Começou a Copa do Mundo no Brasil; mesmo tendo
iniciado um mês atrás. Agora, só joga quem tem farinha no saco. Brasil x
Alemanha; (estou fazendo o prognóstico antes dos jogosè) Argentina x Holanda.
Começou a seca em Ipirá; mesmo tendo iniciada a cinco
anos atrás. Agora, só suporta quem tem farinha no saco, ou seja, quem tem
recursos para aguentar quatro meses, no mínimo, de estiagem, caso contrário, é
mais dor de cabeça. Ipirá entre a última Copa e esta, foi atingida por duas
calamidades: a pirâmide e a seca.
A pirâmide afanou de nossa praça mais de dez milhões
de reais. Um golpe bem arquitetado, preparado com uma velhacaria tão aguda, que
as pessoas lesadas aceitaram o golpe sem esboçar a menor reação possível,
caíram num silêncio absoluto, até mesmo porque, qualquer ação jurídica
tramitará no distante Estado do Acre, sendo que, até esse desfecho deve ter sido
presumido no mirabolante plano de roubo dos estelionatários profissionais. O
que era para ser um Eldorado virou um pesadelo. Ipirá sofreu um baque com esse
laço desonesto.
A seca castiga violentamente a nossa região. Dilapida
a economia e devasta o setor produtivo. Conduz o município a um estado de
pobreza e insolvência. Nenhum município desenvolve se não tiver um setor
produtivo eficiente. O nosso principal setor de produção está completamente
dilapidado devido às constantes secas que incidem sobre a nossa região. Com a pecuária
claudicante a situação econômica no geral degringola.
A discussão sobre a realidade do município é surreal. Discutem
sobre festa como se Ipirá fosse um pólo turístico. Um prefeito afirma que não é
irresponsável para contratar banda de quatrocentos mil reais para tocar no São
João num município que está em estado de calamidade. Justo, justíssimo. Ao
mesmo tempo, promete que fará um grandioso São João no próximo ano, no Parque
de Exposição. Dá para imaginar, gastos de mais de um milhão de reais e contrato
dos aviões da vida por 390 mil reais, num município em estado de calamidade.
Não deixa de ser contraditório.
O outro prefeito acha que para tirar Ipirá da dificuldade
em que se encontra, a prefeitura tem que fazer megaeventos, contratar “atrações”
de quinhentos mil reais; gastar milhões em festa que isso aqui vai virar um
paraíso. Imagine que situação. É assim que Ipirá está enfrentando o presente e
o futuro: com a cabeça no mundo da lua.
Com um espalhafatoso e outro espetaculoso, Ipirá tem
seu destino entregue a essa gente de olho num convidativo banquete de oito milhões
de reais mensais e muita conversa mole com a devida gabolice dos merecimentos
pessoais. Personificam com inteireza a vaidade e a fanfarronice. É assim: entre
o extravagante e o fantástico, a população de Ipirá tem que ficar maluca e delirante
para poder suportar essa caminhada para o ...
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