sexta-feira, 20 de março de 2020

DO CORONAVÍRUS À CHAPA-QUENTE DO BETUME


Não sei por onde começar. De concreto mesmo, posso afirmar que o asfalto é uma realidade no centro da cidade, emboramente a obra esteja estancada na Praça da Bandeira, sem que ninguém saiba dar uma explicação.

É certo que o prefeito Marcelo Brandão invadiu o projeto do governo do Estado e criou uma situação de ilicitude de forma ampla para si e para o governo do Estado.

O projeto asfáltico do governo do Estado, bem elaborado, com planilha de custo, alvará municipal, recibo do ISS foi transformado em um recapeamento de duas ruas que foram asfaltadas no período do ex-prefeito Jota Oliveira.

O projeto do Estado não foi aplicado na forma licenciada, trata-se de um asfalto recauchutado e que o deputado está escolhendo outras adjacências para o complemento deixando o centro na obrigação da prefeitura. É muito bolodório.

O certo é que o governo Rui Costa não tem tido olhos generosos para o município de Ipirá e o prefeito Marcelo Brandão, faltando nove meses para findar o mandato, tem tido uma administração pífia em nosso município e isso reflete de forma incisiva no quadro pré-eleitoral que se aproxima.

No campo da macacada o rio corre para o mar. Numa calmaria celestial na superfície e numa correnteza tenebrosa na profundidade, quando a pré-candidata Nina insiste na sua intenção de ser uma candidata à prefeitura criando certo descompasso dentro do grupo. A tática da macacada, capitaneada pelo ex-prefeito Diomário Sá, de não lançar a vice neste momento é a causadora desse reboliço e o principal motivo que provoca a pororoca no grupo.

Outro fato concreto que é motivo de grande insatisfação no campo da vereança do grupo macaco foi a chegada de pré-candidatos do grupo jacu que migraram para a macacada. No ponto de vista de alguns vereadores prejudicados a coisa é séria, devido à atuação de um pré-candidato que veio do grupo jacu sem trazer um cabedal de votos significativo e está dilapidando as bases desses vereadores que se sacrificaram três anos na oposição ao atual prefeito e, agora, estão vendo suas bases serem engolidas pela atuação predadora do pretendente a uma vaga na Câmara, que chegou chegando, talvez até, com o apoio do pré-candidato Dudy, que necessita ter um vereador do seu alinhamento direto e incondicional. Na verdade, essa atuação coloca três vereadores atuais da macacada na berlinda ou na boca da onça. Vence a prefeitura e perde o mandato de vereador, grande coisa!

Ainda no campo macaco, o deputado Jurandy Oliveira não fraqueja na queda-de-braço com o ex-prefeito Diomário Sá, que busca manter sua performance de líder representativo do grupo junto ao governo estadual, mas o concorrente é mourão de canto, tem mandato na Assembléia Legislativa do Estado e está em alta com a conquista do asfalto para o centro da cidade. Não tem outra explicação a não aceitação da pré-candidata Nina Gomes como a vice da chapa, inclusive o deputado sinaliza de forma positiva, mas o ex-prefeito Diomário é o grande empecilho e protela a decisão. Pior para o candidato Dudy.

A demora de decisão, que no final será Nina Gomes, só contribui para aumentar o alvoroço na toca dos macacos, porque esta pré-candidata está se organizando, ganhando força e espaço para pleitear com mais firmeza a cabeça da chapa. Quanto mais tempo for delongado, mais o grupo do deputado vai ganhando gordura eleitoral dentro da macacada. O deputado já organizou uma chapa do PP para a vereança. Ficou mais forte e caudaloso para enfrentar a correnteza. Quanto mais demorar a tomada da decisão da vice, mais a pré-candidata Nina vai ganhando espaço eleitoral e se fortalecendo dentro do campo macaco e criando condições para exigir a cabeça dentro ou fora da macacada.

Pelo campo da jacuzada, o prefeito Marcelo Brandão é hegemônico na candidatura à reeleição, sem ter nenhum contratempo dentro do seu grupo. Mas a situação eleitoral do prefeito não é um mar de tranqüilidade, como pode pensar alguns ingênuos; pois que, é bem diferente e pior do que há quatro anos atrás.

O prefeito tem perdido muitos eleitores e prejudicou alguns vereadores e apadrinhou outros, fato que contribui para a falta de empenho em suas hostes. Já declinaram de sua candidatura: o vice-prefeito, um vereador e cinco candidatos à vereança de seu grupo. Isso compromete qualquer eleição.

O prefeito Marcelo Brandão ficou restrito a si próprio, este foi o seu grande equívoco. Não consegue atrair do campo adversário. Sem aglutinar e deixando de ser esperança cai na vala comum do agrado aos seus apaniguados. Assim sendo não conseguirá força para suplantar o quadro de dificuldades.     

A arrogância de qualquer pessoa é destrutiva, pode ser até um prefeito e o dogmatismo é uma grande cegueira, principalmente se for um prefeito. O prefeito Marcelo Brandão está num beco sem saída e com poucas chances de sobrevivência política e por uma pequena brecha dá para visualizar uma reviravolta na política local se o grupo jacu tiver a esperteza e adotar a tática magistral do ex-prefeito Diomário Sá, que comprovadamente dá certo em 90% das tentativas, e entregar a cabeça da chapa da jacuzada a pré-candidata Nina Gomes com o prefeito MB na vice, aí estaria formada a ‘Chapa do Betume’ com dois projetos de asfaltamento para balançar o chão da praça.

Como eu não tenho nada a ver com isso aí e o problema do coronavírus é muito mais importante, preocupante e contagiante do que o que foi colocado acima; eu tenho a contar é que encontrei Luís Gambá, uma pessoa do bem, genuinamente uma pessoa do povo, que não faz mal a ninguém e disse-lhe:

- Seu Luís! Cuidado com o coronavírus que está matando muita gente.

- Ele que venha que eu meto bala nele, bala trocada não é crime! – respondeu seu Luís.

- Mas é uma coisa que você nem enxerga – disse-lhe.

- Não enxerga não! E prá que é que eu tenho esses olhos?
     
Não deixa de ser surpreendente a valentia de seu Luís e a sua ingenuidade espirituosa que brota do seu íntimo e da pureza do seu Ser. Essa situação é muito delicada.

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