quinta-feira, 26 de julho de 2012

HOJE É DIA DE SANTO.


     Sem dúvida, o momento mais aguardado, nestas eleições, será o discurso do vice, cuja ação e trabalho político eram expostos no informativo “Buscando a Cidadania”. O que ele vai dizer? Como será seu blá, blá, blá?

      Parece-me que, pela primeira vez, pelo menos que me lembre, um candidato não poderá falar a verdade em comícios. Esse é o drama de “Buscando a Cidadania”. Se falar a verdade a casa cai. Que situação!

      Vou tentar construir um discurso para o vice “Buscando a Cidadania”, embora compreenda que não é tarefa fácil, mas espero que seja facilitada pela boa compreensão do eleitor-leitor desse blog. Ele poderia começar dizendo assim: “Meus companheiros! Meu parceiro de chapa é o maior líder político de Ipirá”. E aí? Não estaria dizendo a verdade? Onde está a mentira nisso? Se o parceiro não tivesse voto para carregá-lo, você acha que “Buscando a Cidadania” estaria neste barco? Eu tenho isso como uma verdade, embora eu carregue minhas dúvidas, quanto a um fato que me parece concreto e irrefutável: “Buscando a cidadania” aceita o parceiro como líder dos outros, mas não do vice. No planeta dos macacos...

      Tem uma passagem no discurso que “Buscando a Cidadania” não pode nem de longe lembrar: é o trato da gestão pública de seu parceiro. Venhamos e convenhamos; aí o vice não vai poder falar a verdade, vai ter que contar uma mentirinha do tamanho do Monte Alto: “ele foi um grande administrador quando governou o município”. Até ele vai bater na madeira. O dedão do pé vai balançar que nem pára-brisa de Hilux. Vai ser tudo da boca prá fora. “Fica na tua, corujão que a mata tá cheia de gavião.”

      Mas é duro para um candidato não falar a verdade, aí ele vai ter que dar um jeito, porque, já que ele não pode falar a verdade, vai ter que falar verdade e meia ou meia verdade e pode dizer que: “Companheiros! Meu parceiro de chapa é um bom gestor público.” Embananou tudo. Foi ele quem botou arrombando na capacidade administrativa de seu parceiro. Como é que agora ele vai dizer que ele é bom gestor? Não dá certo! Isso tá cheirando a “lamaceiro em tempo de seca, atola até mosquito”

      Mas tudo na vida tem solução. “Buscando a Cidadania” não pode ficar neste aperto, aí ele poderá trilhar por um caminho menos embaraçado e dizer que: “Companheiros! Meu parceiro será o maior gestor que Ipirá terá em toda a sua história”. Veja que saída brilhante, seu parceiro ficará super feliz e a dor de cabeça passará e os dois ficarão felizes, com cada qual em seu patamar. No planeta dos macacos...

      Mesmo assim, tem um porém; para dizer que ele será o melhor, o bom para Ipirá, cheira mais a Madame Beatriz, que era mais respeitada pela sociedade soteropolitana graças à sua alardeada intimidade prevendo o futuro do que com uma coisa da realidade. Aí é coisa para cartomante, mas vamos supor que “Buscando a Cidadania” não tenha intenção e vocação para prever o futuro, assim não sendo, ele estaria apenas avalizando uma possibilidade de futuro. Será que a população vai aceitá-lo como avalista? Um avalista tem que ser bom? É verdade que quem mais conhece a capacidade administrativa do parceiro é ele. Isso é verdade, agora, será que ele é um bom avalista? Será que ele é um avalista de verdade, de palavra firme, e confiável de ponta a ponta? Esse é um problema. É muita coragem e risco ser avalista numa situação dessa, poderá queimar a mão e a língua. Eu já vi avalista que honra a palavra ficar igual a pinto depenado no inverno, porque o garantido não era pedra noventa como a pessoa que se responsabilizou diretamente tinha afirmado. Buscando a Cidadania está vivendo um pesadelo, embora ele prevê que ...

      Vamos deixar para lá essa parte do discurso, nem vamos tocar nesse assunto. Vamos para o que realmente interessa; a queda do parceiro de chapa. Ele botou uma saia justa no parceiro e ficou doido para ver a queda do dito cujo, que não caiu, mas que ficou embaraçado ficou. A União ficou no calo dele. E a Justiça? Eu nem comento. Tudo por causa da atuação do vice. Mas, isso são águas passadas. Agora, neste instante, a primeira pessoa que não quer ver a queda do parceiro é justamente “Buscando a Cidadania”, pois está sendo carregado por ele; se este cair, quem vai se esborrachar é “Buscando a Cidadania”.

      “Cruz credo, lá ele! Que ele caia sozinho e principalmente depois das eleições. Quem quer se estrepar é o cão, não eu! Um escorrego numa casca de banana não faz mal a ninguém.” Poderá pensar assim o santo que é carregado no andor. Ano que vem, o santo não estará obrigado a pensar do mesmo jeito, então, poderá pensar de uma maneira um pouco diferente: “que sujeito desastrado, vai enterrar o município, ainda bem que eu não dei minha palavra garantindo por ele. Que ele caia logo e o vice assuma em seu lugar, senão o povo estará lascado.” São crises existenciais no planeta dos macacos. Nada disso importa; agora, que o discurso do vice é aguardado, lá isso é.




Nenhum comentário: