domingo, 6 de outubro de 2013

UM ARREMEDO DE HIPÓDROMO.


Uma sentença equivocada tem como desfecho uma intempestiva esbugalhada. Por exemplo: “Na seleção de Ipirá só jogará atleta ipiraense.” A regra não determinava assim, não deu outra! Ipirá foi desclassificada, praticamente, na primeira fase do Intermunicipal.

Outra sentença: “Na pista de corrida do Parque de Exposição só vai correr cavalo registrado.” Se for seguir a regra, não vai correr cavalos pertencentes aos ipiraenses. Não vai dá outra! O fogo de palha do início vai virar uma corrida de caju em caju.

Tudo está sendo “projetado” para o Parque de Exposição de Ipirá. Estão construindo cinco pistas e dezesseis baias aproveitando e substituindo galpões, com sistema de ar Sprinte, com cocheiras esterilizadas, com banheiras para cavalo, etc e tal, só falta fazerem uma sauna para tirar o estresse do animal. Estão construindo e destruindo.

O tratamento VIP justifica-se, pois, trata-se de cavalos de corrida Puro Sangue Inglês ou Quarto de Milha de meio milhão de reais ou mais. Seus proprietários são os Dudas, os Otos e outros ricaços, todos de fora. Quem em Ipirá vai comprar um cavalo por esse preço? Desconheço. Mas, também, reconheço que quem deve estar estribuchando de raiva lá no inferno é a égua Menininha, aquela que só comia chocolate, que deve estar imaginando: “No meu tempo não tinha esse tratamento de baia cinco estrelas!”

Quantas corridas grandiosas acontecerão nesta pista? A da inauguração e, talvez, mais umas duas, depois, entrará na corriqueira brincadeira local, uma corrida com apostas, de tempos em tempos.

O Parque de Exposição de Ipirá servia para uma exposição de três dias, de tempos em tempos. Uma área subutilizada. Vai servir para três dias de programação de corrida de cavalo, de tempos em tempos. Continuação da subutilização. Preste atenção ao que eu vou escrever agora: “Esta obra não durará seis meses”. Ficará obsoleta; superada; vencida pelo tempo e entregue ao tempo; sem prosperidade; inútil, bem antes do fim dessa administração. Observe que nem começou e eu estou dizendo isso. É coisa sem prosperidade. É um esporte. É jogo de aposta. Tem custo elevado. É caro. Será a obra inútil no. 51 da Radiografia (estou na 17).

Que a pista de corrida seja um apêndice do Parque de Exposição. Que a exposição, que está superada na nossa realidade, seja um aditivo ao Parque de Exposição. Tudo bem. Que este Parque de Exposição transforme-se num Parque de Vendas de Animais, inicialmente às quartas-feiras, gradativamente incorporando outros dias, dentro de um projeto que o leve a tornar-se um dinâmico pólo de vendas de animais, é uma questão vital para Ipirá. Que esta seja a principal atividade deste Parque de Exposição, para soerguer a economia rural de Ipirá, que está à beira da insolvência, da inoperância, da inatividade, do descaso, da improdutividade, esgotada e precisa de um incentivo concreto e eficaz do poder público.

Ipirá necessita de algo que dinamize e soerga a combalida economia da zona rural, com a mesma certeza de que a seleção de Ipirá, sem alguns reforços nunca irá mais longe do que foi em 2013. Afirmo que corrida de cavalo não dará sustentação à economia rural de Ipirá, é apenas uma brincadeira, um esporte como o futebol. Ipirá precisa de uma atividade econômica forte para a zona rural ganhar credibilidade e incentivo para voltar a produzir com segurança. O comércio de animais é esta atividade, porque é a garantia de que vale a pena produzir e não a corrida de cavalo. Esse é o bê-a-bá que o prefeito petista tem que entender.

Hipódromo é a utilização do dinheiro público numa obra que vai satisfazer a uma pequena-burguesia prazerosa e de fora. Ipirá necessita é de obra que favoreça diretamente ao agricultor familiar, ao pequeno e médio produtor rural, (o grande, também, será beneficiado) que necessita de um Parque de Vendas de Animais no inútil Parque de Exposição de Ipirá. É uma das poucas obras possíveis neste município que poderá alavancar a economia de Ipirá como um todo.

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