terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O TRIÂNGULO DAS ESTRELAS.


A pioneira foi Pintadas com a desistência de um dos grupos da politicagem, está no quinto mandato; depois, veio Baixa Grande, que está no terceiro mandato, com a divisão e enfraquecimento das duas oligarquias; agora, Ipirá por circunstâncias, é o primeiro mandato. Está formado o triângulo governado pelo PT.

Em Ipirá, o prefeito petista Ademildo Almeida estabeleceu como meta, no discurso, fazer de Ipirá um município pólo, uma cidade de referência regional. Esse é o querer de todo ipiraense. Eis a questão, como fazê-lo e com quem fazê-lo.

Penso eu, que ele tem um abacaxi para descascar. Não é fácil pegar uma herança perversa de mais de cinqüenta anos de administrações de jacus e macacos, que levou Ipirá a perder espaço, órgãos, força política, poder de reivindicação, visibilidade com os poderes estaduais e, depois de tudo isso, virar um abacaxi. Não adianta muito ficar arrebatado e em estado de exaltação com o dinheirão deixado, de boca, pelo ex-prefeito Diomário que diz que deixou um céu, porque o céu que o ex-prefeito deixou é do tamanho do inferno. Os parâmetros sociais de Ipirá são vergonhosos.

O caminho para fazer do município de Ipirá uma referência não é caminho reto, certinho e com tranqüilidade plena. Tem muitos embaraços pela frente. A chapa vencedora foi Ana/Ademildo, foi 22/13, foi PR/PT. A renúncia foi de Ana, do 22 e do PR; foi a renúncia da linha de frente da administração. Resta Ademildo, o 13, o PT e nenhum dos três quer assumir o poder. Quer manter o tempo de união. Quer manter a composição política liderada pela macacada. Quer manter o compromisso com o líder Antônio Colonnezi. São esses compromissos, seja quais forem, que serão obstáculos para que Ipirá vire o município que o prefeito quer no sonho.

Não se trata de dar um pontapé na macacada, não é nada disso. Qual é a linha administrativa que será executada? A do PT não envergonha, muito pelo contrário, tem dado certo em muitas localidades. A administração dos macacos não é paradigma para se ir muito longe, está no patamar da governabilidade das oligarquias. É necessário que se folguem essas amarras, que se saia desse nó cego, se realmente é um desejo fazer com que Ipirá dê passos adiante. A administração pública tem que ouvir e dar voz à sociedade organizada e ao povo para se contrapor ao governo voltado para os interesses oligárquicos.

Governar para todos os ipiraenses e não só para os que votaram na chapa vencedora é ir além dos enquadramentos e do que foi configurado na campanha. Governo popular nunca foi um princípio de administrações de jacu e macaco e o prefeito petista sabe muito bem disso. A macacada é um aliado que deve continuar na administração, mas não como entrave, não como impedimento para o que o PT objetiva para Ipirá. Para fazer Ipirá crescer é preciso ter vontade política de diferenciar-se da política oligárquica.

É importante que a carta principal do baralho seja a Educação Pública de Qualidade, mais importante é que isso não se torne apenas uma máxima que seja de utilidade e utilizada mais adiante no jogo político. Porque nesta questão um dos poucos atos da prefeita Ana foi sancionar o projeto aprovado pela Câmara de Vereadores que vetava a democracia nas escolas municipais, com o impedimento da escolha da direção pelos estudantes, pais e professores. A prefeita vetou, não o projeto, mas a gestão democrática. É assim que esse balaio funciona. O interesse do vereador é indicar uma direção que trabalhe como cabo-eleitoral do indicador. Educação Pública de Qualidade passa pela gestão democrática no âmbito das unidades escolares. O prefeito tem que perguntar aos vereadores se eles concordam com essa proposta. Não, não é assim não? Educação de qualidade tira o povo do cabresto eleitoral.

O prefeito petista Ademildo Almeida tem experiência como vereador e como Secretário de Saúde. Deve ter um programa de governo. Sem dúvida, ele tem noção do buraco em que está metido Ipirá. A relação com o Legislativo está no limite, oito a sete. O prefeito é conhecedor da casa e dos seus vícios, poderá muito bem saber equacionar essas demandas dentro dos limites éticos.

Como desenvolver esta terra? Eis o problema. O caminho para desenvolver Ipirá não é largo. Quais são os caminhos necessários? Chegou a vez do Estado perceber que Ipirá existe de verdade. A administração petista em Ipirá depende necessariamente do apoio irrestrito, determinado e comprometido do governo petista do Estado. Isso é imprescindível para fomentar o desenvolvimento de Ipirá e estabelecer o impulso que o município deseja e precisa. A administração municipal não pode ficar órfã da administração estadual. A administração municipal petista não pode ser um burrego enjeitado pelo governo estadual. Ficar no “reme-reme”, “vamo vê”, “sei lá o que”, não adianta nada. A coisa tem que ser concreta e imediata. E não é ficar exclusivamente montada só nesses projetos sociais de assistência e amparo da subsistência, isso é só manutenção sem salto para o futuro.

Outro caminho é ver todas as possibilidades do município andar com as próprias pernas. O que é possível fazer com recursos próprios? O que é necessário ser feito para Ipirá dar passos adiante, com suas próprias possibilidades e sem ficar esperando só pelo governo estadual? É nisso e para isso que a população tem que participar da administração de Ipirá. O Renova Ipirá tem uma visualização clara neste aspecto do desenvolvimento econômico de Ipirá, com dois projetos simples, possíveis, não é coisa de outro mundo, e executáveis com custos irrisórios: o Parque de Venda de Animais no Parque de Exposição e a transformação do Mercado do Álcool num Pólo Têxtil. Coisa simples e promissora. Ipirá tem que se livrar desse ódio barato, mesquinho e ridículo, criado, fomentado e mantido pelas oligarquias do jacu e do macaco, que transforma o povo de Ipirá em escravos dos interesses dessas oligarquias do jacu e do macaco. Ou não é isso prefeito?

Ipirá não pode conviver com o tempo dos engodos. O prefeito Diomário propagou que deixou quase nove milhões nas contas (90% convênios). Livre, novecentos mil, só para dizer que deixou dinheiro nos cofres. Não falou dos débitos. Vou citar dois: o da Clínica de Fisioterapia que não recebe desde outubro/12 e o do Escritório de Contabilidade, 6 mil reais e ele deixou pendurado. Deve ter muito mais. É assim que o sujeito tira uma de porreta, mas que deixou de pagar em dia, deixou!

O governo de Diomário foi sustentado por convênios com a união. Ganhou fama pelo pagamento em dia e especializou-se em servir às “empreiteiras mui amigas” que saíram fazendo porcaria pelo município com obras precárias e utilizando material de segunda. Concentrou tudo em sua pessoa para o bem e para o mal. O escândalo da Assistência Social é o resultado da incompetência gerenciando o que não tem condições de tocar. Apelou para promessas vãs (UTI no hospital – SAMU só ambulância) para embromar as pessoas. Deixou Ipirá atravancado no lugar que encontrou. Foi a mesmice. Um desastre.

Agora tem início uma nova administração. Que não seja do PT, que não seja de Ademildo, mas tem a sua assinatura e o seu carimbo. Ele deve estar ciente de que será o administrador mais cobrado, acompanhado e bisbilhotado que já houve nesta terra por causa de sua ação na Câmara de Vereadores e por ter sido implacável na fiscalização das administrações de Luiz Carlos e de Antônio Colonnezi, quando colaborou para sujar a ficha dos dois. Essa administração não pode falhar na questão da ética. Essa administração não pode e não deve ser complacente com nenhum tipo de corrupção. As oligarquias querem o troco. Essa prefeitura vai virar a casa do Big Brother, a casa mais vigiada de Ipirá, por isso é importante que se quebre paradigmas. Ipirá precisa desenvolver.

O prefeito petista governará para quem? Se for governar para o grupo da macacada estará governando para a mesmice. Se for governar para o povo de Ipirá estará descortinando horizontes e alimentando esperanças. Não tem confusão: é só ampliar a capacidade de participação do povo.

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