quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

É DE ROSCA.


Estilo: ficção
Natureza: novelinha
Capítulo: 49 (mês de outubro 2011) – Essa novelinha só tem previsão de término quando o Matadouro Municipal de Ipirá abater o primeiro carneiro. Estamos em fase de correria: de um lado, o prefeito apressando-se para deixar o Matadouro de Ipirá em pé; do outro, o blogueiro tentando fazer capítulo em cima de capítulo para a novela terminar primeiro do que o matadouro. Faltam 28 dias para o atual gestor deixar o poder municipal e a novelinha está no capítulo 49 do mês de outubro de 2011, com simplesmente 14 meses de atraso. Está feito o grande desafio para o blogueiro, escrever em 28 dias, nada mais, nada menos do que 14 capítulos, porque acredito que o prefeito não vá fazer e botar esse matadouro para funcionar em 28 dias.

O prefeito Dió vinha andando tranquilamente, quando menos esperava tropeçou num carneiro e caiu. Ficou azucrinado e gritou:
- QUEM BOTOU ESSA DESGRAÇA NA MINHA FRENTE.

 Suspense: e agora? O que ...

- Êpa, para aí Sujeito do Blog! Que onda é essa? Quem foi que disse que vale uma novelinha com três linhas? Você quer mim arrombar com três linhas? Se você não tem condições de fazer novelinha saia de baixo, acabe logo com isso e desista dessa bobagem que não tem nem mais tamanho – disse o prefeito Dió.

O Sujeito do Blog não perdeu a oportunidade e falou cobrando:
- Cadê o matadouro que sua administração não terminou?

- Alto lá! Não terminou, não! Já estou na pintura, tenho 28 dias para deixar o matadouro todo pintado de branco. Pintura é acabamento, todo mundo sabe disso – considerou o prefeito Dió.

- Acabou, mas não acabou! Só acaba quando matar o primeiro carneiro – argumentou o Sujeito do Blog.

- Quando matar o primeiro bicho não é acabar, é começar. Quem tem que começar é a nova prefeita, meu trabalho é terminar e eu já estou no acabamento e vou acabar essa pintura até o dia 31 e no último dia, no último minuto o povo vai receber esse matadouro, não foi assim que meu Bahêa ficou na série A – disse o prefeito Dió.

- Pintura não significa obra acabada é por isso que a novelinha também não acabou, porque só vai acabar quando começar a matar o primeiro bicho – disse o Sujeito do Blog.

- Eu já disse que você não sabe fazer novelinha, você só sabe baixar a madeira na minha administração, nessa tal novelinha eu só entro pelo cano, não levo uma vantagem em nada. Quem já viu o artista principal só levar fumo? Isso é porque você, seu Sujeito do Blog, não sabe fazer novelinha – falou o prefeito Dió.

- É mesmo, prefeito Dió! Ta certo, então vou fazer como V.Exa. quer. Vou começar o capítulo agora: O prefeito Dió estava na maior tranqüilidade deste mundo, na beira da praia, respirando a brisa do mar, beliscando lagosta de tira-gosto e saboreando uma cervejinha bem gelada, tudo isso em frente ao seu majestoso bangalô, comprado recentemente na Praia do Forte. Era só tranqüilidade. Ipirá? Problema nem pensar, era o esquecimento merecido, enterrado, soterrado e apilado, para não vir à tona e estragar la doce vita. Chuva, nem pensar.

- Aí, sim! É assim que se escreve, eu não sei porque a Globo não descobriu o Sujeito do Blog ainda. Esse Sujeito do Blog ta se perdendo nessa terra. Se você continuar com essa escrita correta e brilhante como deve ser, eu lhe digo que vou entrar em contato com Roberto Marinho e vou ajeitar uma boquinha lá pra você – garantiu o prefeito Dió.

- Lá onde, prefeito Dió? Lá ele é que quer uma boquinha nesse lugar. Não me atrapalhe, permita que eu continue: no requintado bangalô do prefeito Dio vivendo só na maresia e com muito bom gosto, ele colocou uma TV plasma de 100 polegadas importada dos EUA, só para assistir aos jogos do Bahia, nessa imagem cada jogador fica com 2 m de altura, e foi essa televisão que deu sorte ao Tricolor de Aço para não cair, e pensando nisso o elevador do bangalô do prefeito Dió só faz subir – era a continuação do capítulo da novela feito pelo Sujeito do Blog.

- Que espetáculo! Isso sim que é novelinha! O artista ou seja, o galã da novelinha, não por acaso eu, distribuindo simpatia, popularidade e hospitalidade. Vê se dá para colocar o homem do gol do Bahêa nesse capítulo? – indagou o prefeito Dió. 

- Boa idéia, prefeito Dió. Vai acontecer isso. Preste atenção, deixe eu fazer o capítulo e não atrapalhe: Rafael, o Gladiador, foi convidado pelo prefeito Dió para um almoço série A em seu bangalô para festejar e comemorar a permanência do Bahia na série A. O jogador aceitou e chegou para o banquete no bangalô do maior torcedor do tricolor baiano no Estado – assim ia discorrendo o capítulo da novelinha.

- Eu tenho outra boa idéia! Hoje eu estou inspirado, foi essa vitória espetacular do Bahêa. Bota eu conversando ai com o goleador Rafael – orientou o prefeito Dió.

- Então lá vai. O prefeito Dió mostrava a televisão plasma de 100 polegadas ao Gladiador e argumentava: “Foi o primeiro jogo que essa televisão transmitiu, quando você entrou no jogo essa minha televisão falou “esse Rafael vai fazer o gol” e não é que você fez o gol. Êta televisãozinha virada do cão, não erra nunca. Ô Rafael! Me diga com toda tranqüilidade o que foi que lhe deu sorte para você fazer aquele gol?” o prefeito Dió fez a pergunta e esperava que o artilheiro não esquecesse de dizer que seu verdadeiro talismã era sua televisão – narrava o Sujeito do Blog, que passou a palavra ao artilheiro.

- Observe bem, prefeito Dió! Todo mundo sabe que eu não tenho um pique acelerado no meu estado normal, mas lá em Goiânia, no restaurante, serviram um tutano e uma carne de costela de carneiro e eu, que não ia jogar de titular, cair prá cima de comi quatro pratos de carneiro e seu delicioso tutano, não deu outra, ganhei sustança, vigor e força pra partir no pique, tirar do goleiro e mandar para as redes – narrou o artilheiro.

O prefeito Dió perdeu a cabeça, deu um murro na mesa e soltou a língua:
- Ta nulo o gol. Jogador dopado não pode fazer gol. O jogo foi zero a zero. Eu já disse e continuo a dizer: nesse matadouro de Ipirá não vai ter matança de carneiro, e você, seu Sujeito do Blog, vá fazer novelinha na casa da desgraça e não no meu bangalô.

Suspense: e agora ? o que será que vai acontecer ? A correria é grande. De um lado o prefeito Dió está faltando 28 dias para deixar o mandato. O sujeito do blog está com a novelinha atrasada 14 meses. Mandato vai terminar daqui a 28 dias. A novelinha para empatar tem que correr, ou seja 14 capítulos em 28 dias. Quem vai terminar primeiro? Quem vai levar a melhor: o prefeito Dió ou sujeito do blog?  Agora é o de rosca contra a certeza absoluta é que a novelinha não acaba nunca e Ipirá vai se lascar. Duas coisas de rosca, essa novelinha e o Matadouro de Ipirá.

Leia o capitulo 48 (setembro 2011) bem abaixo.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência.

 

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