sábado, 17 de novembro de 2012

É DE ROSCA.


Estilo: ficção
Natureza: novelinha
Capítulo: 48 (mês de setembro 2011) – Essa novelinha só tem previsão de término quando o Matadouro Municipal de Ipirá abater o primeiro carneiro. Estamos em fase de correria: de um lado, o prefeito apressando-se para deixar o Matadouro de Ipirá em pé; do outro, o blogueiro tentando fazer capítulo em cima de capítulo para a novela terminar primeiro do que o matadouro. Faltam 44 dias para o atual gestor deixar o poder municipal e a novelinha está no capítulo 48 do mês de setembro de 2011, com simplesmente 15 meses de atraso. Está feito o grande desafio para o blogueiro, escrever em 44 dias, nada mais, nada menos do que 15 capítulos, porque acredito que o prefeito não vá fazer e botar esse matadouro para funcionar em 44 dias.

 
O prefeito Dió estava tranquilamente em seu AP, em Salvador, é claro, e resolveu telefonar para a prefeita para tratar da transição do poder:
- Alô, minha prefeita! Como estão as coisas?... Ótimo! Eu gosto de vê-la assim; com esse entusiasmo de vencedora e essa coragem de guerreira para pegar esse abacaxi na unha... Não! Eu digo abacaxi no bom sentido... Não, não! Nem pense nisso! Você não vai estragar a sua unha, não... Não! Fique tranqüila! Tire essa idéia de largar tudo e cair fora de sua cabeça.

 
O prefeito Dió respirou fundo, ouviu um pouco e voltou a falar:
- Tenho uma notícia boa para lhe dá: Você não vai precisar gastar com carro-pipa, já mandei encher os açudes, os tanques e todos os buracos com água. Não vai ter uma só pessoa da zona rural importunando-te por causa de água... O quê? Os buracos das ruas? Não! Como é que eu vou botar água neles? Não tem como... Se não vou tapar? Não! Estou sem verba para isso. Eu vou deixar isso para sua administração... O que? Eu só vou deixar buraco?... Onde?... Nas contas?

 
O prefeito Dió parou um pouco, solicitou um copo d’água e pensou por um instante: “essa mulher é uma neófita em administração pública, vou ter que ficar o tempo todo mostrando o que e como fazer”, depois voltou a dizer:
- Não vai ficar nenhum buraco nas contas, inclusive eu vou deixar dinheiro nos cofres... Por que na campanha eu disse que não tinha dinheiro? Mas você queria o que? Eu gastei mais de um milhão na sua campanha... Não, não! Mais essa despesa! Essa é com você e o vice... Não! Se vire com ele... Como? A frente de 49 foi apertada, porque eu não gastei? 4.900! só se o candidato fosse o prefeito Dió, vamos mudar de conversa... Não vá por aí! Eu sei que você não pediu para ser candidata, faça como eu, trabalhe na prefeitura só nos dias de quarta e quinta, o povo já está acostumado; agora, só na terça, não vai cair bem, mas isso tem jeito, nós somos prefeito de domingo a domingo, não temos hora para trabalhar e o povo vai compreender isso muito bem.

 
O prefeito Dió balançou a cabeça, com o fone na mão, e ficou pensando: “até isso eu tenho que orientar essa prefeita”; ouvia atento, até que falou:
- Sim! E meu grupo? Já tenho minhas indicações para a equipe de governo... O quê? Mas Lula fez isso com Dilma... Não entendo como essa professora que mostrou o dedo vai para a educação. O PT tem secretaria; até o deputado tem secretaria e eu é que vou ficar chupando dedo... Vamos conversar... Pois é! Eu enchi a prefeitura de jacu! mas você deve tomar cuidado é justamente com seus amigos macacos; jacu não mete medo, quem é o perigo é justamente esses macacos que querem meter a mão na cumbuca de dinheiro; eu estou lhe avisando, cuidado com eles...

 
O prefeito Dió já estava cismado com aquela conversa que parecia caminhar para o lado contrário ao que ele tinha a pretensão de levar. Disse de forma contundente:
- Tem um macaco que vai lhe mostrar umas fotos com poça d’água na Praça de Eventos, esse tá doido para tomar conta da contratação de banda, só para você ter idéia, esse é mil vezes pior do que Marcelito mascando chiclete e comendo banana. Entendeste! Cuidado com os macacos de rabo grande. Depois não vá dizer que eu não lhe avisei.

 
O prefeito já não raciocinava tranquilamente e observava o posicionamento concentrador da prefeita que preferia não dar ouvidos a uma liderança do seu quilate e pensou: “será que essa prefeita está querendo levar esse barco sozinha e do seu jeito”. Por fim falou:
- Eu já disse que a prefeitura não tem dinheiro para o transporte de alunos da rede estadual; isso é uma fortuna... Sim, eu sei que não chega a cinqüenta mil reais, mas é uma despesa à toa e eu não vou fazer uma despesa dessa que não está no orçamento e não é minha obrigação, é do Estado... Eu sei que são estudantes da nossa comunidade... Eu sei que tem muitos que votaram em você... É, mas a maioria votou neles... Eu sei que isso não tem nada a ver. Eu sei, que tem Silva, Santos... tem o quê? Carneiro...

 
Nesse instante o prefeito Dió ficou possesso. A prefeita, esperta, desligou o telefone para não ouvir os péssimos conselhos do prefeito Dió, que continuou bradando:
- Eu já disse que em Ipirá não vai ter Matadouro de jeito nenhum e tem mais, aqui não vai matar ovelha de jeito nenhum, pois eu não vou deixar prejudicar Pintadas e observe bem prefeita... Alô! Alô! Ela desligou e agora? Não tem nada não. Ô Sujeito do Blog! coloca aí: O prefeito Dió ta dizendo que aqui não vai ter matadouro e que aqui não vai abater carneiro, goste quem gostar. Muito bem Sujeito do Blog, até que enfim esse Blog serviu para alguma coisa. Vou ligar para a prefeita agora...

 
Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? O prefeito Dió está faltando 44 dias para deixar o mandato. O sujeito do blog está com a novelinha atrasada 15 meses. Mandato vai terminar daqui a 44 dias. A novelinha para empatar tem que correr, ou seja 15 capítulos em 44 dias. Quem vai terminar primeiro? Quem vai levar a melhor: o prefeito Dió ou sujeito do blog?  Agora é o de rosca contra a certeza absoluta é que a novelinha não acaba nunca e Ipirá vai se lascar. Duas coisas de rosca, essa novelinha e o Matadouro de Ipirá.

 
Leia o capitulo 47 (agosto 2011) bem abaixo.

 
Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.

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