quinta-feira, 27 de maio de 2010

EM PRIMEIRA MÃO.



Na minha opinião, a Faculdade de Ipirá ou melhor a tal da Universidade de Ipirá foi para o beleleu. Viajou. A bem da verdade, ela nunca esteve para vir, foi sempre um jogo para a platéia bater palmas. Agora vai para Pintadas e fim de viagem.

De que se trata ? Simplesmente, a UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana - vai para Pintadas. Trata-se de um “Projeto Piloto” da UEFS, com 50% presencial e 50% à distância, sendo que, a possibilidade de viabilização está em torno de 90%. Simplesmente, espetacular. Uma grande vitória de Pintadas.

Pintadas não tem nada a ver com nosso choro, ela simplesmente fez o que lhe foi conveniente e o que tinha que fazer. Ganhou e levou.

Para quem perde resta o consolo: Ipirá é um município cercado por universidade por todos os lados. O ipiraense que quiser fazer um curso superior tem várias opções; poderá fazê-lo em Feira, Itaberaba, Coité, Serrinha e, agora, Pintadas.

As derrotas que Ipirá vem sofrendo nesta área tornaram-se uma constante; anteriormente, tinha sido preterida na conquista do Centro Tecnológico do Semi-árido, uma escola federal, que em minha modesta opinião, seria uma referência tão importante quanto a tal faculdade; quem levou foi Serrinha. Agora, perdemos para Pintadas. Antes, ganhamos o CETEP, com todo respeito, “buena mierda”.

A extensão da UNEB, não passa de um curso temporão, nada mais é que um passageiro de turismo que chega, olha e retorna, não senta o assento.

Nada mais justo ir para Pintadas ou para qualquer outro município. Difícil de engolir é toda uma argumentação que busca explicar e justificar o que não chega e não chegará, como por exemplo: aqui, nas nossas escolas de 2º. Grau, “a nossa clientela não é de Universidade”, ou do prócer da UEFS: “Pintadas é a liderança da Bacia do Jacuípe”.

É bom frisar que Ipirá tem a maior população; tem a economia mais pujante do território e tem as suas prioridades e reivindicações específicas, sendo que, essas demandas precisam ser atendidas. Não somos um municipiozinho qualquer, que se contenta com cisternas, matrizes de ovelhas e o puro assistencialismo que amarra o cidadão às garras do cabresto eleitoral.

Ipirá precisa de muita coisa. Algumas obras são de uma prioridade enorme, insubstituíveis e de grande alcance econômico, social e cultural. Necessitamos de uma faculdade encravada no nosso umbigo; matadouro; um parque de vendas de animais; um núcleo industrial; um hospital equipado com UTI; equipamentos de lazer e de infra-estrutura. É óbvio que não queremos tudo para nós, simplesmente, queremos o que necessitamos. Assim sendo, outras obras importantes, tais como, aeroporto, metrô, viadutos, monumentos, fontes luminosas, penitenciárias, etc., fazemos questão de deixá-las, de coração, para os nossos vizinhos de território.

No mais, a tal organização social de Pintadas pode fazer a diferença, mas enquanto não chegamos lá, contentamo-nos em ver a juventude ipiraense ansiosa por pinotar na Saia Rodada, Psirico, na dança da jega, do jegue e os cambal, pois dessa forma não sofre a dor da Universidade perdida e, também, correspondem integralmente ao interesse dos grupos dominantes de Ipirá.

Um comentário:

Lilian Simões disse...

...E a cidade dorme neste silêncio homérico no mundo.Oh,escuridão!E tu? Onde estás que não respondes?