quarta-feira, 7 de novembro de 2012

UM CONSELHO.


“Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia.” Mas, depois da carta à futura prefeita de Ipirá, resta-me dar-lhe um conselho: “Prefeita! Não vá fazer feira no Centro de Abastecimento de Ipirá.” A Digníssima prefeita pode até pensar: “Mas, na condição de  prefeita  eleita, nessa terra, como é que eu não vou fazer minhas compras no Centro de Abastecimento da cidade que eu vou administrar?”

 
“Digníssima prefeita! Não faça uma bobagem dessa! Seria um ato temerário; seria uma grande loucura da parte de V.Exa. só “em pensar ir” até aquele Centro, agora imagine o que seria uma simples “tentativa de ir”, seria um descalabro e pior ainda realizar a “prática de ir.” Não vá, não cometa este tormento. Deixe quem quiser falar.”

 
Se a Digníssima prefeita deslocar-se para o Centro no seu carro, este vai ficar tão sujo no lamaçal que vai ficar parecendo que seu automóvel estava no Rally dos Sertões, desses que o barro gruda que nem reboco em casa do programa do governo em Ipirá, que leva um tempão para sair. Aí, quem não sabe o que aconteceu, fica pensando que V. Exa. está só se distraindo, viajando; viajando e se distraindo, etc. e tal.

 
A pé? Nem pensar! V. Exa. tem noção do que é dois palmos de lama? É lama que vem no meio da canela. Pense bem! V. Exa. com um sapato Pizzelle, salto alto; vestindo uma calça Trinton Evase Unic, com lama até no meio da canela! Paciência, prefeita! Logo não está vendo que isso não dá certo. Sabe como é que as mulheres do povo estão indo lá? Elas pegam dois sacos plásticos, colocam nas pernas e amarram no joelho, fechando a boca do saco. Isso é coisa do povão. O que seria ótimo para uma pessoa calçar seria galocha, mas esse tempo da galocha já passou e aqui prá gente, não fica nada bem uma prefeita de galocha.

 
Não insista, prefeita! V.Exa. tem noção de como a lama é escorregadia? Nem pense! Porque o escorregão na lama é pior do que perder uma eleição com 49 votos de frente. Mas isso não é nada, o problema é que V. Exa. não pode cair, nem pense nisso. Muito menos cair no lamaçal. Tome muito cuidado, ou melhor, todo cuidado é pouco.

 
Mas se V. Exa. faz questão de fazer suas compras no Centro de Abastecimento de Ipirá, eu acho conveniente que V.Exa. compre logo, um par de esqui. De gelo? Não, de lama! Porque na hora de escorregar, quem vai escorregar é o esqui. Onde vai esbarrar? Aí eu não sei, basta a prefeita livrar as barracas que vendem jaca e tudo vai bem. Como? A prefeita quer uma explicação? É porque já foi feita uma novela “Pé na jaca”, como é que vai sair outra, tem que ser “Esqui na jaca”! Isso não cai bem, prefeita!

 
O que é que a prefeita pode ver lá na Feira Livre de Ipirá? Não resta a dúvida que V. Exa. vai ver muita coisa. Lá isso vai. V. Exa. pode ser testemunha do início de surto de cólera. Como? “Prefeita! Assunte se eu tô nus conforme do meu palavreado no que eu vou pronunciá porque eu vi isso lá. Home, mulé e uns arributaio de gente tudo de pé no lameiro i óia qui eu não me arrifiro aqueles pé de tacho, mais duro do que pedra de amolar canivete, mas eu falo de pé mitido em apercata ou em havaiana e lama deixando tudo incardido e intrando pur baixo das unha qui nem bicho de porco pra fazer morada, i lama intrano nu sangue de gente vai atormentá a vida dos hospitá.” Eu não sei se é isso mesmo, mas isso aí eu gosto de explicar no meu jeito matuto de falar. Gostou, prefeita?

 
Eu não sei o que digo e como tenho que dizer para demover V.Exa. dessa idéia perigosa que é ir fazer feira no Centro de Abastecimento de Ipirá! A prefeita diz que não tem medo de água! Mas não é água, prefeita! É lama, é lameiro, é lamaçal, com rima; é lixo, é lixaço, sem lixeiro, também com rima. Esqueça a água, prefeita! O lixo também é problema, ficou amontoado! Pense num escorrego numa casca de banana, que está no lugar errado, justamente no lixo e no momento que a prefeita passa no lugar certo, e aquela casca de banana derruba a prefeita! V. Exa. não pode cair. Não deixe nenhum banana derrubar V. Exa. Tenha cuidado, olhe onde V. Exa. pisa!

 
O local que vende farinha ficou com a água na cintura. Foi bom que afugentou os gatos que vigiam os ratos. Vê lá se a prefeita vai comer farinha nestas condições. O melhor conselho que eu posso dá para a prefeita? Continue comprando sua farinha de mandioca crua fina Yoki; seu feijão carioquinha Realeza. É garantido; não arrisque. Continue fazendo suas compras no Hiper Iguatemi, no Hipermercado GBarbosa e no Supermercado Bompreço, tudo em Salvador, e, não deixe por menos, qualquer cisco que tenha no porcelanato, ou qualquer gota de água que tenha no piso,não deixe por menos corra e denuncie ao Ministério Público, isso é caso de calamidade pública e atentado à saúde da população. Seja vigilante, prefeita, não deixe as coisas erradas acontecerem.

 
Eu compreendo. A prefeita quer ver os eleitores no Centro! Tudo bem! Mas a prefeita tem um longo período de quatro anos para fazer isso. Não precisa precipitação. Prefeita! Não misture as coisas, oligarquia é elite, povão é povão. Siga o prefeito Diomário em tudo: pague em dias; não faça obras com recurso próprio; busque convênio com o Estado e fuja da feira de Ipirá, não foi assim que o prefeito Diomário fez: depois que ficou prefeito deixou de fazer feira por estas bandas. Não fica bem prefeito ser atropelado por uma galeota na feira; muito menos levar salpico de bagunço de jaca por cima das canelas.

 
Quem tem culpa no cartório? Prefeita! Essa é a cantoria lamurienta no meio da lama. Não entre nessa paranóia, senão V.Exa. vai ficar pensando: “o erro é meu de ter vindo fazer as compras para o meu repasto nesse chiqueiro de porco”. Prefeita! Oligarquia é elite, contente-se com isso. V. Exa. não pediu nada, foi eles que quiseram. Não caia na lama.

Um comentário:

Gel disse...

é muito treste i vergonhoso uma cidade como ipira nâo fuciona o matadouro … ispero qui a nova adimistraçao comsiga resolve esse problema : faço um apelo a nova adimistraçao de ipira porfavor traga uma inpressa de medio porte pra nossa cidade os jovens de ipira tão disacreditado di nossa cidade sem isperança de inprego sendo obrigado a imigra para outras cidades outros istados a proucura di trabalho sendo obrigado a viver distante da sua familia com eu fui obrigado a deicha minha familia i vir pra sao paulao a proucura di trablho min sinto disacreditado dos adimistradores di ipira e uma vergonha ipira deveria ter univercidade federal i nao tem quando morre uma pessoal e obriga desloca pra feira de santana ou itaberaba poque ipira nao tem um ml qui vergonha