quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O CAMINHO E O ATALHO.

Não podemos ficar num túnel escuro. Da mesma forma o passado não pode ser riscado do mapa como se não tivesse existido e não custa nada relembrar que em 1982, Ipirá foi o município a oferecer ao regime da ditadura militar, através de sua representação maior na Bahia, o carlismo, uma votação tão expressiva, 24 mil votos, que, simplesmente, representou a terceira maior vantagem do estado da Bahia. Isso vale confetes e serpentinas? Ou vale uma dosagem elevada de amnésia? Pela liberdade de escolha vale o registro do acontecimento.

Essa maciça votação em benefício do carlismo e da ditadura militar, 24 mil votos, representou a mais ampla e perfeita manifestação de liberdade de escolha da população de Ipirá? Foi o povo de Ipirá que deu essa votação como um ato da mais livre expressão de escolha? Claro que não. Isso foi conseqüência muito mais do controle exercido sobre o povo de Ipirá do que uma ampla e perfeita manifestação de liberdade, por estes fatos determina-se o grau de abertura para escolha que existia no município, naquela época.

O povo não tem culpa no cartório. O povo foi induzido. Foram as lideranças locais que colocaram os ipiraenses nesse caminho. A prática política jacu-macaco em comunhão empurrava o povo para o buraco e para os subterrâneos da ditadura. O povo não queria a ditadura, ou queria? Se o povo não queria a ditadura, naturalmente essa escolha foi resultado de uma decisão de seus chefes. O povo brasileiro resistia à ditadura, principalmente nos grandes centros, aqui, em Ipirá, os caciques jacus-macacos mandavam o povo votar nos excrementos da ditadura.

Vamos retroceder mais no tempo. Década de 1950, o delormismo abrigava-se no PSD e seguiam a linha do populismo nacionalista, enquanto os futuros macacos apoiavam a entreguista e conservadora UDN. Acontece o Golpe Militar em 1964, por volta da década 1970, o delormismo adere ao carlismo, consequentemente à ditadura. Vamos respeitar a escolha, mas que vacilou, vacilou. Vamos respeitar a escolha, mas que traíu, traíu.

Justificaram que era para o bem de Ipirá. Não foi para o bem do interesse pessoal da oligarquia. Foi para o bem de Ipirá, está dito. Itaberaba, que era do mesmo patamar de Ipirá, resistiu eleitoralmente, não aderindo ao carlismo. Quem se deu bem? Ipirá aderiu e ficou submissa, apática e virou um curral eleitoral do carlismo. Itaberaba ficou na oposição e o governo foi investindo para derrotar a oposição local. Resultado: Itaberaba passou a perna em Ipirá.

Vida que segue. ACM era endeusado pelos jacus-macacos, que se estraçalhavam para ver quem ficava mais próximo de suas botinas. Eram lambe-botas. Cada qual escolhe o que quer escolher. No reinado do Malvadeza, ACM era festejado, idolatrado e bajulado em Ipirá.

Vida que se apaga. Em Ipirá, jacus-macacos ficaram órfãos. Vitória de Wagner. Os caciques locais abandonaram o carlismo no velório. O governador Jacques Wagner adotou a macacada. Não se deve criticar as escolhas de cada qual. É verdade, embora, não se deva omitir a história, ou seja, até pouco tempo, Diomário, Antônio e Jurandy eram carlistas e defenderam Paulo Souto contra JW. Não é verdade? Não se deve omitir a realidade, ou seja, quem tem mais prestígio em Ipirá junto ao governo de Wagner é o prefeito Diomário. Estou mentindo? Agora, consta pra esclarecer as escolhas: no dia que o grupo de Wagner perder o poder, Diomário e os macacos serão os primeiros a dar uma banana prá ele. Estou exagerando? A escolha deles é o poder e não se deve falar de escolhas porque é antidemocrático.

Aconteceu o que com a jacuzada? Perdeu o trem da História. Defendia posições políticas mais avançadas do que a dos macacos até virarem adesistas à ditadura. Escolha deles, problema deles. Promiscuíram-se nas entranhas do poder. Escolha deles, problema deles. Com vitória de Wagner eles foram renegados pelo governador e apeados do poder. Perdidos no meio desse fogo cruzado, as lideranças dos jacus estão esbaforidas em busca de uma nova escolha, estão fazendo todo tipo de artimanha para encostarem no governo estadual. Pode até não ser verdade esta afirmativa; agora que a jacuzada levou 40 anos do poder carlista por cima da carne-seca, levou; porque não podem pastar por estas próximas décadas (já tem oito anos). Mas, a escolha é o poder. O poder de escolha das pessoas do povo precede e leva ao poder tão desejado, como aconteceu com Wagner.

Ipirá é dominado politicamente pelas oligarquias jacu-macaco. Cultivaram e mantiveram um bajulismo deslavado junto aos governos estaduais. Viraram lacaios oportunistas que farejam o poder quando estão afastados dele. Foi a prática de anos e anos. E essa prática antiga, pouca serventia tem, hoje, com essa política de territórios implementada por JW. Ipirá não acordou ainda.

Mais de 70 anos de administrações jacu-macaco nestas terras do velho Ipirá. 45,42 % da população esta no círculo da pobreza e 37,54% vivem abaixo da linha de pobreza. Esse é um grande saldo do capitalismo em nossa terra. Só 14,1% ganham mais de 1 salário mínimo em nosso município. As administração de jacu-macaco não conseguiram fazer um Matadouro de Bovinos em 20 anos; ao mesmo tempo, capricham nas obras inúteis (sem utilidade); nas obras que vomitam desperdício e nas superfaturadas. São as escolhas administrativas.

Quem navega pela vida, viaja para tomar trombada, se assim não for fica parecendo que os sabidos e espertos sempre serão sabidos e espertos. Os outros, os bestas, principalmente num mundo carregado de oportunistas. A discordância é salutar em qualquer situação, até nas mais adversas. Por isso não temo em colocar minha posição:

o maniqueísmo jacu-macaco significa o atraso de Ipirá. Se Jurandir Oliveira e Marcelo Brandão mantivessem as pré-candidaturas a que se dispõe até o fim, contra as impostas em seus grupos, estariam fazendo um imenso benefício a este município, ao colocarem-se como alternativas para quebrarem a coisa mais infame que existe em Ipirá, esta dicotomia politiqueira denominada jacu-macaco. Mas tudo isso é uma questão de escolha e os interessem antecedem as escolhas.

3 comentários:

Rogerão da tora disse...

AGILDO, COM RELAÇÃO AS ELEIÇÕES DE 82, FOI A VINCULAÇÃO TOTAL DE VOTOS E A MANUTENÇÃO DA SUB-LEGENDA, QUE DERAM A VOTAÇÃO DE 24 MIL VOTOS AO PDS À ÉPOCA.PARTE DA MACACADA COMANDADA POR HUMBERTO COLONNEZI INCLUSIVE MINHA PESSOA, ESTAVA FILIADA AO PP DE ROBERTO SANTOS QUE ERA NOSSO CANDIDATO NATURAL A GOVERNADOR CASO O PP NÃO TIVESSE SIDO INCORPORADO AO PMDB.O PMDB ESTAVA EM SUAS MÃOS E DE OUTROS SEUS COMPANHEIROS (E NÃO TÍNHAMOS O DIREITO DE TOMA-LO COMO FEZ DIOMARIO EM 85) QUE LANÇARAM LUIZ MARQUES A PREFEITO E APOIARAM ROBERTO SANTOS,GOVERNADOR.COMO EU ERA CANDIDATO A VEREADOR PELO PDS, NÃO TINHA COMO APOIAR O ROBERTO SANTOS (VOTEI CAMARÃO) PORÉM ABRI ESPAÇO NO MEU ALTO-FALANTES PARA DIVULGAR TODA A CHAPA DO PMDB,ENTREVISTANDO TODOS SEUS CANDIDATOS A NIVEL MUNICIPAL,DE PREFEITO A VEREADOR (INCLUSIVE VOCÊ) QUE ERAM MEUS CONCORRENTES NAQUELE PLEITO. NÃO FIZ POR FAVOR E SIM POR OBRIGAÇÃO,PARA AJUDAR A POR UM FIM NA DITADURA QUE JÁ ESTAVA AGONIZANDO NAQUELE MOMENTO. JÁ EM 86 ESSE MESMO GRUPO QUE ERA DO PP,APOIOU WALDIR PIRES AO GOVERNO NA QUAL VC TAMBÉM ESTAVA PRESENTE E EM 1990, APOIAMOS ROBERTO SANTOS AO GOVERNO O MESMO FAZENDO EM 94 E EM 98 COM JOÃO DURVAL.UM FORTE ABRAÇO.

Edilberto Lima Dultra disse...

Ipirá, a nossa revolução vem sendo construida não em porões, nem com a sociedade idignada, nem tão pouco por estudantes incoformados, mas em mansões, regadas a uisque escocês e churrasco!!!!! Sem armnas e sem anarquia...Vamos aguardar pára saber onde vai dar essa renovação burguesa!!!

Dinalia disse...

A festa eleitoral só está começando, agora é época de até Governador(a) aparecer no interior dos Estados e por aí vai, a corrida mais disputa que a de São Silvestre. Tudo pela GALINHA DOS OVOS DE OURO. Ô Brasil velho de guerra.kkk.