-acústica da praça com um paredão botando prá lascar; a biblioteca do
Puxa com uma lan house das boa; um açude na beira da cidade prá eu pescar tilápia
e nada disso eu pude desfrutar. Dizer o que, seu Matadouro de Ipirá?
- Ô dona! Eu vou perguntar por perguntar: a
dona tá lapiada?
- Oxe, seu Matadouro! O senhor tá me achando
com cara de quem levou uma lapada? Quem levou uma lapada foi o prefeito Marcelão.
Eu já dei uns conselhos pru prefeito Marcelão, que não quer dá ouvidos para
meus aconselhamentos. Eu disse prá ele comprá um carro novo, botá num navio e
ir fazer uns passeios lá pelas Europa, prá desanuviar as idéias. Vê aí, seu
Matadouro de Ipirá, se meus aconselhamentos não são bons?
- Ô dona, eu quero saber se a dona levou
lapada?
- Oxe, seu Matadouro de Ipirá! Eu não sei o
que é perder eleição já faz tempo. Eu só voto em quem vai xuxar o manteúdo. Eu
votei foi no prefeito Dydudy.
O Matadouro de Ipirá entendeu tudo. Está
faltando 15 dias para terminar a Era do prefeito Marcelão, e no dia 1 de
janeiro de 21 teremos o início da Era do prefeito Dydudy. Ele fez uma última
pergunta à funcionária do lar da residência do prefeito Marcelão:
- A dona acha que o prefeito Dydudy vai
inaugurar o Matadouro de Ipirá?
- Seu Matadouro de Ipirá! Eu já perdi muito
tempo com o senhor, agora eu tenho que ir tomar meu curso de voz: ho,ho, ho...
estou treinando para o último Natal do prefeito Marcelão. Passe bem, um abraço!
- Suspense: Aqui finalizamos a fase do
prefeito Marcelão e entraremos na nova fase: a do prefeito Dydudy.
O término dessa novelinha acontecerá no dia
que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na
hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Dydudy.
Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.
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