segunda-feira, 1 de abril de 2019

RETROAGINDO OU METENDO A CORDA NO PESCOÇO

                                                        X

Neste artigo, procurarei fazer-me de desentendido para não ser compreendido, embora as coisas ocorram pelo avesso do contrário. É muito simples: um município só desenvolve quando tem produção material ou cultural, ou se embrenha pelo comércio. Levando-se em conta o aspecto da geração de trabalho e renda.

Sendo Ipirá um município de base rural, com uma economia fincada na pecuária, com predominância da pequena propriedade é razoável que se pense de forma coerente sobre esse setor econômico. É justamente aqui, que está o X do problema e o Y da questão. Como desenvolver este setor?

São mais de 6.800 propriedades rurais. A seca é uma agravante, mas não é um impedimento. Onde está a solução para o fomento da atividade pecuária em condições de consolidação e crescimento? De forma bem simples; no amparo da produção. Se a produção tiver meios de garantia e suporte no mercado ela prosperará. Ou não é assim?

Essa pecuária de Ipirá está carente e necessitando de um suporte adequado para poder prosperar. Mais do que prioridade, é uma questão de vida ou continuar na pendenga. Ipirá precisa de um laticínio, um matadouro e um parque de venda de animais. Três coisas para animar a produção rural. Três coisas essenciais, elementares e necessárias. Se não são, mostre o caminho, mas não fique mudo parecendo uma parede.

Por incrível que pareça, não tem um Satanás, no bom sentido, que bote essas três coisas para funcionar em Ipirá. Eu fiz esse arrodeio todo para chegar ao Parque de Vendas de Animais em Ipirá. Não tem como funcionar um, aí fizeram dois locais de venda. É incrível como as coisas acontecem neste município! Aqui, em Ipirá, se dá dois passos atrás, sem a menor vontade de ir adiante.

O local de venda de animais está voltando ao local que era antes, sem nenhuma condição. Um terreno particular, sem infra-estrutura; um lamaçal quando chove; um sol de lascar o juízo quando não chove, sem a sombra de uma árvore sequer, simplesmente, com base no argumento de que está junto ao Centro de Abastecimento e que tem condições de vender a um feirante. Esse é o argumento básico.

Para os que defendem o retorno da venda ao lugar antigo, não importa o atraso, a precariedade do local, muito menos a coisa pequena, miúda e atravancada. Não importa, o gargalo e a falta de perspectiva. Nada disso tem importância, o que vale é que ali poderá aparecer alguém para comprar uma marrã, até pelo preço de mercado, mas com a comodidade de estar junto ao Centro de Abastecimento. Comodidade vale mais do que perspectiva de crescimento.

A feira no Parque de Exposição tem outra estrutura. É outra apresentação. Tem uma logística que não encontramos em outras cidades. Coisa de fazer inveja, mas que não é compreendida assim.

E os compradores? São os mesmos, tanto faz no Parque como junto ao Centro, basicamente, são os mesmos compradores e são bem-vindos, pois eles compram mais de dois caminhões de animais, toda quarta-feira, produzidos no município de Ipirá.

Uma feira de animais em Ipirá, respeitada em toda região; com poder de atração e de competição; que movimente a comercialização da produção do nosso município; que seja um expoente e uma alavanca para o crescimento e desenvolvimento da produção rural. Isso é impossível de acontecer no local antigo, junto ao Centro de Abastecimento, e poderá muito bem ser viabilizado no Parque de Exposição, basta organização, planejamento e ação. No meu ponto de vista, o local antigo é um retrocesso e no Parque de Exposição é uma perspectiva.

Eu posso até está falando e escrevendo para ouvidos moucos, para as paredes ou para aves agourentas e pessimistas, mas numa coisa eu estou correto, mesmo sem ser convincente e sem a obtenção de consenso: o município de Ipirá só será próspero quando incrementar e instrumentalizar a sua produção, nos aspectos da sua eficiência, da produtividade e da comercialização. Que apresentem outros caminhos.

Você pode até dizer que tudo isso é bobagem e que não quer saber de nada disso; que pouco importa e que tanto faz; mas venhamos e convenhamos, tem uma pessoa neste município que tem que tomar uma posição, que tem que decidir e demarcar a situação: é o prefeito Marcelo Brandão. O prefeito é o administrador da cidade, não pode ficar omisso ou em cima do muro.

O prefeito do município tem que agir para resolver o problema, tem que buscar uma solução, tem que mostrar que é e que tem autoridade ou então ficará a triste imagem de um banana omisso, incompetente e inconseqüente.

Não adianta ficar esperando por governo federal e estadual. Ipirá está órfão destas instâncias e não consegue nem ser adotado, esta é uma triste realidade. Ipirá está nas mãos de sua própria gente.

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