quarta-feira, 11 de junho de 2014

VAIAS SOB A CHUVA.


Não é invenção, aconteceu, bastou o locutor falar o nome do prefeito para as vaias se manifestarem. Foi o maior prêmio oferecido no campeonato municipal de futebol em Ipirá, coisa nunca vista antes; também, foi a maior vaia ofertada a um prefeito no estádio de futebol em Ipirá, coisa nunca vista antes.

A premiação foi das melhores, não tinha motivos para vaias, mas elas aconteceram. O que está acontecendo, prefeito? V. Exa. tem que fazer uma reflexão sobre sua ação administrativa, algo está fora de sintonia. Descubra o que é, porque essa situação poderá ficar bastante desagradável. Está faltando pessoas para bater palmas mais alto e vestir a camisa do gestor? Não sei. Caminhão que desce ladeira sem freio se espatifa lá embaixo.

Nem é bom imaginar um governador do DEMo no Estado. Prefeito! A conseqüência imediata seria um prefeito engessado até o pescoço. Não se governa um município como o de Ipirá só de boca. A estratégia da gabolice engendrada pelo gestor não está tapeando o povo de Ipirá. A população está de olho nos macacos que estão deitando e rolando no seu governo e isso poderá fazer a diferença. Abra o olho, prefeito!

O União levantou a taça e levou o carro zero bala. Poderia ter feito o placar da taça no primeiro tempo, não o fez; para o Independente ficou de bom tamanho, desde quando, no segundo tempo, empatou o jogo e teve a oportunidade impar de matar o jogo na última bola, não o fez. Saiu na frente nos pênaltis, mas deu mole na sequência, principalmente, num pênalti que a bola passou duas léguas acima da árvore, que é bem mais alta que o gol. Foi mais emoção e valorizou a conquista do União.

Tudo na vida tem que ser pensado, aliás não custa nada pensar. Até o campeonato de Ipirá tem que ser pensado e repensado porque tem fatores que não contribuem para a concretização do esforço feito. O campeonato de Ipirá é caro para os times. Não é mais aquele futebol amador, tornou-se semiprofissional. Tem que ser encarado desse jeito.

A maioria dos times entra com dívida e sai quebrado. O público pagante tem uma média de 500 a 1.000 pessoas. O ingresso está no limite mínimo e possível: R$ 5,00. Mais caro o povão não pode pagar. Contraditoriamente é o mesmo valor para um desempregado e para um profissional liberal endinheirado. Talvez uma saída fosse a criação de áreas especiais (cadeiras por ex.) para que o preço fosse majorado.

Talvez a quantidade de times do campeonato ultrapasse o número ideal. Não tem como não ser rodada dupla aos domingos, com 4 times para dividir a renda e com um custo maior. Por exemplo: uma rodada de um domingo com 594 pagantes e R$ 2.960,00 de renda, os dois times vencedores recebem em torno de R$ 634,50 cada, se fosse só um jogo seria R$ 1.268,00. Os dois perdedores R$ 432,00 cada; se fosse um seria R$ 864,00. Três jogadores de fora tem um custo médio de R$ 600,00 e o perdedor tem que pagar. Não ficando nada, resta a dívida.

Talvez, a solução mais prática e razoável seja duas séries de jogos A e B, com rebaixamento e acesso, realizados em semestres diferentes. Nas preliminares, apenas jogos das escolinhas representando os times (os familiares comparecem). Só seria permitido jogadores de fora na série A.

A questão chave é a da auto-sustentabilidade. Tem clubes que a folha de atletas fica em torno de 40 mil reais o campeonato, quando o prêmio a ser disputado, um carro popular novo, gira em torno dos 30 mil. A adaptação desse balanço contábil para ajustar receita com as despesas não é fácil. Com a renda é insuficiente. Resta o esforço do presidente do time e de abnegados torcedores. Partem para a vaquinha de amigos, na segunda vez cansa. O patrocínio de algum empresário, quando deixar de ajudar a vaca vai para o brejo. A fonte de renda é frágil e insustentável, convenhamos. Na verdade eu queria escrever sobre as vaias e terminei opinando sobre futebol. Não me levem a mal.

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