sábado, 3 de abril de 2010

É DE ROSCA


Estilo: ficção
Natureza: novelinha
Capítulo: 26 (mês de novembro 2009) – incrível, apresentação do novo capítulo da novelinha com, simplesmente, 5 meses de atraso.

Total de páginas vistas desde el inicio del servicio: 19267
Mesmo com tudo isso, o Ibope da Novelinha está lá embaixo, motivo pelo qual o dono do Blog deu um esporro no escritor do Blog:
- VEJA QUE IBOPE RIDÍCULO TEM ESSA NOVELINHA; SÓ UMA PESSOA LÊ. QUER DIZER QUE EU SOU O ÚNICO LEITOR DESSA NOVELINHA. NEM VOCÊ RELÊ O QUE ESCREVE!.

Fiquei sem resposta e o dono do Blog continuou:
- Logo não está vendo que assim não dá, coloque crime na novelinha, coloque sangue; o povo quer acompanhar é crime, quer ver sangue. Quem matou Odete Hotman ? Que sucesso ! Não tem outro caminho.

- Mas, seu dono do Blog, eu tenho feito o que posso; eu tenho colocado o prefeito Dió e o ex-prefeito Luiz do Demo em cada enroscada, mas os dois são muito espertos. Seu dono do Blog pode observar que nem Deus e o Diabo conseguiram colocar saia justa nos dois. Eu tenho feito até demais.

- Então seu escritor do Blog, você já sabe, ou aumenta o Ibope da Novelinha ou vou escolher outro blogueiro(a) de Ipirá para escrever no seu lugar. Bote crime nesse troço que a coisa sai da estaca zero ou você cai fora.

Fiquei numa sinuca de bico. E agora, como é que eu vou botar o prefeito Dió numa arapuca para ele não poder escapulir ? Com tanto crime em Ipirá, basta eu pegar um para minha garantia como escritor do Blog. Então eu vou começar logo.

Um corpo estendido na pedra. Isso em pleno mercado de carne no Centro de Abastecimento de Ipirá. Muitas pessoas em volta.
Nesse exato momento aparece a promotora, a fiscalização da ADAB e a polícia. As pessoas correm, só ficou o corpo. A perícia da ADAB aproxima-se e constata:
- Tem traumatismo craniano. Morreu de uma porretada na nuca e de uma perfuração no pescoço. Foi sangrado.
-Tem que ter justiça, isso não pode ficar assim. Esse assassino tem que ser preso – disse a promotara.
A polícia começa a investigação e o investigador indaga:
- Quem matou esse carneiro clandestino ?

Ninguém disse nada, ninguém sabe, ninguém viu.
A polícia e a ADAB fecham o cerco na procura do assassino. Montam bloqueio na entrada do Centro. Param todos os carros, sempre com metranca nas mãos, vão dizendo:
- Na parede. Documento na mão. Cadê o documento dessa galinha ? Cadê o papel ? Bicho sem documento tá preso. Essa ovelha tá presa, não tem documento é roubada. Tem que ter o papel e o papel o dono compra lá na ADAB, é cinqüenta centavos.

Estamos diante de mais um crime insolúvel em Ipirá: quem matou o carneiro clandestino ?
Enquanto isso, Luiz do Demo (que só quer ser PMDB) estava tão triste, não por causa do crime, mas por estar atolado até o pescoço em outras investidas e por não saber dar o pulo do gato, explicava o seu esforço para deixar seu amor pelo Demo e passá-lo para o PMDB:
- Vocês sabem como é ? No tempo de ACM valia a pena ser prefeito, ele pisava no pé, dava cascudo, chamava de filho de uma p..., mas passava a esponja e o prefeito ficava limpo.

Luiz do Demo tomava fôlego, bebia um copo d’água e continuava:
- Esse Wagner é osso duro de doer. Ele humilha, humilha e não limpa a área de ninguém. Eu acho que eu vou do Demo é direto para o PT para ter o passaporte de imunidade petista.

Enquanto isso, o prefeito Dió dava plantão na prefeitura em pleno dia de sábado e alegre comentava:
- Eu queria ver se fosse Luiz do Demo se ele estava aqui dia de hoje e ainda tem quem fale que eu só trabalho dia de quarta.

Teve encontro de bastidores com os vereadores e foi bastante claro:
- Esse ano vocês vão pedir voto para “não esqueça esse nome” para federal, quem não me acompanhar vai estar contra mim, aí eu não sei o que pode acontecer. Para estadual temos dois nomes para o agrado e o desagrado.

Em reunião sigilosa e particular passou a mão pela cabeça de um vereador que insiste em anular as eleições gerais para diretores das escolas municipais, através de uma laranja, por uma birra pessoal em “sua” escola. Aí o prefeito Dió não ficou nervoso, aborrecido, choramingão, ameaçador e vingativo:
- Você foi para a Justiça “sem” o meu consentimento, agora é esperar para eu nomear sua esposa para o cargo.

Mais alegre ficou o prefeito Dió quando soube do assassinato do carneiro clandestino e comentou com uma simples frase:
- Um carneiro clandestino a menos. Eu vou é para Salvador bebemorar.

Em Salvador foi ao encontro do governador, que estava jantando com políticos, e quando foi visto foi chamado pelo governador que disse-lhe:
- Esse é o prefeito Dió, o mais fiel prefeito que eu tenho na Bahia – e pegando no ombro do prefeito de Salvador, apresentou-o ao prefeito Dió – esse é o prefeito que não quer ficar comigo, o João Henrique Carneiro.

Ao ouvir o sobrenome Carneiro, o prefeito Dió tremeu todo, deu uma suadeira da desgraça, ficou vermelho e pensou “esse carneiro clandestino ainda está vivo ?”

Nesse exato momento, chegou o secretário Pinheiro e o prefeito Dió ao enxergá-lo, ficou dolorido da cabeça ao dedão do pé, trancou o redondo que ameaçava dar passagem a tudo que estava na barriga, e pensou “agora é que Pinheiro vai procurar saber o que eu fiz com o dinheiro do matadouro de Ipirá” e neste instante, como um verdadeiro milagre, caiu um raio em sua cabeça e quando o secretário Pinheiro encostou e ameaçou abrir a boca, o prefeito Dió foi dizendo:
- O seu candidato “não esqueça esse nome” vai ter mais de dez mil votos para deputado federal em Ipirá.

Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? agora que o prefeito Dió vai dar 10 mil votos ao deputado, será que esse matadouro de Ipirá vai sair ? êta bicho de rosca.

Leia o capitulo 25 (outubro 2009) logo abaixo.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.

Um comentário:

Fábio Leite disse...

Informações dão conta que o prefeito prometeu mais de 15 mil votos para federal...esperar para ver!Saudações Agildo!