terça-feira, 21 de abril de 2015

SABE DE NADA, INOCENTE!

Quem esteve em Ipirá, no aniversário da cidade, foi ‘cumpadre’ Washington, o do mote: ‘sabe de nada, inocente!’ Botou uma multidão atrás e na frente. Lembrando-se sempre de agradecer: “obrigado, prefeito Ademildo!” E a multidão entendia o recado e a lembrança do ‘cumpadre'.

O prefeito Ademildo era quem estava com um pé atrás e outro na frente. A preocupação do prefeito não era tão somente a festa, mas as obras. Botou cinqüenta pessoas na frente da Igreja para ouvi-lo falar das obras; todos e todas já sabiam de cor e salteado o obreirismo do prefeito e ele repetindo a ladainha de sempre. A preocupação era tamanha que ele botou o telão com as inaugurações e a multidão não estava nem aí, nem tum para as inaugurações. Para o povão, o telão não tinha graça, ninguém olhava. O ‘cumpadre’ chupava os olhos da multidão. Temos que levar em conta que era dia de festa e não de inauguração. Festa é festa.

Ademildo sendo o prefeito das obras virtuais vai se embaraçar com Marcelo Brandão, o homem das festas virtuais. Veja em que pirambeira Ipirá está metida. Marcelão acha que vai resolver o problema de Ipirá fazendo grandes e grandiosos eventos. Dá para imaginar: quinhentos para Ivete, quinhentos para Chicletes e a prefeitura chimbando em 1 milhão por quatro horas de show. Marcelão acha que vem gente até do estrangeiro para as grandes festanças.

Não é nada fácil transformar Ipirá em pólo turístico. O buraco é muito embaixo. A prefeitura de Salvador está tirando o braço da seringa nas despesas do Carnaval, quem está bancando a festa é a iniciativa privada. Grande atração na tradicional micareta de Feira quem patrocina é bloco particular. Não tem prefeitura que agüente bancar esse panavueiro de cabo a rabo.

Aí o prefeito Ademildo não dorme no ponto e já pensa em terceirizar o São João 2015. A prefeitura contrata as atrações secundárias e o grande atrativo do São João, Os Aviões, fica por conta da ‘turma da jega’, sendo que, nesse dia não acontecerá nada ou nadinha na praça, quem quiser curtir vai ter que pagar. De uma só cacetada derrubam-se dois coelhos e evita-se uma dor de cabeça.

Acabou a festa, retorna a realidade, aí a cabeça ferve. Um hospital prestes a implodir, porque não dá conta da demanda existente em Ipirá. Pepinos em várias secretarias. Terremoto no Ponto Cidadão com uma perna correndo na Polícia Federal devido aos desvios de verbas de programa federal e outra perna na Delegacia de Polícia Criminal correndo por conta de ameaças contra a integridade física de terceiros, coisa do gênero quadrilha organizada e que engrossou o caldo. São dois inquéritos e muita bronca pela frente.

O grupismo (jacu/macaco) em Ipirá é essa gosma vergonhosa de que tudo é possível e nada é proibido. O ilegal não existe e a legalidade é a conveniência do grupo que manda. Não foi à-toa que na administração de Luiz Carlos foi articulado o ‘tempo da agiotagem’ e na gestão de Diomário foi arquitetado o ‘tempo dos empresários genéricos’ e todos se lambuzaram com dinheiro público. Pode ser legal, mas é de uma imoralidade que vai até a alma. Na festa de trio uma pessoa foi baleada em frente ao Bradesco (não sei se morreu). No Hospital de Ipirá morre muito mais gente. Aí, você diz assim: “sabe de nada, inocente.”

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