sábado, 8 de outubro de 2016

ESTAS MAL TRAÇADAS LINHAS

Aos amigos petistas de Ipirá, isso não é uma carta de assombração, simplesmente, é a realidade. O PT de Ipirá saiu do pleito municipal 2016, em nosso município, menor do que entrou; sem fazer um vereador, sobrou apenas uma primeira suplência, isso porque estava na chapinha, porque no chapão de Diomário ficaria com a quarta suplência, embora, tenha tido, nestes últimos oito anos, secretarias, cargos na administração e até a primazia de gestor municipal.

Hoje, não sobrou nada. Não tem mais secretarias; nada de cargos; não tem a menor perspectiva de ser cabeça de chapa da oligarquia. Tudo se foi. E agora José? José, para onde? José voltou a ser José. Agora tem que se contentar em ser uma sombra, porque viveu oito anos de lua de mel, mas não se consolidou como força política, deixou de ser o protagonista e escorregou no seu próprio engano. Pensou uma coisa e foi outra.

Muitos dirão que foi incompetência; outros afirmarão que não é bem assim. É bom que se diga que nesse círculo vicioso de jacu e macaco não se transita, nem se estabelece a bom contento sem dois tostões, quatro vinténs e meia dúzia de pataca. Nesse meio de jacu e macaco, a botija costuma ser pela rasura com o jabaculê pegando picula e uma prestação de contas de R$ 139 mil reais, quando o detono foi de mais de um milhão cada um, mas a moeda costuma ser podre e um não vai pisar no pé do outro, porque o calo (do verbo calar) está no mesmo lugar.

Só duas personalidades políticas se deram bem nesse arranjo jacu e macaco, Jurandy e Diomário, porque dançam conforme a música e sabem que de trocados, miúdos e quebrados não se constrói a fortaleza de São Pedro.

Os petistas viveram um sonho gostoso de sonhar, era tudo perfeito e glamouroso; vislumbraram o poder e pensaram que o tinha alcançado. A vida costuma ser traiçoeira. O sonho foi crescendo, crescendo e virou um pesadelo. Uma corrente política foi... foi... foi... e virou uma tendência dentro da macacada, só falta se contaminar pelo ódio aos jacus e pelo amor ao embuste para virar macaco. Que Deus o livre da má hora.

O PT de Ipirá era daquela linha xiita que apurava raça até com ele mesmo, fugia de uma aliança como o diabo foge da cruz e assim manteve-se por várias eleições, até que chegou ao patamar de 2.240 votos em 2004, virou a cabeça e aconteceu o desvio de rota. O Renova quando chegou a 2.235 votos (sem o PT) em 2012, virou a cabeça e aconteceu o desvio de rota. Parece que o pensamento é assim: “com dois mil votos deixei de ser menino e já não posso cutucar o coroné!” Vai que é doce!

Voltando ao PT de Ipirá; em 2004, o PT teve 2.240 votos em Ipirá e fez um vereador com a ajuda do PCdoB; em 2008, ocorreu o desvio de rota e o PT local se juntou à macacada com a promessa da vice, não ganhou a vice e perdeu o vereador, por sorte, a macacada ganhou e os petistas assumiram a Secretaria de Saúde.

Em 2012, depois de certa chantagem o PT de Ipirá ganhou a vice (por pressão) e se deu bem por causa de 49 votos, um triz; fez um vereador, ficou com a Secretaria de Agricultura e terminou sendo o prefeito após a renúncia explicada, mas não justificada.  A sorte estava ao lado do PT de Ipirá, 49 votos foi que evitou o desmantelamento do PT de Ipirá naquele instante.

O PT de Ipirá tinha chegado onde queria e pretendia para deslanchar como força política em Ipirá. Um vereador, um secretario e prefeito. Era a tática de comer o macaco por dentro e se tornar a segunda força hegemônica de combate ao grupo da jacuzada que tinha virado uma direitona, por obra e graça da sabedoria política do governador Jaques Wagner que tinha virado macaco em Ipirá. A sorte faltou ao PT de Ipirá, perdeu até o vereador que tinha.

Agora, a direita vai assumir a prefeitura de Ipirá. O lençol de Rui Costa está ficando curto e encolheu bastante. Assim como Vagner, o governador Rui pouca bola dá para o PT de Ipirá, prefere jogar com Jurandy Oliveira.

Agora, não custa nada, adiantar o tempo para 2018, o Rui precisando de voto, com uma carne de pescoço pela frente, podendo levar um empurrão; com quem ficará as lideranças da macacada: Antônio Colonnezi, Dudy, Jurandy Oliveira (todos amigos de José Ronaldo)? Eu não sei! Acredito que, com quem estiver com chance de vitória. Diomário eu tenho “quase certeza” que vai dá ‘um migué’ (a doença, a idade, ter que curtir a felicidade). Assim é a vida.

Lutamos contra os golpistas. Assim como Wagner, o governador Rui deve gostar muito de prefeito (não importa se macaco ou jacu) e essa jacuzada que chegou à prefeitura gosta muito de governador (não importa se de direita ou de esquerda); ai neste aperto e dificuldade econômica que vive Ipirá, a única forma da jacuzada mostrar serviço é colocando em cima da mesa do governador uma série de pedidos para o município e, sendo atendida, ficará ao lado do governador, isso é vezeiro com jacu e macaco.

Se não for assim, a administração da jacuzada poderá ficar só em festa, porque o dinheiro do município já está fatiado, não sobra nada. Não custa nada para Marcelo dizer que é para o bem de Ipirá; não custa nada para Rui dizer que é jacu em Ipirá, Wagner era que era macaco.

Meus amigos petistas de Ipirá, não levem nada disso à sério, o que eu queria dizer mesmo é que, em Irecê o prefeito Luizinho Sobral fez o maior São João da Bahia por quatro anos seguidos, colocava propaganda até na lua, levou pau na eleição municipal e que nós devemos lutar contra os golpistas. É necessário se discutir todas as questões. E discutir muito.

O PT de Ipirá teve 1680 votos para a vereança; sozinho não faria um vereador pelo coeficiente de 2.311 votos. Então, aliança entre os pequenos é mais do que necessária. O chapão da jacuzada teve 16.397 votos para vereadores. O chapão da macacada teve 14.283 votos para vereadores. E a chapinha do Renova/PT teve 3.987 votos.

Com uma candidatura própria à prefeito, esse único vereador teria sido eleito, não há dúvida sobre isso. Para prefeito nós teríamos uma votação nesse patamar de 3 a 4 mil votos. Não ganharíamos! Não, mas não encheríamos a lingüiça do jacu para quase 18 mil votos e a do macaco para 16,4 mil votos. Lembrando que teve mais voto nulo/branco para prefeito (2.991) do que para vereador (2.583).


Finalizando, é necessário levar em conta a queda eleitoral dos candidatos à vereança: Arnor; Arismário; André (comparado a Paulinho); Moreu; José Ário. Tem muita coisa para ser discutida e eu digo tudo isso, porque tenho muita estima aos meus companheiros e amigos petistas, que eu acho que tem que ser uma força protagonista na política de Ipirá e não apenas um puxadinho da macacada ou jacuzada. Um abraço a todos.

2 comentários:

Pr. Gilson Santos disse...

Perfeita a sua leitura. Espero que os "PTistas" de Ipirá pensem e voltem a trilhar seu próprio cominho. Parabéns, Agildo!

Unknown disse...

Agildo Barreto,

Visceral a sua análise. Bem construida e equilibrada, sem paixões! Infelizmente, muitos ainda não perceberam que esta terra, Ipirá, precisa de renovação, de ideias capazes de enterrar no limbo da história forças atrasadas como a que temos há tanto tempo. O Renova perdeu uma grande chance de se firmar como uma nova força. É bom lembrar um velho adágio popular " a pressa é inimiga da perfeição ". Não se constrói da noite para o dia uma força aguerrida, respeitada e com futuro radioso, pegando atalho. Se atalho fosse bom, não existiria caminho.
Os democratas sinceros de Ipirá, e sabemos que existem, precisam usar da persistência, determinação e acuidade política para crescerem como força política em qualidade e coloração própria.