sábado, 5 de julho de 2014

DESCENDO A LADEIRA.


Começou a Copa do Mundo no Brasil; mesmo tendo iniciado um mês atrás. Agora, só joga quem tem farinha no saco. Brasil x Alemanha; (estou fazendo o prognóstico antes dos jogosè) Argentina x Holanda.

Começou a seca em Ipirá; mesmo tendo iniciada a cinco anos atrás. Agora, só suporta quem tem farinha no saco, ou seja, quem tem recursos para aguentar quatro meses, no mínimo, de estiagem, caso contrário, é mais dor de cabeça. Ipirá entre a última Copa e esta, foi atingida por duas calamidades: a pirâmide e a seca.

A pirâmide afanou de nossa praça mais de dez milhões de reais. Um golpe bem arquitetado, preparado com uma velhacaria tão aguda, que as pessoas lesadas aceitaram o golpe sem esboçar a menor reação possível, caíram num silêncio absoluto, até mesmo porque, qualquer ação jurídica tramitará no distante Estado do Acre, sendo que, até esse desfecho deve ter sido presumido no mirabolante plano de roubo dos estelionatários profissionais. O que era para ser um Eldorado virou um pesadelo. Ipirá sofreu um baque com esse laço desonesto.

A seca castiga violentamente a nossa região. Dilapida a economia e devasta o setor produtivo. Conduz o município a um estado de pobreza e insolvência. Nenhum município desenvolve se não tiver um setor produtivo eficiente. O nosso principal setor de produção está completamente dilapidado devido às constantes secas que incidem sobre a nossa região. Com a pecuária claudicante a situação econômica no geral degringola.

A discussão sobre a realidade do município é surreal. Discutem sobre festa como se Ipirá fosse um pólo turístico. Um prefeito afirma que não é irresponsável para contratar banda de quatrocentos mil reais para tocar no São João num município que está em estado de calamidade. Justo, justíssimo. Ao mesmo tempo, promete que fará um grandioso São João no próximo ano, no Parque de Exposição. Dá para imaginar, gastos de mais de um milhão de reais e contrato dos aviões da vida por 390 mil reais, num município em estado de calamidade. Não deixa de ser contraditório.

O outro prefeito acha que para tirar Ipirá da dificuldade em que se encontra, a prefeitura tem que fazer megaeventos, contratar “atrações” de quinhentos mil reais; gastar milhões em festa que isso aqui vai virar um paraíso. Imagine que situação. É assim que Ipirá está enfrentando o presente e o futuro: com a cabeça no mundo da lua.

Com um espalhafatoso e outro espetaculoso, Ipirá tem seu destino entregue a essa gente de olho num convidativo banquete de oito milhões de reais mensais e muita conversa mole com a devida gabolice dos merecimentos pessoais. Personificam com inteireza a vaidade e a fanfarronice. É assim: entre o extravagante e o fantástico, a população de Ipirá tem que ficar maluca e delirante para poder suportar essa caminhada para o ...

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