quarta-feira, 22 de maio de 2013

ABRAÇO DE TAMANDUÁ.


O prefeito de Ipirá, Ademildo Almeida, do PT, estava sendo ameaçado de afastamento pelos vereadores, mesmo sem haver indícios relevantes e consistentes. O prefeito ficou receoso e temeroso com o fato, não pensou duas vezes, ajoelhou e rezou na cartilha dos vereadores. Foi escancarado o “trem da alegria” na área da educação.

O prefeito Ademildo, do PT, mostrou o lado doca; demonstrando uma fragilidade gritante e os vereadores ficaram robustecidos e confiantes diante de um prefeito que não segura com firmeza qualquer posição ou decisão tomada, estribuchando-se num vai-e-vem constante. Os vereadores sabem que o prefeito não governa com minoria na Câmara e saíram na correria para arranjar diretor de escola. É um “Deus nos acuda.” É uma verdadeira farra.

Teve vereador oferecendo diretoria de escola a migué, chegando ao ponto de telefonar para uma pessoa e perguntar: “Você não quer uma diretoria de escola?” e o indagado respondeu: “Não, obrigado! É uma questão de princípio.” Esta conversa foi e está gravada no celular. É um leilão ou um cabide de emprego? É isso que é justo e que está correto, prefeito? É por aí que deve caminhar a educação de Ipirá? É esta a solução para uma educação de qualidade? O que vai melhorar na educação de Ipirá com esse festival de ofertas, parecendo uma liquidação comercial?

O prefeito Ademildo cedeu. Interessante é que as causas do provável afastamento não desapareceram num passe de mágica, continuam no mesmo patamar, embora engavetadas, para o próximo ataque. O prefeito poderá virar refém da Câmara, a não ser que ceda, ceda, ceda cada vez mais, justamente naquela questão que ele faz questão de dizer que não cederá por hipótese alguma. Vá devagar prefeito que o rei do jogo de xadrez poderá virar o cavalo da grande batalha.

Não importa que a educação seja prejudicada. O que vale é o interesse eleitoreiro dos vereadores, que têm que garantir salários para cabos eleitorais que defendam seus interesses nas escolas. Para onde vai um troço desse? Esse troço que estou falando é a educação das crianças e jovens de Ipirá.

Com tudo isso e por tudo isso, o município de Ipirá é o grande derrotado; tristemente derrotado. É justo que Ipirá não tenha maca, ou lençol limpo, ou remédio no hospital, mas que na campanha eleitoral o dinheiro público saia pelo ralo para bancar o candidato oficial do grupo que está no poder? É justo isso?

É justo que o grupo que está fora do poder, e até mesmo o que detém o poder, tome dinheiro emprestado para bancar suas candidaturas e depois, o eleito, se ache no direito de tirar o dinheiro da prefeitura para cobrir o que gastou na campanha? O dinheiro público paga a eleição antes e depois. É justo isso? É justo parar o município por seis meses para pagar o dinheiro emprestado da campanha? É justo que o cidadão ipiraense pague IPTU para que esse dinheiro seja reembolso de campanha? Esse é o grande mal-estar dessa terra. É assim que Ipirá é estuprada.

É justo que o dinheiro público de Ipirá seja fatiado entre espertalhões do grupo político vencedor, seja lá quem for, enquanto o município está atolado na seca e no empobrecimento? Vou fazer um Raio X para você entender essa engrenagem. A prefeitura é uma fazenda que não tem tempo ruim, ou seja, não tem seca. A prefeitura tem 18 filés-mignon, falando em português, o melhor quinhão, o mais desejado e apreciado. Têm uns 50 macacos e uns 50 jacus que matam o pai e a mãe por um filé desse. Toda briga politiqueira de Ipirá está em torno disso. Quem vai “comer”, “papar”, “mamar” esse filé?

Vamos ao filé: (vou colocar meus valores para ver se a transparência tem a coragem de divulgar o valor real) 1. Contrato para coleta do lixo, 250 mil reais/ mensal – 2. Contrato da informática, 900 mil reais/ anual (quase passa) – 3. Contrato do transporte escolar, 250 mil reais/mensal – 4. Locação de carros, 30 mil reais/mensal – 5. Aluguel de casas, 50 mil/ mensal – 6. Contrato gasolina, 1 milhão/ anual – 7. Segurança eletrônica, 84 mil reais/ anual – 8. Segurança particular, 60 mil reais/anual – 9. Contrato de remédios, 1 milhão/ anual – 10. Empreiteiras, 500 mil/ mensal – 11. Fornecedores: Supermercado, 140 mil/ mensal – 12. Material de Construção, 300 mil/ mensal – 13. Frigorífico, 80 mil reais – 14. Papelaria, 40 mil/ mensal – 15. Publicidade e Marketing, 800 mil/ anual – 16. Contratar bandas São João, 60 mil/tarefa – 17. Contrato Programa de Rádio, 120 mil/ anual. 18. Carro-pipa 150 mil reais/ mensal (temporário)

Agora é a vez da macacada. A jacuzada fica arruinada para desbancar a macacada e chegar a sua vez de dividir o bolo. Não tem santo. Essa é a elite de espertalhões que briga pela prefeitura e que lucra com a politicagem de Ipirá. São os marajás que são os grandes beneficiados com a politicagem desta terra. Basta que algum prefeito mal intencionado coloque 10% de comissão/mensal para sair abarrotado. Ainda bem que isso não acontece em nosso município, porque todos os prefeitos de Ipirá saíram pobres e lisos. Não é átoa que essa gente se envolve na campanha, é tudo “por amor a Ipirá.”

Entre os assalariados também tem seus marajás. Um casal de médicos na condição de lideranças e filiados ao grupo percebem 30 mil cada/ mensal – 60 mil os dois. Os médicos da jacuzada estão esperando a sua vez de pegar essa bolada, basta colocar os macacos para fora. Tem mais marajá: Assessor Especial Técnico em Planejamento, 60 mil/ anual. Esse é uma espécie de químico em conta de prefeitura. Veja que nome de marajá bonito: Mestre em Saúde Coletiva para Acompanhamento e Assessoria em Programas e Projetos junto à Secretaria Municipal de Saúde no período de 26/3 a 31/12/2013, valor 24 mil reais, prazo 26 dias. É assim que o sistema rumina seus apaniguados enquanto o município está entregue ao descaso, com ruas sujas, obras mal feitas, hospital sem coisas básicas, educação de faz-de-conta, a miséria se alastrando. Quer mais do que isso?

Ah! Sim! A fazenda que não tem tempo ruim, também tem o seu lado chupa-molho: são os trabalhadores que ganham o salário mínimo e aqueles profissionais que estão com os salários defasados. Pena que o vereador Arnor do Sindicato, do PT, ainda ache que o prefeito Ademildo, do PT, vá governar ouvindo as organizações sociais porque ele deu a sua palavra na posse. O Sistema, meu nobre vereador, não vai deixar. A APLB que o diga. Ipirá é quem perde.


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