Triste
Ipirá!
Desnudou-se,
tomada de assalto, por uma pandemia que se alastra intangível por estas plagas.
Ipirá vive, neste instante, um surto momentâneo de algo tenebroso, que retrata
bem uma realidade dilacerante. Não deu outra, a formidável e inexpugnável
fortaleza mostrou a flacidez de suas entranhas. Não teve como esconder suas
chagas. Nunca, em toda a sua história, Ipirá mostrou-se tão fraca, tão frágil,
tão debilitada. Uma pena.
Dois
pontos vêm à tona. Primeiro, Ipirá é um território livre para a vida sossegada
e a proliferação do mosquito, que por sinal está contagiando e a largo espaço,
neste sentido, já suplantou o foco, alastrou-se. É um ambiente propício à
proliferação do mosquito por ter temperaturas elevadas e por ter necessidade de
armazenagem de água em recipientes em quintais de todas as residências, o que
potencializa o criadouro de mosquitos e, assim, agiganta-se e avoluma-se a
nuvem do sacripanta.
Um
segundo ponto, a demonstração clara da precariedade do sistema de saúde na
cidade de Ipirá. Um único hospital para o atendimento de uma demanda que
ultrapassa as possibilidades daquele centro. Não existe o suporte da saúde
particular, está no mesmo patamar do simplismo da pública. Nem se cogita
tratamento de alta complexidade. Todo e qualquer cidadão ipiraense tem que suportar
uma hora para receber o atendimento necessário e adequado em Feira de Santana, caso
contrário, embarca, tenha ou não condições financeiras.
Um
atendimento público concentrado num único hospital, que carece de requisitos básicos
de medidas de higiene, de atendimento pessoal e humano. Uma debilidade a toda
prova. Como suportar um surto? Como evitar que o surto torne-se uma calamidade?
A população está entregue ao acaso. A saúde pública em Ipirá é um caos. A
resposta não convence: ‘todo lugar é assim’. Apenas, significa o sinal verde
para o atraso que impera de forma letárgica, aqui e algures.
Um comentário:
Sábio, meu professor! Essa doença pública que é o DESCASO está em todo canto do país, mas nesta cidade de Ipirá é um ABSURDO.
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