Essa
politicagem local dá e deixa. Palanque montado, o discursador desembesta uma
correria desordenada, arrebatada e diz: “o maior líder; o mais carismático; o
mais popular; a maior liderança.”è Isso não podia ficar de fora,
estava no script, afinal de contas, tem largo reconhecimento; uma fina
gratidão; um tempero de bajulismo e um nobre pedido de perdão, senão, um
arrependimento tardio, por erro ou falta que se comete falando, por
inadvertência, descuido ou falha de memória.
A culpa no cartório leva à adulação: “saudar o grupo;
esse calor, essa energia; com essa expectativa de vitória. O partido e o grupo
juntos não tem para ninguém” e acrescentou: ”O partido enche a bola do grupo e
o grupo enche a bola do partido.”è O grupo é amplamente majoritário. O
partido local um agrupamento que tem a obrigação de engordar dentro dos quadros
do grupo.
Exaltada as qualidade do grande líder e louvada a sua
trupe, passamos às idéias preconcebidas com intencionalidade de convencimento:
“o homem público passa por duas situações; a coragem e a credibilidade” e
complementa: “para assumir determinada posição tem que ter muita coragem.” è
Parece-me que o termo coragem não cai bem, ou seja, fica mais adequado o termo
cara-de-pau que é mais do que coragem. “Tem que ter coragem para fazer o
enfrentamento e projetar o futuro.” è Principalmente se esse futuro só
permite ver vantagens e poder.
“Tem que
ter credibilidade.” è Credibilidade não se compra num
balcão de quitanda. Depende do julgamento dos outros e não de uma avaliação
própria. A confiança que se busca na nova trupe é a mesma que se perdeu em outras
esferas. A hipocrisia é quem dá confiança a credibilidade que se almeja ou que
se pretende tê-la.
“Política é feita de composição.” è Não
tem a menor dúvida, mas substanciada em critério e de forma programática. “A
aliança entre o partido e o grupo está consolidada.” è Andar
pelo grupo contrário atrás de uma boca e depois retornar para, só então,
consolidar a tão bela aliança, transparece muito mais oportunismo do que a tão
perfeita ética que se pretende pregar.
“Não
existe mais espaço para o xingamento, o discurso vazio, sem proposta e
agressivo.” è Aqui está o repúdio ao que se fazia
antes de forma sistemática. Aqui põe-se uma pá de cal no criticismo, porque
continua existindo espaço para a denúncia dos casos que não comportam o
respeito e a ética com a coisa pública. “Estamos amadurecidos para compreender
o passado e projetar o futuro”. è Esta é uma boa reflexão para quem não
faz autocrítica e vê no futuro mais cor do que no passado.
“Quem não tem governo, não bota uma pedra.” è É
verdade! O partido não tem colocado uma pedra no município, evidentemente,
excluindo-se as questões particulares e corporativista, porque na realidade
quem bota pedra é quem tem o poder e, nesse caso, é o prefeito que tem suas
ligações com o governador, que quer manter o sistema eleitoral e por aí vai.
“Continuar o projeto que está transformando o município,
continuar o projeto do prefeito, que moralizou a administração pública; que
acabou com os agiotas; que não atrasou os salários dos funcionários.” è
Devagar com o andor que o santo é de barro. Querer apagar o passado do seu
atual candidato faz com que perca o sentido falar do passado do adversário,
então, tudo isso é mais ladainha e engodo para enganar a população do que a verdade
dos fatos.
“Discutindo política com a sociedade. Debater o município
e o futuro, também as diferentes políticas públicas.” è Esse
é um caminho, sem naturalmente tapar o céu com a peneira, sem descuidar e abrir
a guarda para quem tem ficha suja ou para quem, presumivelmente, não gozar de
plena confiabilidade.
Enfim, chegamos às propostas: “o povo quer uma Bolsa
Família Municipal complementando a bolsa família federal”. è
Bolsa Família tem que ser uma proposta transitória, o que tem que ser definido é
um projeto de desenvolvimento para o município, que diminua o assistencialismo
provisório e não efetivá-lo e robustecê-lo pelo simples fato de que isso é uma
mina de votos. O município tem 8.000 bolsista familiar e será um município próspero
e bem melhor quando tiver zero de BF.
“ Vamos lutar
pelo campos da Universidade Federal da Chapada, com sede em nosso muncípio.” è
Ainda bem que falou “vamos lutar” em vez de dizer “vamos trazer” como diz seu
colega de chapa. Tem gente que não quer compreender que isso demanda muita e
muita força política, coisa que o município não tem, por mais que se queira
dizer o contrário. O município está enquadrado no patamar dos que receberão do
governo do estado aquilo que condiz com o patamar do município na ótica do
governo do estado. Estamos no patamar do CETEP e não de universidade.
Para quem
acha que CETEP é uma das maravilhas deste mundo, este é o debate, que tem que
ser franco e direto, porque, existem doze grandes obras do governo estadual em
nosso estado, nenhuma em nossa cidade, porque o estado só investe onde tem
retorno, e aqui, o nosso município, está sendo projetado como um município inviável
a nível de desenvolvimento econômico, portanto, nada mais justo que mantê-lo
num nível de assistencialismo social, para que essa população não arribe para
perturbar a paz nos grandes centros de desenvolvimento. O nosso município
precisa de mais BF ou de desenvolvimento? Este é o debate e eu topo este
debate.
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