sábado, 25 de setembro de 2010

QUEDA DE BRAÇO.

QUEDA DE BRAÇO.

Como diz o ditado popular: “canário que canta pouco não cisca em terreiro de galinha”. E baseado nesse dito, vamos ao que se dispõe, pois que, “ bico de bule não bebe água.

O coronel Passarinho, em campanha eleitoral, arrepiava a platéia, quando invadia a Rua de Cima (hoje, Avenida César Cabral), numa cavalgada com trezentas montarias. Levantavam poeira e faziam obras na rua, uma verdadeira cagada. Isso acontecia nas décadas 20 e 30 do século passado.

No final do século XX, quando Paulo Souto, governador, chegava à Ipirá era um “Deus-nos-acuda”. Era tanto puxa-saco, que não ficava um espaço no corpo do homem para alguém colocar a mão. O dito-cujo era devoto de grande admiração e afeição. Era o poder com seu brilho e força. Era um trator que esmagava a oposição.

Nessa campanha 2010, o candidato Paulo Souto, com quatro gatos pingados, andou pela feira-livre de Ipirá apertando a mão calejada de catingueiro; sentindo o cheiro do suor encardido; botando um punhado de farinha na boca e jogando conversa fora. Quem te viu e quem te vê. Já foi Paulo.

O candidato Geddel fez a opção por soltar o gogó na Avenida César Cabral (antiga, Rua de Cima), dia 29, dia da feira. Vai esbravejar, cantarolar e se a língua estiver afiada igual a “navalha de barbeiro” deverá desfiar um rosário de maldições e prognosticar o amanhã, como um profeta da notícia nefasta, com base na observação de quem olha de baixo para cima o vôo das aves que nas alturas das pesquisas planam. Vai desfiar um rosário de promessas. Vai virar santo milagreiro como qualquer cão-tinhoso de quarteirão. Geddel já foi.

Wagner, governador e candidato, que está na boa. Antigamente, andava pela feira e montava palanque. Agora, estabeleceu-se na frente das pesquisas e abre larga vantagem na corrida eleitoral. Bem posicionado, vem à Ipirá de carreata, dia 26, vai engatar a quarta marcha e tome-lhe buzinaço. Quem não tiver olho de águia, nem vai perceber. Ele já foi.

Para o PT de Ipirá tanto faz cavalgada, caminhada, passeata, comício ou carreata, estão naquele do “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.

O prefeito Diomário pleiteava e defendia a concentração popular, no formato de comício, na avenida. Uma concentração com cinco a dez mil pessoas, inclusive, tinha entrado em contato com prefeitos da região e tal ato teria um caráter regional. Teria, se os de cima ouvissem os de baixo.

Com o comício, o custo seria baixo e a conversa seria viva, sem os enfeites da produção. O prefeito Diomário tem inequívoca razão na sua defesa do comício, como um recurso positivo e afirmativo da posição política e das propostas das forças que vão continuar governando a Bahia. O prefeito Diomário, que não é bobo, seria a grande estrela local, caso acontecesse o comício. Nessa, ele viajou.

Os candidatos a deputado estadual Javier Alfaia e Neusa Cadore e o candidato a deputado federal Daniel Almeida perderam a oportunidade de ficar diretamente em contato com uma massa eleitoral significativa, quando poderiam lançar suas propostas numa conversa franca e direta.

Sujeito de sorte é o candidato a deputado Jurandy Oliveira. Impedido de falar no comício por força da lei (44 não coligou com 13) foi o grande beneficiado. Ia ficar no aperto, escapou e, agora, vem com tudo na carreata, será força esmagadora no desfile e os incautos vão pensar que o candidato está por cima da carne-seca. Só depois do dia 3 é que poderei dizer se já foi.

Quem mais foi prejudicado eleitoralmente, pela falta do comício, foi a candidata Lídice da Mata, que postula uma vaga no Senado. Lídice teria a oportunidade de falar diretamente ao povo, justamente, numa terra, onde forças ligadas ao prefeito Diomário apóiam aberta e sistematicamente o candidato Zé da Feira para o Senado, beneficiando o concorrente direto Borges. O prefeito Diomário diz que não pode fazer nada.

Quem mais foi prejudicado politicamente, pela falta do comício, foi o povo de Ipirá. Que não vai ouvir da boca do governador as propostas para Ipirá e não vai ficar sabendo oficialmente, o que acontecerá com o Matadouro de Ipirá, que já foi há muito tempo, mas continua no mesmo lugar, do mesmo jeito, da mesma forma, sem serventia.

Tem gente que vai para a avenida, apenas para contar, por distração, a quantidade de carros em exibição na coluna. Trezentos carros numa carreata de governador é um nada. Para colocarem quinhentos carros no trajeto, vão ter que bancar muito tanque cheio. Quem pagará a conta? O prefeito Diomário está gemendo igual a cego em tiroteio. E eu, já fui.

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