domingo, 19 de junho de 2016

AI DE TI, IPIRÁ! (parte 2)


Vamos pensar um pouco. Só um pouco mais do que estamos acostumados. Algumas pessoas reclamaram das fotos da postagem “Ai de ti, Ipirá! (parte 1). A grande preocupação, para essas pessoas, foram as fotos e não o conteúdo. Tem pessoas que estão cativas da superficialidade de uma forma tão profunda que, para elas, as coisas resumem-se às imagens e o conteúdo não tem nenhuma importância. Por aí vamos nós.

Nós estamos bem próximos das eleições municipais de 2016 para a escolha do administrador do município de Ipirá. Temos dois candidatíssimos ao pleito (infelizmente), ambos, terão que apresentar suas propostas ou no mínimo o que pretendem fazer por esse município. Terão que debater a situação do município e seus propósitos, cara a cara, olho no olho com a população. Ou não é por ai? Se assim for, o conteúdo vale mais do que a fotos que se apresentam.

Se estivéssemos à véspera de um ”Concurso de Bonecos”, aí sim, a foto teria predominância absoluta diante do conteúdo. Neste caso, seria muito simples, mais fácil e descomplicado; era só, eleger o boneco mais bonito! Boneco não fala, não houve, não vê. Vixe, Nossa Senhora, Santíssima Santinha, da Igreja de Ipirá, pense num boneco administrando Ipirá! Só ia ficar “os loro” da prefeitura, a turma da esperteza ia raspar o tacho.

Nossa Mãe do Céu, imagine um troço desconcertante! Bonecos vestidos como prefeitos, pleiteando sentar na poltrona mais acolchoada da localidade e investido do poder executivo da municipalidade! Um boneco posto como chefe! É muito mais um angu-de-caroço. E a discussão? Não seria apenas de números, de dezenas para a cabeça da pule no jogo do bicho, seria sobre a foto. Como a foto desse boneco saiu feia! Não desentortou nem o nariz de cera! E o nariz de Pinóquio desse boneco tem uma légua de crescimento! O que Ipirá ganha com a discussão sobre bonecos? Na minha compreensão, nada.

Quem pensava que Tia Eron era uma boneca cobiçada, lascou a boca, ela votou como uma deputada arretada, não se deixou acunhar. Agora, pense num boneco malemolengo, do tipo Mané Gostoso! Pensou naquele deputado federal do Pará, o tal do Wladimir Costa, o elemento fez a defesa do Cunha, foi contra o parecer do relator e na hora do voto meteu o ferro no amigo! Taí um troço que a gente pode chamar de boneco-deputado! Um boneco de engonço, pendurado numa trave, que se move quando o eleitor senta o ferro.

Eu penso que é um perigo ser governado por um boneco. Tem mais, boneco por boneco, seria bem melhor um boneco de Olinda. Vai observar os problemas do município lá do alto; não vai apertar a mão de ninguém depois do concurso, também, não apertaria antes; nem pense em receber dinheiro para depositar seu voto nesse boneco, ele é liso até no bolso; não promete nada por ter convicção que promessa é coisa de santo; não tem cara-de-pau, é feito de gesso e pano; não enrola as pessoas, por ter mãos molembolembas; não faz acordo para não cumprir, porque não cumpre o acordo que faz; não mete a mão em cofre de dinheiro, porque não mete a mão em cumbuca; não toma emprestado, porque emprestado cria limo; por fim, toda self que faz só mostra a mesma cara, não tem duas, nem três fotos, é só a mesma cara, tanto faz na RG como na Habilitação. Não haverá porque reclamar.

Convenhamos que a reclamação está fora do prumo. Ipirá tem que ser encarado dentro da sua realidade e complexidade. Ipirá tem dentro de si, um bolsão de pobreza crônica, que está desenhado na quantidade de famílias inscritas nos programas sociais do governo federal. Mais de treze mil famílias no Bolsa Família, colocando-se três pessoas por família teremos uma quantidade avassaladora de 39 mil pessoas numa população de 62 mil pessoas. Esse é o gargalo que atravanca Ipirá. Isso é preocupante.

Com números nesse patamar Ipirá não tem perspectiva, porque dentro da ótica das esferas governantes mais elevadas, nível estadual e federal, não há dinheiro público para investimento e só se investe onde tem retorno. Capital e pólo produtor são as preferências, municípios médios e pequenos do semi-árido como Ipirá, são lugares de contenção e represamento da população para não migrarem para os grandes centros. E para tal, haja assistencialismo.

Eis uma questão e quem se habilita a ser candidato tem que ter um parecer sobre essa situação. Então, lá vai uma segunda perguntinha, bem simples, para os candidatíssimos Marcelo Brandão e Aníbal Ramos: Qual é a opinião dos senhores candidatíssimos para esta problemática do bolsão de pobreza no município de Ipirá e como encará-lo?

É bom lembrar a primeira pergunta: Qual é a proposta dos senhores candidatíssimos para promover o desenvolvimento do município de Ipirá? Essas perguntas são relevantes e têm uma importância muito grande para Ipirá. Foto não responde a essa perguntas nem aqui, nem no inferno, por isso e por outras razões, o conteúdo das matérias que são escritas e o conteúdo dos candidatos que se apresentam são mais elucidativos do que qualquer foto, inclusive com fotoshop.

Não adianta querer esconder o sol com uma peneira, tem muito interesse particular e exclusivista em jogo. Os candidatíssimos vão ter que soltar a língua, não com xingamentos, mas com propostas, para que a população tenha noção do que teremos pela frente. Ipirá, queiram ou não, é o mais importante e não pode sofrer um abuso coletivo.

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