“Ganha eleições quem tem dinheiro”. Por causa dessas idéias compram-se
votos em grosso e a varejo, assim sendo, isso virou uma exigência da economia
que gira em torno das eleições, que envolve muitas atividades especulativas do
mais alto grau de esperteza. O município de Ipirá tem 83,2% da sua população
com renda de um salário mínimo para baixo. A carência das pessoas é o melhor
cliente dessa especulação eleitoral. Na medida em que você sofre de amnésia não
lembra e nada disso importa.
O prognóstico de gasto de cada uma das duas oligarquias que pretendem
governar a prefeitura de Ipirá é de 500 mil. Não deve causar espanto anunciarem
tanto dinheiro para conquistar uma prefeitura minúscula e inexpressiva como a
de Ipirá, não está posto que: “ganha eleições quem tem dinheiro”. Tratando-se
da prefeitura de Ipirá, o que está em jogo não são inexpressivos 100 mil reais
mensais, mas uma bolada gorda de quase 6 milhões mensais. Não tem nada a ver
com o interesse público ou amor a Ipirá, por mais que sua amnésia não permita
que você visualize essa demanda.
“O pessoal acaba esquecendo”, essa é a esperança da cúpula da
politicagem. É bem provável que o
indiciado, munido de um punhado de ordens judiciais, se eleja prefeito
novamente, afinal de contas, você sofre de amnésia. Ao final das contas, as
pessoas acabam esquecendo e nada melhor do que o esquecimento para que a
encenação da politicagem atinja o seu apogeu na intensidade máxima do seu
sentimento e emoção, leitor e eleitor, que nada tem a ser afetado pelo fato de
Ipirá ter 83,2% de sua gente em estado de pobreza e abaixo da linha de pobreza.
A amnésia não deixar ver essa chaga.
Se existe um inocente útil e ingênuo por natureza é o portador de
amnésia. Seis milhas mensal é um oásis em meio à pobreza. No capitalismo, as
pessoas querem ser ricas, bilionárias, trilionárias, é a essência do sistema.
Para ficar rico em um lugar de pobreza o caminho mais pavimentado é a
prefeitura. As oligarquias locais colocam-se como as únicas com pleno poder,
capacidade e condições de governar o município de Ipirá. Os sofredores de
amnésia comem esse H.
As oligarquias locais apresentam-se divididas em duas chapas: a “chapa
branca” (oficial) e a “chapa da família real”. Embora, ambas, sem gozar de
confiança e credibilidade, devido a uma prática espúria e um passado tenebroso,
acham-se investidas de uma missão especial “salvar Ipirá”. Mas é jogo de poder,
que envolve cobra criada e lacaios de toda ordem.
A Oligarquia controla o grosso do dinheiro público e tenta driblar
a Lei de Responsabilidade Fiscal. Meia-dúzia de cupinchas apresentam-se como
empreiteiros nas licitações públicas (construções, transporte, lixo, merenda,
etc.), para darem uma bocada no bolo; outra meia-dúzia, como comerciantes atrás
do cliente prefeitura, para darem a sua mordida. Uma parcela mínima do grupo vende
a alma em busca de uma pequena oportunidade junto ao poder (emprego
assalariado, aluguel de um carro, de uma casa, etc). 83,2% do povo de Ipirá
continua vivendo na pobreza e abaixo da linha de pobreza, necessitando de
assistencialismo de toda ordem. Essa é a espinha dorsal do esquema político
numa localidade pobre.
Para chegar ao poder a oligarquia tem que ludibriar o povo. O
vereador e o cabo eleitoral são os elementos mais importantes no esquema. São
os controladores dos votos dessa população que vive na pobreza e tem que ficar
na pobreza para serem objetos de manipulação eleitoral. Os vereadores são os
vaqueiros do rebanho da oligarquia. Não é à-toa que os oligarcas dizem que
possuem um patrimônio de treze mil votos. O vereador quer o seu quinhão no
sistema e nada mais. Estão no seu limite como bons serviçais das oligarquias.
É um jogo de interesse. Os interesses das oligarquias e sua turma
contra os interesses públicos da população. A parcela de pessoas conscientes e
independentes em Ipirá toma corpo, resiste e atua contra esse esquema
oligárquico. É uma pena que o petismo local tenha embarcado nesse jogo de
“farinha pouca, meu pirão primeiro”, esquecendo inclusive o bravo tempo em que
seu vereador “Buscando a Cidadania” numa atuação exemplar, de vigilância e
defesa do bem público, combatia as mazelas de prefeitos do tipo LC e AC, dignos
representantes das nefastas oligarquias locais, inclusive, dando origem aos processos
que os tornaram fichas sujas. Querer negar isso, só se a população tivesse esquecimento
congênito. Dizer que não foi assim, só tendo muita cara-de-pau para achar que a
população de Ipirá sofre de amnésia.
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