segunda-feira, 1 de maio de 2017

É DE ROSCA (28)

Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo: 28 (mês de setembro 2016)(atraso de 8 meses) (um por mês)

- Ô, Bell! Aqui, Bell! Toque aí “Tô de Boa”.

- Prefeito Marcelão! Quem é aquele folião que ta pedindo música? Aquele lá, ali, o que mais quebra na avenida! Se ele pedir música três vezes eu vou ter que tocar – indagou e comentou o cantor Bell.

- Bell, toca Tô de boa – fazia um intervalo e gritava bem alto – TOCA TÔ NA BOA!

- Eu só toco música do Chiclete. Você não me é estranho, eu te conheço de algum lugar. Você é de Baixa Grande?

- Não, eu moro aqui em Ipirá! Eu moro depois do Parque de Exposição.

- Ah,sim! Agora, eu me lembro de você. Eu era menino, passava por aqui para tocar na micareta de Baixa Grande e você já estava lá, depois do Parque de Exposição de Ipirá. Pois é meu fã! Diga que valeu, valeu demais... – e o trio de Bell esquentou o circuito.

A Polícia Militar arrepiava na avenida. O prefeito Marcelão apontou com o dedo: “aquele lá!” A PM encostou no folião que quebrava na maior felicidade do mundo.

- Esse aqui? – perguntou o comando da tropa ao prefeito.

- Sim – respondeu o prefeito Marcelão.

- Ele é do seu grupo jacuzada? – indagou o comando.

- Não, é macaco! Apila que eu quero ver – respondeu o prefeito, fechando a mão e apontando o polegar para baixo.

- Carteira de Trabalho! – pediu o comando ao folião.

- Eu sou o Matadouro de Ipirá, eu não tenho Carteira de Trabalho, eu nunca trabalhei em minha vida.

- É vagabundo e vagabundo é no pau.

Sentaram a ripa; tascaram a pua; baixaram o sarrafo; desceram a borracha; lascaram a fanta; deram-lhe de cacetete. O matadouro gemia que nem um condenado. Perdeu o telhado; uma parede lateral veio abaixo; a frente desabou; os currais caíram. Ninguém disse nada. Faz 25 anos e ninguém diz nada, parece até, que Ipirá não precisa de matadouro, justo o matadouro, que é uma das pilastras essenciais para a sustentação da economia rural de Ipirá; justamente, o calcanhar de Aquiles para o suporte da pecuária de corte no município de Ipirá, ou seja, a salvação do pecuarista nesse município.

Bell como sempre majestoso, mandava nos acordes e na cantoria: “Diga que valeu e valeu de...mais! O prefeito Marcelão, não perdeu tempo:

- Meu fã, Bell! Você já está contratado para o maior São João do Brasil, o que eu vou realizar aqui em Ipirá, no mês de junho. Vai ser lá no espaço onde ficava esse tal de matadouro, agora, aquilo lá, vai ser o maior espaço de show do Brasil e vai ser utilizado para o progresso dessa terra.

- Valeu, meu prefeito Marcelão! Digo que valeu, valeu de...mais. Pode botá o arame na minha conta corrente, que eu estarei aqui, meu prefeito Marcelão! Diga que valeu, valeu demais. Obrigado Ipirá, obrigado meu prefeito Marcelão!

- Muito obrigado, meu fã Bell! Acabou meu problema, acabou o Matadouro de Ipirá; acabou a novelinha; já foi, agora é só FESTA E ALEGRIA – gritou eufórico o prefeito Marcelão.

Suspense: sobrou prá mim. O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro? Nada. Será que os turistas de Itapipoca vão levar o matadouro com eles? Será que o fã-clube de Bell, lá de Brasília, vai levar esse matadouro? Será que o matadouro deixou de ser um problema em Ipirá?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente! Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.


Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

Nenhum comentário: