A crise política foi estabelecida em Ipirá e está queimando como fogo de
monturo. Não deixa de ser um problema, mas não é nada do outro mundo. Trata-se
de um puxa-estica entre prefeito e vereadores. Quem é que manda nesse município?
O prefeito acha que é ele que pode deitar e rolar. Está mais enganado do que
mosquito no céu da boca de sapo.
Os vereadores deram um a zero no prefeito na questão dos convênios. Isso pode não ser ruim para o município. A Câmara
resgatou e ampliou um atributo fundamental na coexistência entre os poderes, o
da fiscalização em todas as etapas. Isso é positivo para o município.
A Câmara está disposta a pisar no freio de qualquer suplementação
orçamentária, parece que já existe maioria para que isso aconteça. A Câmara
deseja remanejar dotes orçamentários do Gabinete do Prefeito para a Saúde. Isso
não deixa de ser interessante na medida em que se tira da mordomia para um
serviço extremamente necessário e deficitário em nosso município. Essa relocação
racional de áreas que possam sofrer uma perda sobressalente para suprir faltas
em outras áreas é uma atitude positiva, desde quando o nosso município ainda não
entrou na era do Orçamento Participativo, tão próprio a governos petistas, mas nessa
trapalhada que vigora em Ipirá estamos distante desse parâmetro.
O jogo é o do espeto. Tem mal que vem para o bem. O Poder Executivo, se
bem intencionado, poderá se livrar de um dos males que assola esse município
que é o clientelismo eleitoral de vereadores e cabos-eleitorais que consome
recursos de áreas importantes e precárias do município para a manutenção do
curral-eleitoral. Essa prática é devastadora e suicida, pois é uma sangria nos
cofres da prefeitura. Quem quiser fazer bonito com seu eleitorado que faça com
dinheiro do próprio bolso, porque o dinheiro público deve ser destinado aos
serviços públicos que a população necessita, inclusive para se libertar das
amarras. Os vereadores cortando lá e o prefeito cortando cá, quem ganha é o
povo de Ipirá.
Tem coisa que não cabe onde querem colocar. Fazer limpeza de pequenas
aguadas dos pequenos produtores com recursos públicos poderá ser uma das grandes
farras e marmeladas implantadas no município de Ipirá. Isso cheira e cheira
mal. É daí que saí o compadrio, o clientelismo nocivo, a incúria, a malversação
do dinheiro público, o ato escuso, a despesa dispensável, etc e tal. As máquinas
do Consórcio têm que ser dirigidas para a limpeza dos grandes açudes públicos,
que suportam anos de seca e servem de suporte para regiões. Essa deve ser a preocupação:
grandes açudes em todas as regiões. As pequenas aguadas secam com dois meses de
estiagem, essa limpeza é rápida e pode muito bem ser braçal, inclusive com o
trabalho de mutirão. Se a prefeitura assumir a responsabilidade particular, não
mais do que de repente estaremos vendo tratores do Consórcio limpando presas de
fazendeiros.
Perceberam o emaranhado em que o prefeito Ademildo está metido. É muito
espeto. Não é que convidaram reitores de Universidades para falarem para
crianças do Saint Clair. Eu fico imaginando a cabeça de quem articulou isso,
era uma forma das poltronas não ficarem vazias, foi bem pensado, agora, que
caiu mal, lá isso caiu, ficou parecendo que a coisa não era séria. Não é só
isso não. O som, uma vergonha. Isso é uma coisa simples e básica, mas que
falhou, falhou. Se não foi boicote, porque tinha macacos soltando risinhos
sorrateiros, significa que tem gente que não está entendendo ou torcendo
contra. Por sinal, a nota oficial da prefeitura sobre a Audiência Pública foi de
uma falta de cortesia magnífica, pois o Magnífico que não rezou na cartilha do
prefeito teve o discurso censurado.
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