Neste artigo, procurarei
fazer-me de desentendido para não ser compreendido, embora as coisas ocorram
pelo avesso do contrário. É muito simples: um município só desenvolve quando
tem produção material ou cultural, ou se embrenha pelo comércio. Levando-se em
conta o aspecto da geração de trabalho e renda.
Sendo Ipirá um município de
base rural, com uma economia fincada na pecuária, com predominância da pequena
propriedade é razoável que se pense de forma coerente sobre esse setor
econômico. É justamente aqui, que está o X do problema e o Y da questão. Como
desenvolver este setor?
São mais de 6.800
propriedades rurais. A seca é uma agravante, mas não é um impedimento. Onde
está a solução para o fomento da atividade pecuária em condições de
consolidação e crescimento? De forma bem simples; no amparo da produção. Se a
produção tiver meios de garantia e suporte no mercado ela prosperará. Ou não é
assim?
Essa pecuária de Ipirá está
carente e necessitando de um suporte adequado para poder prosperar. Mais do que
prioridade, é uma questão de vida ou continuar na pendenga. Ipirá precisa de um
laticínio, um matadouro e um parque de venda de animais. Três coisas para
animar a produção rural. Três coisas essenciais, elementares e necessárias. Se
não são, mostre o caminho, mas não fique mudo parecendo uma parede.
Por incrível que pareça, não
tem um Satanás, no bom sentido, que bote essas três coisas para funcionar em
Ipirá. Eu fiz esse arrodeio todo para chegar ao Parque de Vendas de Animais em
Ipirá. Não tem como funcionar um, aí fizeram dois locais de venda. É incrível
como as coisas acontecem neste município! Aqui, em Ipirá, se dá dois passos
atrás, sem a menor vontade de ir adiante.
O local de venda de animais
está voltando ao local que era antes, sem nenhuma condição. Um terreno
particular, sem infra-estrutura; um lamaçal quando chove; um sol de lascar o
juízo quando não chove, sem a sombra de uma árvore sequer, simplesmente, com
base no argumento de que está junto ao Centro de Abastecimento e que tem
condições de vender a um feirante. Esse é o argumento básico.
Para os que defendem o
retorno da venda ao lugar antigo, não importa o atraso, a precariedade do
local, muito menos a coisa pequena, miúda e atravancada. Não importa, o gargalo
e a falta de perspectiva. Nada disso tem importância, o que vale é que ali
poderá aparecer alguém para comprar uma marrã, até pelo preço de mercado, mas
com a comodidade de estar junto ao Centro de Abastecimento. Comodidade vale
mais do que perspectiva de crescimento.
A feira no Parque de
Exposição tem outra estrutura. É outra apresentação. Tem uma logística que não
encontramos em outras cidades. Coisa de fazer inveja, mas que não é
compreendida assim.
E os compradores? São os
mesmos, tanto faz no Parque como junto ao Centro, basicamente, são os mesmos
compradores e são bem-vindos, pois eles compram mais de dois caminhões de
animais, toda quarta-feira, produzidos no município de Ipirá.
Uma feira de animais em
Ipirá, respeitada em toda região; com poder de atração e de competição; que
movimente a comercialização da produção do nosso município; que seja um
expoente e uma alavanca para o crescimento e desenvolvimento da produção rural.
Isso é impossível de acontecer no local antigo, junto ao Centro de
Abastecimento, e poderá muito bem ser viabilizado no Parque de Exposição, basta
organização, planejamento e ação. No meu ponto de vista, o local antigo é um
retrocesso e no Parque de Exposição é uma perspectiva.
Eu posso até está falando e
escrevendo para ouvidos moucos, para as paredes ou para aves agourentas e
pessimistas, mas numa coisa eu estou correto, mesmo sem ser convincente e sem a
obtenção de consenso: o município de Ipirá só será próspero quando incrementar
e instrumentalizar a sua produção, nos aspectos da sua eficiência, da
produtividade e da comercialização. Que apresentem outros caminhos.
Você pode até dizer que tudo
isso é bobagem e que não quer saber de nada disso; que pouco importa e que
tanto faz; mas venhamos e convenhamos, tem uma pessoa neste município que tem
que tomar uma posição, que tem que decidir e demarcar a situação: é o prefeito
Marcelo Brandão. O prefeito é o administrador da cidade, não pode ficar omisso
ou em cima do muro.
O prefeito do município tem
que agir para resolver o problema, tem que buscar uma solução, tem que mostrar que
é e que tem autoridade ou então ficará a triste imagem de um banana omisso,
incompetente e inconseqüente.
Não adianta ficar esperando
por governo federal e estadual. Ipirá está órfão destas instâncias e não consegue
nem ser adotado, esta é uma triste realidade. Ipirá está nas mãos de sua própria
gente.
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