segunda-feira, 17 de setembro de 2012

CAIU A FICHA.


Uma coisa é isso: “atitude ética de um vereador que no mandato fez o que era correto nas atribuições do cargo”. Muito pelo contrário do que foi escrito, vou ao encontro da “atitude correta de alguém em defesa da causa pública.” Realmente, “seria vergonhoso se o vereador não fizesse, assim como muitos que passaram por aquela casa e não fizeram.” Eu concordo plenamente “Se existem dois processos contra prefeitos em Ipirá, eles foram resultados do trabalho sério e suprapartidário deste vereador. Isso não pode perder o mérito, mesmo que a conjuntura política tenha mudado.” E quem disse que não foi e que não é? Merece tanto mérito que um candidato ficha suja teve sua candidatura impugnada devido a atuação do vereador no passado e aí fica confrontado o sentido do mérito da defesa da causa pública na época com o sentido da legalidade tardia, mas aconteceu.

“A conjuntura política muda”, se a impugnação acontecesse naquele tempo seria a apoteose de um mandato, mas hoje, nessa nova conjuntura, significa uma angústia, um motivo de arrependimento (isso não podia ter acontecido!). O passado atrapalha o presente, deixou de ser motivo de orgulho.

“A conjuntura política muda” e muitas vezes, fazer “a defesa dos interesses públicos, que é um valor intrínseco da política séria e (que está acima do valor de qualquer partido, grupo ou representação política)” fica difícil e impossível fazê-la sozinho, aí nada melhor do que se unir ao que não tinha política séria por não defender os interesses públicos na conjuntura anterior. Qual é a atitude que vale: a da conjuntura anterior ou a da nova conjuntura? Uma contradiz com a outra, ou o que o vereador fez foi citado em um contexto deturpado? Cuidado! Pois existe interesse em deturpá-lo e sonegá-lo, também, se é o caso, pelo vereador.

A conjuntura muda. “O vereador citado foi a contramão de tudo isso (legitimar o executivo), uma voz solitária, mas ética e uma expressão de minoria que não se entregou ao sistema.” Isso cabe perfeitamente na conjuntura anterior, mas na conjuntura atual ele aliou-se aos que combatia na conjuntura anterior. O que foi feito foi um ato de política séria? O que é feito, também, é um ato de política séria? É tudo política séria e um princípio inegociável?

É um impropério falar em “terrorismo político” para uma afirmativa que sintetiza comportamento político. “Terrorismo político” seria se eu inventasse e dissesse, por exemplo, que o vice para convencer a cabeça de chapa propôs que ela não se preocupasse com a administração e que cuidasse de sua medicina, pois tinha feito uma equipe e cuidaria da administração, ela só faria assinar. Isso sim, seria terrorismo político, pois não é verídico, é invencionisse, mas dizer que o vice derrubou o candidato a prefeito é perfeitamente verificável por uma síntese.

Abrir mão de que? Da própria decência de fazer política? Para priorizar interesses partidários? Onde está a falta de decência? A crítica quando não é leviana não dissipa a decência, que algumas mentes fazem questão de expor. Falta de decência seria, se eu inventasse que ele ofereceu votos como lembrança a algum candidato a vereador de sua coligação que não fosse de seu partido, deixando de priorizar interesses partidários e por não priorizar interesses partidários seria abrir mão da decência. Como isso não aconteceu, uma afirmativa dessa seria abrir mão da decência. Agora, dizer que o vice derrubou o prefeito não é absolutamente falta de decência, é uma veracidade, pois foi contingência de uma representação dele que o fato aconteceu.

O que o vereador fez? Denunciou o candidato quando ele foi prefeito. Verdade ou mentira? Onde está o contexto deturpado? Foi essa representação que motivou a derrubada do candidato pela Justiça. Verdade ou mentira? Onde está a deturpação? Onde está o desdobrar do conceito do que é fazer política? Onde está a invencionisse dos fatos? Onde está o arrancar-lhe o mérito? Foi ele quem denunciou (é melhor representou) o prefeito que usou e abusou do bem público. Esse é um grande mérito do seu mandato. A falta de sensibilidade é devido à síntese dos acontecimentos? Não entendi direito.

É necessário também que a pessoa que escreve seja bastante clara e transparente quando afirma que eu fui “movido por uma questão pessoal” ou “mesmo que não se tenha simpatia por ele”. Se a pessoa não diz o que é realmente a coisa, eu não posso adivinhar o que possa ser e posso até ser levado a fazer um juízo equivocado e achar, sem razão nenhuma para achar, que este sentimento também é compartilhado pela pessoa que escreveu, sem a devida ambivalência. Isso é outra coisa.

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