terça-feira, 7 de abril de 2020

OLHA O CORONAVÍRUS AÍ, GENTE!


O centro de Ipirá transformou-se numa bomba bacteriológica, só falta o vírus. Tem tudo o que o vírus gosta e necessita para proliferar, a aglomeração de gente. Carrega uma pavimentação favorável ao ataque de uma carga viral alta, sua população não acredita que isso possa acontecer.

Não acreditando que o vírus ataque, vem o relaxamento completo. A prioridade de Ipirá é o isolamento social. O que evita a contaminação da comunidade é o isolamento social. A tarefa principal do Poder Público Municipal e autoridades é tirar o povo da rua. Acabar com as aglomerações é o único remédio contra uma doença que não tem vacina nem remédio.

Aconteceu o contrário. O comércio local fez pressão e puxou o cordão do ‘Vem prá rua, vem’. A população achou que a abertura do comércio foi um salvo-conduto para transitar livremente, porque o perigo passou ou deixou de existir. Ledo engano.

Tudo isso acontecendo na semana (5 a 20 de abril) mais importante e decisiva para se evitar a proliferação da contaminação da doença, que está em fase de ascensão. É preciso barrar esse crescimento, que é o que aterroriza o sistema de saúde de qualquer país.

A humanidade está em guerra contra um verdadeiro terror, um inimigo perigoso, um vírus, que é coisa da natureza. No Brasil são 12.244 casos e 566 mortes. Nos EUA são 367.772 casos e 10.966 mortos. Israel 9.006 casos e 59 mortos, porque jogou pesado no isolamento.

O presidente Trump disse: "Precisamos das máscaras. Não queremos outros conseguindo máscaras... não quer outros conseguindoequipamentos que significam a salvação de pessoas, como máscaras e respiradores. Uma estupidez sem limites.

Num momento de crise humanitária, diante de um perigo iminente, que dizima vidas humanas, um presidente não pode ser um estúpido e tresloucado, ele tem que ter sensibilidade para submeter-se à sensatez, ao bom senso e às lições da ciência. Isso é um ato de amor. O isolamento social, neste momento a que nada é comparável, é um ato de amor ao próximo. O mundo precisa de estadista à altura de seu povo e da humanidade.

Neste momento, em Ipirá, é urgente e necessário que se desative a aglomeração da Praça do Mercado e das filas que ordinariamente tomaram conta da cidade. É fila pra todo lado, significando que tem muita gente onde não deveria ter.

Um exemplo para contribuir. São cinco vans fazendo a linha da região do Malhador para Ipirá. Não seria melhor uma por dia, com revezamento; ao invés de passageiros, pegando a lista de compra das pessoas da comunidade, fazendo suas compras no comércio local e cobrando o transporte. Na China, o local do foco, o isolamento social foi o fator determinante para o combate à doença. Em Milão, por falta do isolamento o casqueiro foi grande.

O lugar mais seguro do município de Ipirá são as fazendas, depois os povoados. O lugar mais perigoso de Ipirá é a Praça do Mercado e o calçadão da Farmácia Santana, por causa do aglomerado de gente. Tirar o povo da rua é a tarefa principal do poder municipal para evitar o pior.

O que seria pior do que isto? Uma só infecção seria terrível. Uma morte de uma pessoa contaminada seria desastroso.

O sistema de saúde do município de Ipirá não tem nenhuma condição de suporte para uma pessoa contaminada. Seria morte certa. O médico e as enfermeiras da linha de frente, que atendessem a esse paciente teriam grandes probabilidades de serem contaminadas. O pessoal da funerária que pegasse esse corpo, para colocar num saco, teria grande chance de ser contaminado. A família não poderia se despedir. A pandemia do coronavírus é uma catástrofe em todos os sentidos, até no medo.

É um medo carregado de preconceito, de indiferença e de estigma contra a localidade onde acontecer um óbito. ‘Veio de São Paulo! Eu quero é distância.” Pode ser a pessoa mais sadia do mundo.

O comércio de Ipirá e o prefeito Marcelo Brandão têm em suas mãos a obrigação de desativar essa bomba bacteriológica que é a Praça do Mercado de Ipirá. O povo na rua é um perigo potencial para toda a comunidade.

O pior para a comunidade de Ipirá seria uma infecção. Uma morte contaminada seria o colapso do comércio de Ipirá, que, também, seria uma vítima à altura da contaminação do falecido. Seria um falecimento do comércio por muito tempo, bem maior do que alguns dias.

É preciso que a gente entenda do perigo que vivemos e não podemos fugir da margem de segurança. Esvaziar as ruas de Ipirá é uma necessidade primária e urgente. O povo tem que sair das ruas.

A nossa indiferença e irresponsabilidade colocam em risco as pessoas de dentro da nossa casa; colocam em perigo os médicos e enfermeiras que vão cuidar dos nossos. E se eles se recusarem a cuidar dos nossos parentes? Serão vistos como irresponsáveis por não tentarem salvar as vítimas da nossa irresponsabilidade?

Eu poderia estar colocando que o prefeito Marcelo Brandão é bom e caridoso com os ambulantes e comerciantes de Ipirá, mas é de uma perversidade ingrata com os donos de bares e lanchonetes, que estão falindo com seus decretos, por isso tem que abrir todo segmento comercial de Ipirá. Seria um argumento falacioso e impróprio.

O primordial no momento de pico da doença é a população seguir a orientação do Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que é o isolamento social. O auxílio de 600 reais é para o ambulante ficar em casa. Fique em casa, só saia para o necessário e ganhe para isso.

O prefeito municipal e o comércio de Ipirá têm que fazer um esforço conjunto para salvaguardar a integridade da população para que nossa comunidade venda saúde, neste momento de crise na saúde pública, porque amanhã, esta comunidade vai ter o dever de salvar o comércio de Ipirá da crise econômica que se aproxima firme e forte.

Não posso negar que o prefeito Marcelo Brandão teve atitude coerente diante do problema complexo e nunca visto, se não o tivesse, eu também diria. A pressão econômica no momento mais importante para o controle do crescimento desenfreado da contaminação foi grande e o prefeito MB cedeu. Abriu o comércio. Continua em pauta a tarefa de esvaziar as ruas.

O prefeito MB, que gosta de pensar nas nuvens, poderia muito bem, o que eu não acredito de jeito nenhum e isso ele não vai fazer de maneira alguma, mas eu estou especulando, tomar uma atitude para alavancar as vendas do comércio de Ipirá e botar nas alturas, coisa nunca vista, com lotação de 200% na hotelaria da cidade. Com todo mundo ganhando muito dinheiro e tirando o jumento da sombra.

Seria comerciante sorrindo à toa. O prefeito MB aproveitaria este momento, em que cachê de banda de axé e pagode foi lá prá baixo e contrataria os melhores cantores (os irresponsáveis, naturalmente) da Bahia e fazer a melhor e maior micareta do Brasil. Uma multidão no circuito.

Os comerciantes de Ipirá são empresários responsáveis não iriam aceitar isso. O prefeito MB tem responsabilidade não iria fazer isso e a população não acataria isso. 

Não tenham dúvidas, os comerciantes de Ipirá, o prefeito MB e a população de Ipirá estão todos no mesmo barco, buscando uma saída para este momento difícil. Muita serenidade, porque esta tempestade não veio para ficar. A ciência não nos faltará. Por enquanto, vamos fazer a nossa parte. Vamos evitar o ‘Vem prá rua, vem!’ na voz da tentação, do vírus ou do diabo.

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