Por
incrível que pareça, no exato momento alguém tirou-me a atenção e não saboreei
as palavras, mas outro alguém mais diligente disse-me que um aloprado prometeu
um aeroporto para estas bandas. Esta atingiu as alturas. Essa ninguém vai
conseguir suplantar. Essa não perde nem para Pantaleão: “tô mentindo Terta?”
Tentando
chegar perto, teve um falador que contou uma legal, dizendo que no tempo dele a
prefeitura fez rede elétrica na zona rural, essa aí, se buzinar, dessa rede só
sai gato na energia e foi tanta energia que clareou a mente para vislumbrar 16
aguadas e açudes de grande porte, tão grande que estão todas secas ou cheias de
lama e o atual prefeito faz questão de transformá-las em lagoas, a sua imortal
obra na zona rural.
O
falador continua dizendo que inovou na administração local, arando terras e
fornecendo sementes. Diz isso de boca cheia. As chuvas nestas bandas do
semi-árido ficaram raras e a produção rural declina de forma acentuada para a
pecuária, imagine para a agricultura! Pegar o dinheiro público para arar terras
de fazendeiros coligados e eleitores amigos, doar sementes em pleno semi-árido
e depois sem chuva não ter um grão de produção é o mesmo que aplicar dinheiro
para obter o nada. Isso é coisa para pensar e repensar, porque de inovação não
tem nada, é muito mais enrolação e embromação do que qualquer coisa. É o mesmo
que embrulhar coisa alguma para se chegar à enganação do povo.
Tem
um falador que está cheio de boas intenções até a boca, pense num sujeito bom!
Ele está impregnado de assistencialismo social, com a plena bondade do coração,
sem querer nada em troca, só voto. Vem da família real, que majestosamente fica
vendo o povo faminto passando fome e ávido por seu sopão e um pão, depois se
sorrir, leva sua cesta básica e vai morar em sua casa rebocada através de um
grande projeto feito com base na receita local. Um falador desse, tão bonzinho
para prestar assistência à população, com seis milhões em suas mãos e ouvindo
“Jesus Cristo” de Roberto Carlos e com tanta bondade no coração, vai ser o
primeiro a alcançar e entrar no paraíso. Que vivam para sempre os pobres desta
terra, porque deles necessitam um homem de bom coração, cheio de boas intenções
e doidinho para chegar ao céu; primeiro do que todo mundo.
Esse
era um bom falador, quando alfinetava, quando metia a faca e o punhal. Hoje,
virou santo e está perdidinho, perdidinho, parece que está nas nuvens, ou pensa
que está nas nuvens. Ele pensa num arrojado projeto que tenha grande
repercussão. Aí eu penso, “agora essa terra vai!” Diz ele que: “o administrador
tem que sair da rotina, que tem a obrigação de projetar além dos limites do
orçamento, além do seu tempo.” Com
o colega que está junto dele, isso é um perigo, isso vai parar acima das
nuvens.
O
seu arrojado projeto inclui uma “bandeira de luta de verdade”, parece até que o
dito cujo faz campanha para deputado, porque ele quer pegar uma bacia
hidrográfica (do Paraguaçu, que engloba o Jacuípe), que atinge 7 milhões de
pessoas, e colocá-la na área administrativa da Codevasf. Parece que é bem isso.
Não
sendo bem isso, fica parecendo que é pegar este município, onde a gente quebra
a cara e entorta o nariz, e colocá-lo na área de investimento da Codevasf, e
está resolvido o problema, nossa terra entra no paraíso. Não sei bem se é a
vinda da Codevasf ou se é a ida dessa terra para lá, mas, assim acontecendo,
teríamos um desdobramento espetacular, pois teríamos dinheiro de sobra (muito
cuidado com seu parceiro, você o conhece demais) e teríamos até
sustentabilidade ambiental. Eu entendo tudo isso, como a chegada do manjar do
céu, teríamos muita produção, fartura e desenvolvimento. Taí uma coisa que a
gente desse lugarejo quer por demais que aconteça. Taí uma bandeira que até
formiga jiquitaia vai empunhar.
Mas,
tem uma coisa que fica remoendo em minha cabeça e hoje eu desconfio muito de
alguns faladores que gostam de dizer que é assim, sem ser assim, basta ver como
eles mudam rapidinho de opinião, mas não custa nada indagar: a sede dessa nova
superintendência da Codevasf vai ficar aqui ou em Pintadas? Posso até antever a
resposta: se aqui continuar seguindo o caminho certo vai ser aqui, caso
contrário, a gente nem vai para a Codevasf, nem a Codevasf vem para a gente.
Entendi! Estamos nas nuvens! Então nesse caso, o aeroporto destas bandas vai
servir para os grandões daqui irem até lá e os grandões de lá virem até aqui.
Essa é uma terra que está em boas ...
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