O Brasil
encontra-se numa encruzilhada delicadíssima, onde o quadro apresenta-se ao modo
de uma forquilha mergulhada numa polarização que coloca os dois candidatos a
correrem atrás dos eleitores que os rejeitaram no primeiro turno. Esses últimos
dias serão decisivos.
Todo cidadão
brasileiro está sendo convocado para desatar o nó, num processo eleitoral
marcado para o dia 28 deste mês. É muita responsabilidade jogada nas costas do
povo e nenhuma brincadeira à vista. Duas forças no corpo a corpo.
O caminho da
confrontação, da violência e da intolerância é uma linha tênue, emblemática e perigosa,
que poderá jogar esse país num precipício. Tem que acontecer um profundo debate
a ser travado com a sociedade brasileira e uma reflexão mais apurada no sentido
de destravar as blindagens, mostrar os horizontes e o que está em jogo.
A defesa e a manutenção
da democracia no Brasil é um ponto básico e essencial para o exercício da
política na sociedade brasileira. Não existe nenhuma possibilidade de barganha,
de suspensão e de relaxamento do Estado de direito e democrático no Brasil. Este
é um princípio inegociável e fator importante na tomada de decisão que os
eleitores irão realizar no segundo turno.
A questão
social no Brasil precisa melhorar no sentido de eliminar a pobreza que
atormenta milhões de brasileiros e a democracia precisa garantir comida na mesa
do povo; trabalho e direitos aos trabalhadores; combate ao racismo e um programa
que possa ser traduzido em estímulo ao desenvolvimento do país e na defesa da
soberania nacional e dos direitos do povo. Um programa social é fundamental para
que o cidadão possa decidir de maneira sensata a sua escolha no segundo turno.
Este jogo não
pode permanecer na obscuridade, tem que ser claro e evidente. O caso Bolsonaro
tem o aspecto de uma jamanta, que parece não ter freio, descendo uma ladeira. Um
perigo. Um papel em branco, que diz meia dúzia de chavões, coisas simples e equivocadas.
Sobre o problema da segurança assegura que tem solução com extermínio, assim o
Brasil não teria problemas de segurança, porque se mata sem pena de morte. É um
político autoritário, retrógrado e radical de extrema direita, que poderá levar
esse país para um governo civil autoritário com apoio militar. Esse é um grande
risco.
O oponente é
Fernando Haddad, a única opção possível. Um professor universitário e político
moderado, que tem uma tarefa gigantesca pela frente, numa conjuntura
extremamente complexa, de se deslocar para o centro e receber a votação desse
eleitorado que deu preferência aos quatorze partidos que ficaram na
neutralidade.
Os resultados
das Eleições 2018, no primeiro turno, em Ipirá, não apresentaram novidades: num
total de 43.560 eleitores, votaram 35.519 eleitores, não compareceram 8.041.
Para presidente, Haddad 21.675 e Bolsonaro 4.036, para governador, Rui Costa
21.616 contra 7.298 de Zé Ronaldo. Aí o grupo da macacada fica soltando
foguete, achando que o grupo da jacuzada está liquidado.
Pode ser um
grande engano, porque esses números são soltos, livres das amarras dos grupos.
O que vai contar de verdade é a postura política, porque historicamente, quem
era esquerda em Ipirá era a jacuzada; sendo a macacada a representação da
direita e do fascismo. A jacuzada rendeu-se à ditadura militar e perdeu
completamente o trem da história.
Agora, a
jacuzada está diante de uma nova oportunidade de redimir-se da fraqueza e
vacilo do passado, se assumir uma posição de importância no campo democrático e
progressista. Suas lideranças vão ter a chance de tomar uma posição entre o
fascismo e a democracia. É isso que se desenha para o Brasil nesse momento.
Qual será a
posição política da jacuzada? Que não seja fruto da falta de entendimento, da
ingenuidade, da onda, ou mesmo, da mesquinharia local da intriga do jacu e
macaco, porque a história não perdoa e o momento em que vivemos no Brasil, não
é dado a nenhum cidadão o direito à indiferença e omissão.
Que todos usem
a sua autoridade moral de forma a derrotar o crescimento do fascismo
brasileiro. A Justiça, a Polícia Federal e Ministério Público ficarão incumbidos e darão conta de todas as quadrilhas
que participaram ou se envolverem em casos de corrupção, mas no âmbito do Estado
de direito e da democracia.
Para o segundo
turno, em Ipirá, temos o seguinte prognóstico eleitoral: são 43.560 eleitores,
comparecerão 40.000; serão 400 brancos e 600 nulos; Bolsonaro ficará com 8.625
e Haddad com 30.375 votos.
Por favor, não
caia na bobagem de fazer aposta com esses números, eles só servem para
observarmos a posição da jacuzada. Não a ditadura, a militarização da sociedade
e viva a democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário