domingo, 20 de dezembro de 2015

EMERGÊNCIA & CALAMIDADE.

Duas palavras que galopam bem próximas uma da outra, pelo menos, no campo do sinistro e da coisa tenebrosa: emergência e calamidade (chega prá lá trem ruim!). O lamaçal de Mariana é o exemplo mais recente dessa incompetência, que vira descaso e descamba em erro, que se transforma em tragédia, porque causa morte, sofrimento, perda e dano. Não precisa dizer mais nada. São setecentos quilômetros de natureza morta. Um rio Doce que vira uma massa lamacenta. Isso tudo é uma coisa medonha.

Em Ipirá, a problemática não é o rio de lama, mas as duas palavras (emergência e calamidade) estão grudadas no município como chifre na cabeça de bode. Este 2015 foi um ano de bom índice pluviométrico, mas a estiagem a partir de agosto já colocou o município no beleleu. A zona rural vive a sua tragédia. Falta água em algumas localidades e falta alimento para os animais em todo lugar. É a fartura da falta.

Não significa ser agourento indagar: “Se não consegue viver no semi-árido como é que vai conseguir viver no deserto?” O rio Doce virou lama; o semi-árido caminha para virar deserto. Essa é a nossa tragédia. Uma tragédia que vem de décadas e mais décadas e não de presságio de acontecimentos infaustos. A vaca vai para o pasto do dono e não encontra o que comer. O dono aluga um pasto e a vaca vai comendo o pasto e o próprio dono. É uma engrisilha medonha. Um ponto de atraso. A seca é uma calamidade. Morre o bicho fica o homem em situação precária.

O município vai ficando sem saída. O rebanho de gado (bovino, ovino) vai diminuindo. Uma feira de animais no Parque de Exposição (uma prioridade) não marca presença, nem mesmo uma simples contabilidade dos animais que chegam e que saem se consegue fazer. Se não tivermos ideia do tamanho da queda como chegaremos às medidas protelatórias ou até mesmo ao equacionamento do problema. Uma simples questão de gerenciamento. Sem produção no campo o município vai sendo sustentado por uma massa de aposentadoria e programas assistenciais.

O país vivendo uma crise, o que piora a vida no varejo e no atacado. Para agravar ainda mais a situação temos um poder público municipal travado, tanto pela queda na arrecadação como pela política do jogo de empurra, quando o ex-prefeito Ademildo não quer concretizar a renúncia para dar total autonomia ao prefeito Aníbal. Isso emperra e atola o município. O município vivendo uma situação de emergência, sendo encaminhado para um estado de calamidade e o poder municipal incorrendo num viés de falta de autoridade. Se não existe a probabilidade da renúncia, que não se castre a autonomia e a legitimidade do prefeito Aníbal tocar o município dentro de sua lógica e da sua visão administrativa. O prefeito precisa de um poder efetivo, até mesmo, para ser o responsável direto pelos seus atos.

Na maioria das vezes, a realidade dos municípios do semi-árido não é nada fácil e chega a ser cruel. O município de Ipirá está na corda bamba entre a emergência e a calamidade. O poder municipal travado. A Prefeitura Municipal em estado pré-falimentar. A politicagem do grupismo empaca a máquina pública. O município é maior do que qualquer grupo, mas o BA-VI do jacu/macaco fornica o município. Fazer o quê?

Vamos partir do pressuposto de que essa iluminação para o Natal em Ipirá foi o que foi possível fazer no momento; custou em torno de R$ 150 mil reais em pleno estado de emergência, mas Ipirá tem que ser uma cidade-luz como Gramado. Pare, pense bem pensado. Pontencialize essa iluminação atual em dez vezes e teremos uma iluminação com dez vezes mais peças luminosas, uma coisa linda de se ver. O custo também será potencializado em dez vezes mais. Um milhão e meio de reais. Vem mais gente, vem mais dinheiro, o comércio vai vender mais, as pessoas vão ficar felizes, o astral vai ficar elevado, blá, blá, blá. Nada brilha mais do que a luz solar e sob esses raios luminosos o município de Ipirá trilha entre a emergência e a calamidade.

Tudo isso acontecendo e o deputado Jurandy Oliveira, em sua notória preocupação com o município de Ipirá, continua passando o podão pelo pescoço dos funcionários do CIRETRAN de Ipirá. Dessa vez, uma das vítimas, foi o único funcionário indicado pelo PT local. Agora, tem que ser bem pensado, o governador do Estado é o PETISTA Rui Costa que permite e consente que o deputado Jurandy Oliveira corte a cabeça dos indicados pelos deputados do PT e do PCdoB para o CIRETRAN em Ipirá.

Ninguém pode negar que o deputado Jurandy Oliveira tem poder e força junto ao governo do Estado, mas também ninguém vê o deputado Jurandy Oliveira levantar uma proposta que ajude Ipirá sair desse estado de emergência junto ao governador Rui Costa.

Não se pode preterir a calamidade, ela avança e não deixa algo ou alguém para trás, atinge o município, o catingueiro e o bicho e, não tenha a menor dúvida que um governador, um deputado, um prefeito pode ser uma grande calamidade.

Não tenham dúvida que o Renova Ipirá está passando por um momento de emergência, mas não estamos em estado de calamidade. Em janeiro/2016 o Renova Ipirá estará lançando uma nota sobre o seu posicionamento à população.

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