Como é que o Poder
Municipal vai tirar Ipirá do prego? Rezando para chover; jogando búzios prá vê
se a sorte está na próxima esquina; gastando dinheiro na Loto Mania prá vê se
tira uma bolada e aumenta a renda do município.
Acertou quem disse que é
fazendo festa. A projeção para três dias de Micareta em Ipirá, nos dias 20, 21,
22 de abril, é das mais promissoras; vem gente de todo o mundo, de Itapipoca,
de Arapiraca, de Brasília, (não duvide não!) são os inúmeros fãs-clube de Bell,
que já estão mobilizados e acompanham o cantor em todas as paradas e onde ele
estiver (ah! Se Bell soubesse disso, ia matar a pau!)
Virão a Ipirá mais de
dez mil pessoas e deixarão mais de dez milhões de reais. Ipirá vai se encantar
com esse dinheiro novo na praça. Isso na planilha é de uma perfeição de encher
os olhos.
Começando por ACM Neto,
prefeito de Salvador, que declarou, semana passada, que a prefeitura de
Salvador vai quebrar se não tiver aumento no IPTU. Aí, quem fica degringolado
sou eu! Salvador não tem um dos maiores carnavais do mundo? Não resta dúvida. O
prefeito ACM Neto não aumentou para quinze dias de folia? O prefeito Neto não
pleiteia trinta dias de fuzarca? Sim, é verdade. Se essa gente colocar 365 dias
de carnaval em Salvador e o IPTU não for deletado e custipiado da capital, não
tem porque eu acreditar que grandes eventos solucionam a questão da quebradeira
e do requebra do povão.
Quem se apropria de fato
e virtualmente do circuito são os grandes empresários de bebidas e da
comunicação; quem estica o arame no varal são os empresários de bloco e camarote.
O treco tem o engate do trio que é eletrizante: empresariado, mídia, poder
público (municipal e estadual). Essa lambisgoíce de Salvador é uma empreitada
da fazer gaitada no Capeta.
Quem dá sustentação e
garante os sacos de boca larga, pendurados, aparando chuvas de confetes
cifronados ou de bufunfa confetinada são
os poderes públicos. A prefeitura não tem caroço de mangalô para bancar esse
manguezal sozinha. O governador disparou que o interior tem que voltar a
realizar carnaval, porque Salvador não suporta uma festa para cinco milhões de
pessoas. Observem que a bola bateu na trave, mais de um milhão de turistas e
movimento de bilhões de capim.
A esbórnia em Salvador
não tem preocupação com a seca. A micareta de Feira de Santana seleciona suas
atrações, ano sim, ano não, porque não quer, não pode e não tem condições de
virar um mega e magnífico evento. É um cuscuz com farofa bancado pelo folião,
com o poder público se esguelando pelas beiradas. Quem entra de cabeça nesse
samba vira pandeiro. A seca para Feira de Santana tem um sacolejo pequeno, não
quebra na quebradeira.
Aí, chegamos a Ipirá; o
prefeito novo, dessa vez da jacuzada, trocou o São João pela Micareta, ou faz
um ou faz o outro, preferiu apostar as fichas na micareta, dizendo ele, que é
cobrança dos 17 mil votos que recebeu, tudo bem, o playboy não vai botar no
próprio cangote o peso da responsa, segura tua onda 17 mil. Numa seca braba,
botá fricote na avenida é fazer cócegas para o Capeta abrir os dentes e bater
uma self.
Mas choveu chuva de
chuvisco grosso estes dias em Ipirá, a terra estorricada se abriu em poças
d’água e dá passagem ao desejo do prefeito Marcelo Brandão, que não jogará peso
no São João, a Festa do Interior, quando a capital, tradicionalmente,
verdadeiramente esvazia e o interior fervilha.
Se Ipirá fizer fogueira
com a prata da casa e o forró do bode; não duvide não viu, esse menino! Adentrará
a esse arraiá mais de mil pessoas da capitá; a Praça do Mercado ficará apertada
com o calor dos rojões de dez mil pessoas e as cobrinhas deixarão um rastro de
um milhão de reais na economia de Ipirá. O que seria de bom tamanho, porque
difícil, difícil mesmo, será transformar Ipirá num cupinzeiro de turistas. A
seca; a seca de tudo não deixa. Esse é o bom combate ou melhor debate; Ipirá
precisa disso. Ipirá precisará declarar Estado de Emergência ou Situação de Calamidade
logo após a Micareta. Que as trovoadas ou as ressacas não deixem.
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