terça-feira, 16 de maio de 2017

É DE ROSCA (29)

Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo: 29 (mês de outubro 2016)(atraso de 7 meses) (um por mês)

O prefeito Marcelão, depois de 125 dias de muito trabalho, retirou da cabeça o capacete branco-cinzentado de tanta poeira das suas obras e colocou-o em cima do armário, tomou um belo banho e foi dormir. Com dois minutos, começou a sonhar com o seu município. Era um sonho inovador, com um progresso nunca antes alcançado, era tanto dinheiro que corria pela cidade, que ele pensou em fazer um dinheiródromo.

O locutor narrava a corrida de forma entusiasmada, com mais vibração do que em corrida de cavalo: “corre por dentro o dólar, por fora, vem o iene japonês se aproximando, cabeça com cabeça, o euro se estica todo e bota a cabeça com um focinho de vantagem, o real vem atrás, mas se aproximando e começa a cutucar os que estão na frente, que disparam em direção ao bolso, quem entrar no bolso primeiro ganha a corrida, o dólar vem com força, o iene japonês se aproxima, o euro ta na reta de chegada, o real ganha espaço e vai chegando, vamos que vamos, é a reta de chegada e...” bibibibibibibibiibiibiiibibibibiibibibibibibiibibibibibiibibi.

A campainha toca sem parar e acorda o prefeito Marcelão, que meio-tonto, sem entender direito o que está acontecendo, percebe que é a campainha da sua casa que lhe tirou do sono e do sonho no momento de maior emoção, que é a chegada do dinheiro. Olhou o relógio, 5 h da manhã. “Quem será uma hora dessa?”

Levantou pensativo e determinado pegou a marreta: “Se for um jacu arrependido eu vou pisar no rabo e meter-lhe uma marretada bem no cucurete.” Quando chegou à porta, indagou:

- Quem é?

- Sou eu, prefeito Marcelão!

- Eu quem?

- Não ta conhecendo minha voz não? Ipirá todo me conhece, sou o Matadouro de Ipirá.

O prefeito Marcelão pensou imediatamente: “O que é que esse macaco quer em minha casa?” Abriu a porta e indagou:

- O que é que você quer?

- Eu estou querendo saber qual é seu pensamento em relação a mim, porque Vossa Excelência colocou nos seus 125 dias, mais obras, mais iluminação, mais isso e mais aquilo e esqueceu de mim. Quer dizer que eu sou menos obra?

- Fica na tua Matadouro de Ipirá, senão eu vou te dar uma marretada que tu vai cair no Ponto de Serra Preta – falou o prefeito Marcelão.

- Sem essa, prefeito Marcelão! Vossa Excelência tem que dizer o que vai sobrar pra mim em seu governo, é só mais obra, mais obra. E eu, sou menos obra? – indagou o Matadouro de Ipirá.

- Você é um 49 que eu tenho atravessado na garganta, por isso, eu fiz uma potencialização com mais de 1.600 e encontrei um certo loga ritmo, que me elevou a uma em nésima potência, devido curva no desnível na bifurcação ao gebra, que me levou ao papo reto e...

- Pode parar! V. Excelência não é físico nem matemático. Isso aí ta parecendo suas obras e mais obras, que é de papo furado e o povo de Ipirá tem que ficar se lambisguando, pensando que ta no tempo do ex-prefeito Dió, que tapava a praça para fazer obra e a obra saia uma obra, que continua uma obra até hoje. Veja lá, que merda V. Excelência está querendo fazer.

- Você me respeite, seu matadouro! Eu sou é prefeito e em 125 dias fiz mais obras do que os 12 anos de vocês, eu só não lhe dou uma marretada porque estou na porta de minha casa e...

- Sem desespero, prefeito Marcelão! Eu só quero saber, se eu sou ou não sou uma obra em Ipirá?

Suspense: Veja que situação: Um matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma desgraça dessa?  O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro? Será que o matadouro deixou de ser um problema em Ipirá? Prefeito Marcelão, bota o Matadouro de Ipirá no teu outdoor!

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente! Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.


Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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