quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

É DE ROSCA. (53)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Querendo imitar Malhação, que não acaba nunca, sempre criando uma fase nova, agora é a do prefeito Marcelão.
Capítulo 53 (mês de outubro 2018)(atraso de um ano e 3 meses) (um por mês)

O Matadouro de Ipirá dormia tranquilamente, sem ser importunado, na verdade dormiu a noite toda, pela manhã continuou dormindo e à tarde tirava uma madorna, quando, por volta das 5 da tarde, a terra tremeu: “pô, pô... tibum, tibum... pô, pô...”

‘O pau cantou sem pena.’ O matadouro acordou desbaratinado, achando que a cidade tinha sido bombardeada por sei lá quem. Sem perder tempo, correu para o centro da cidade e deu de cara com os escombros na Praça do Barão, com árvores arrancadas e o muro da quadra no chão e entulho por toda parte. Só restou ao Matadouro de Ipirá indagar a uma pessoa que estava no meio da multidão:

- Meu Deus! Que raio da silibrina dinamitou essa praça?

- Foi o prefeito Marcelão que passou a marreta na quadra e botou brocando com meia hora de foguetório, coisa que essa macacada de doze anos nunca fez. O home é o home – disse um dos presentes que demonstrava euforia pelo que via.

O Matadouro de Ipirá não deu mais ouvidos e continuou andando entre a multidão para ver se encontrava alguém conhecido, quando apareceu um fofoqueiro, que não é coisa rara na cidade, e postou-se na frente do matadouro e foi dizendo:

- Olha aqui! O prefeito Marcelão falou que o próximo a cair na marreta vai ser você, se prepare que a marretada vai ser no pé do ouvido.

O Matadouro de Ipirá tomou aquele susto, mas parou, respirou fundo, para dar uma resposta à altura e disse:

- Para ser verdadeiro, eu não acredito no que você está dizendo.

A platéia que estava em volta parou para observar aquele converseiro, achando que aquilo ia terminar em rolo. O Matadouro de Ipirá continuou argumentando:

- Observem bem observado o que está acontecendo na administração do prefeito Marcelão. O foguetório aqui na Praça do Barão abalou a cidade e ele destruiu tudo, significa que vai começar a obra. Lá no matadouro ele mandou capinar o terreno e não teve nenhum foguetório, não teve um traque de massa, isso significa o quê? Significa que não vai ter obra.

- Não vai ter o quê? Vai ter obra sim! O prefeito Marcelão já deu o matadouro ao home de Irecê, que tem mais de dez frigoríficos e vai tomá conta do matadouro daqui. Como é que não vai funcionar? Tá pensando que o prefeito Marcelão é dessa macacada de doze anos que não fez nada é? E tem mais, o prefeito Marcelão mim disse que o foguetório vai ser na Praça da Bandeira com quinze dias de alvorada na frente da residência do sujeito do Blog – disse o fofoqueiro.

- Oxente, prá vocês todo ouvir bem ouvido! Foguete vai ser quando for assinar a obra dos 3 km de asfalto do centro, já tem uma tonelada de foguete comprada – anunciou outro fofoqueiro.

- Comprou como? Se não pagou, não comprou! Quem já viu uma compra dessa? – questionou um observador ao lado.

- Cala tua boca macaco de doze anos! Vocês ficaram no poder doze anos e não fizeram nada, agora fica aí torcendo para que o prefeito Marcelão não bote o asfalto no centro da cidade, pois é, vocês vão morrê tudo com a bufa dentro porque o prefeito Marcelão vai asfaltar o centro da cidade – falou o fofoqueiro.

- Mas minino! Esse asfalto quem conseguiu foi o deputado que Jura que ‘Dinina não é candidata a prefeita’ e conseguiu com o governo do Estado – falou um macaco doente.

- Qolé, meu irmão! Quem vai acreditar nisso? Tu acha que o deputado que Jura que ‘Dinina não é candidata a prefeita’ vai se importar em dizer que foi ele quem conseguiu esse asfalto quando o candidato a prefeito é Dydudy? Tu não conhece isso aqui não? Se a candidata a prefeito fosse Dinina, o deputado Jura ia prá cima e lascava o x; era o prefeito Marcelão botando asfalto pela manhã e o deputado Jura botando outra camada à tarde – falou o fofoqueiro.

O Matadouro de Ipirá, não disse nada, foi despistando e saindo de mansinho, sem ser notado foi se afastando e pensava: “É muito barulho no meu pé de ouvido, eu vou é para casa dormir” e foi subindo pela antiga rua das Flores, quando chegou à Praça da Bandeira, ao atravessar a rua para o passeio do jardim, sentiu as pernas presas e não conseguia sair do local, pensou: “Que desgraça é essa?” Olhou para baixo e viu uma lama preta que chegava ao seu joelho e concluiu para si: “Logo eu estou vendo, é o asfalto do prefeito Marcelão por baixo e o asfalto do deputado Jura por cima!”   

Suspense: Veja que situação: a novelinha tá de correria, querendo chegar ao mês de fevereiro 20 sem nenhum capítulo em atraso. Um matadouro querendo ser obra e um prefeito querendo não ter problema! Onde vai parar uma desgraça dessa? O que é que eu tenho a ver com o desentendimento do prefeito Marcelão com o matadouro?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. ‘Inaugurou! Acabou na hora, imediatamente!’ Agora, o artista é o prefeito Marcelão, que foi grande divulgador da novelinha É de ROSCA pela FM.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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