sábado, 1 de junho de 2013

O RIO E AS LÁGRIMAS.


Cem dias de governo. Independente 3 x 3 União em jogo de 180 min. Prefeito 4 x 4 Vereadores, com um prefeito em suspensão e quatro vereadores suspensos, em jogo cheio de armação. O prefeito foi vaiado pela torcida do União. Não é nenhuma novidade; faz parte do jogo dos jacus e dos macacos.

Como seria bom se esta seca tivesse somente cem dias de governo; seria ótimo! Pois que, o império da seca tem mais de cinco anos em constante ação, acabando com tudo. O catingueiro está sem dá prosa e nem a quem reclamar; não tem apelo, nem santo que faça milagre. Nos céus, são ouvidos moucos; em Brasília, é conversa fiada. Essa estiagem está estorricando a terra, dizimando rebanhos, impedindo a produção e dilapidando patrimônio. Sem muita delonga, está acabando com a zona rural do município de Ipirá. Olha que esta situação já vem espezinhando há anos e de forma inclemente. Este aperto que o produtor esperava para agosto 2013 começou em março 2013, não existe previsão para acabar nem a seca, nem o aperto, mas para acabar a zona rural não precisa nem fazer previsão. O aperto do prefeito só tem cem dias.

Cem dias de governo e o prefeito agindo com seu staff no beco da Palhocinha verificando in loco o que está sendo feito para o bem do município. Esse beco poderá ser nossa salvação, principalmente para quem tem medo daquele dito popular: “beco sem saída” e além do mais, nada melhor do que aquele outro dito popular: “quem engorda o boi é o olho do dono.” Daí só deve sair coisa boa.

Ruim mesmo está na região do Rio do Peixe e adjacências que sofrem absurdos, não com os cem dias de governo, mas com os cinco anos de seca, sendo assim, o Rio do Peixe, sem esquecer adjacências, ficou num beco sem saída, porque não tem nem boi para engordar os olhos do dono. Veja que situação! Se o prefeito não olhar para esse beco estará tudo perdido. A perdição do Rio do Peixe não é de hoje, nem de ontem, sem virar beco, não foi visto pelos cem dias, nem na manhã seguinte.

Nesses cem dias de governo, significativo para o beco, nada promissor para o rio, assim sendo, muito pouco para adjacências. Enquanto o império da seca desmantela a zona rural, tem gente que desmantela a fortaleza do paço municipal e afunda nos tacógrafos dos ônibus municipais, que estavam estacionados no pátio da prefeitura, que virou e vira estacionamento privado e pago quando o Axé Vavá tem festa grande. Parece que é roubo encomendado de gente do meio. Jacu e macaco é problema para o município de Ipirá, tanto na elite que gosta da fatia gorda, como na malandragem que come sobejos da mesa. Em cem dias de governo, isso ainda não pode ser considerado desmando com a coisa pública. Desmando é não lembrar que o Rio do Peixe existe em cem dias de governo. Assim pensa o rio.

O Rio do Peixe é um rio sem prestígio. Não tem prestígio, mas é passagem de água, que é um bem essencial para regiões que sofrem impacto da seca. É mais fácil fazer uma viagem à lua do que uma barragem no rio. Água corre livre, sem barreiras, barragem, impedimento e água vai para o mar, a terra fica estorricada. Governo de cem dias não corre livre, não tem tempo para ver a água, está preso no beco, buscando saída, não vê a água que escorre, nem a terra estorricada. Que sorte! Nada melhor do que um governo de cem dias, num beco.

Governo de cem dias quando se livra do beco cai na praça. O rio fica com água na boca, não pode ser beco, muito menos praça. É chato não ser visto em cem dias no beco. A saída é a praça, principalmente se a praça foi reformada tem pouco tempo. Reforma-se o que foi reformado. Termina-se uma obra faz-se outra. A brinquedoteca da praça é uma porcaria feita pelo antecessor Diomário, dinheiro jogado fora. Pouco importa, vamos jogar dinheiro dentro, no Ponto Cidadão. Ipirá não tem outro local para funcionar esse ponto, só tem a praça. Macaco constrói, macaco destrói. No Rio do Peixe não adianta nem pensar. Na praça vai ficar visto e revisto, até para as barracas que vendem café, mingau e bolo. A praça será um cortiço. O Rio do Peixe não serve nem para cortiço.

Que triste sina a do Rio do Peixe, não serve para nada. Não serve para cortiço, muito menos para Ponto Cidadão, nem mesmo para ser rio, só porque não é beco, nem praça. O governo dos cem dias pede para a deputada Neusa Cadore conseguir fábricas para Ipirá. O governo estadual negou dois galpões para a fábrica de Ipirá. Vixe qui probrema! Ainda bem que nem uma fabriquinha não vem para Ipirá nem a pau. Imagine que situação! No local das fábricas, o ex-prefeito Diomário construiu casas populares, se chegar uma fabriquinha, aí o governo de cem dias vai ter que desfazer a obra do antecessor. Isso tudo é coisa de prefeito que quer ficar preso no beco, sem ouvir o povo antes de fazer a obra.

Um conselho: prefeito Ademildo Almeida, do PT, faça ponto no Rio do Peixe, não é nada demais, ademais com esse ponto, V. Exa. tornar-se-á mais cidadão, pois poderá contemplar a terra árida e observar bem observado que a terra está virando deserto e um rio seco que não tem nem ao menos uma lágrima para derramar por uma Ipirá que se depaupera. Enquanto o prefeito está num beco, Ipirá cai em ruína na zona rural. Quem sabe se V.Exa. não vai chegar à conclusão que devemos esperar a chuva! Viva o beco!

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