sábado, 6 de março de 2010

É DE ROSCA


É DE ROSCA.

Estilo: ficção
Natureza: novelinha
Capítulo: 24 (mês de setembro 2009) – incrível, apresentação do novo capítulo da novelinha com, simplesmente, 6 meses de atraso.

Na porta da residência do prefeito Dió.
- Podem parar, dona Natalina e dona Tonha ! esse negócio de candidaturas à prefeitura de Ipirá em pleno 2010 é coisa fora de sintonia. Essas duas candidaturas não contarão com meu apoio jamais. Chegou a vez da mulher, em Brasília e em Ipirá, mas são mulheres que estão preparadas para governar, não vocês. – falou o prefeito Dió.

As ex-empregadas, Tonha e Natalina, sentiram a força do petardo do prefeito Dió, caíram na realidade, enrolaram as bandeiras e sentaram na calçada da residência do prefeito Dió. Ficaram tristes e caladas, mas de ouvidos atentos ao que acontecia dentro da residência.

Dentro da residência do prefeito Dió.
- Sabe de uma coisa Luiz do Demo, esse povo não compreende que quem manda neste município sou eu e fica querendo lançar candidaturas sem o meu consentimento. Depois não digam por aí que não sabiam a cor da chita – comentou o prefeito Dió.

- Deixe de meticulosidade prefeito Dio ! todo povo de Ipirá sabe que a maior liderança de todos os tempos em Ipirá foi meu pai e com a vitória de Geddel vamos voltar aos velhos tempos.

- Luiz do Demo ! você está por fora da realidade; esta Geddel não vê nem a poeira, muito menos Paulo Souto que é do Demo, o seu partido, mas você fica insistindo em dizer que é do PMDB, eu não entendo esse tipo de coisa. Vou ser sincero com você. O jacu vai pastar fora do poder em todas as esferas por muito tempo, basta você se situar para ver isso.

- Mas prefeito Dió ! eu sou um admirador da sua capacidade camaleônica, diga-me, sem trocadilhos, o que você pode fazer para eu e meu pai podermos nos encostar em Wagner ?

- Fica difícil dizer; Wagner não gosta de jacu e é macaco em Ipirá, mas fique comigo que eu vou limpar sua barra lá em Salvador.

- Eu muito lhe agradeço prefeito Dió. Quero fazer-lhe um novo pedido: olhe o que você pode fazer por aquele rapaz que estava de moto e foi atropelado pela ambulância do São Roque no povoado do Pau Ferro, ele está para perder a perna.

- Isso é fácil dizer, viu Luiz do Demo, eu não posso fazer nada e ele é quem tem que pagar o conserto da ambulância.

- Mas prefeito Dio, a ambulância não tem documentação em dias, o Renavan está atrasado e você ainda quer que o rapaz pague a ambulância ?

- Sim e daí ! A ambulância roda para povoado, por isso não precisa documento. Se está atrasado o pagamento é porque essa dívida vem da sua administração e ele vai ter que pagar, porque eu estou aqui para zelar pelos recursos da prefeitura, coisa que sua administração não fez.

- Você, prefeito Dió, gosta muito de falar de minha administração, mas até agora não fez o Matadouro de Ipirá.

- Até você Luiz do Demo está contra minha administração ! saia de minha casa agora. Como é que você vem mim lembrar uma desgraça dessa. Saia já, agora.

Luiz do Demo deixou a casa do prefeito Dió em visível abatimento. Eram novos tempos. Agora o controle estava nas mãos daquele velho seguidor de seu pai, que nos tempos das vacas gordas, não cansava de adular para obter vantagens, a agora, depois de muita sagacidade, controlava o poder local e não queria dar uma nesga de camisa a ninguém, nem ao atropelado pela ambulância. Luiz do Demo sentia-se atropelado por um trem-bala.

O prefeito Dió sentou no sofá, coçou a cabeça e pensou: “quem é esse Luiz do Demo para fazer cobrança de matadouro ? Ninguém lembra mais disso, nem marchante, nem fazendeiro, nem o povo, agora só fica o locutor da rádio de vez em quando e esse sujeito do blog, com essa novelinha esculhambada, que ninguém acompanha, muito menos eu, falando dessa desgraça de matadouro” . O prefeito Dió estava injuriado.

Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? agora que Luiz do Demo saiu da casa do prefeito Dió será que ainda vai ter assunto para a novelinha?

Leia o capitulo 23 (agosto 2009) logo abaixo.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.

Um comentário:

Lilian Simões disse...

Agildo,acho que este "matadouro" está sendo construído com a verba do Bancoop.E tem mais:estava indo visitar uns amigos numa fazenda em Bxa Grande,qdo o motorista me mostrou o local do matadouro.Acho que vamos ter problemas devido a localização muito perto da pista.A concentração de urubus alí vai ser grande e...o resto vc já imagina.Tomara que eu esteja errada.
Um abraço!