Sexta-feira, véspera das eleições, uma rodada decisiva de
200 mil reais para a macacada: o prefeito berrou que não tinha dinheiro. Com várias
lideranças sem cadastro atualizado e disponível no banco não havia meios de
tomar empréstimo. Recorreram a quatro amigos do grupo e solucionaram o
problema: cem de um e cinqüenta de outros dois. O prefeito sabe que grana é
fator de triunfo nas eleições mercantilistas de Ipirá. Sabe, mas negou ao apelo
do macaco. O prefeito viu a banda passar e não acompanhou. Os macacos cismaram.
O prefeito não gastou e ficou mal com a macacada.
Não foi só isso. Diomário era tido como um grande
estrategista e pensador político. Neste último pleito eleitoral, ele conseguiu
a façanha de ser o maior transformista que já houve em Ipirá; deixou de ser
estrategista e passou a ser o maior atrapalhado que já houve em uma eleição em
Ipirá. Manteve uma candidatura improvável, impossibilitada, em completo
impedimento ou melhor, na banheira, utilizo termo de futebol e ele argumentou
com um provável parecer de um Ministro do Supremo. Uma lambança de primeira
ordem imprimida por um fantástico fanfarrão.
Faltando poucos dias para as eleições, a macacada foi
obrigada a trocar de candidatura e foi uma correria desembestada para trocar o
11 pelo 22. Tudo isso por culpa de quem? Do prefeito Diomário que queria ser o
centro de referência e das decisões. Foi um embananador de mão-cheia. Um
vendedor de ilusões para o eleitor; um iludido para o grupo da macacada.
Candidato de oligarquia é fruto da árvore genealógica: não sendo o marido é a
esposa, não sendo esta, é o sobrinho. O prefeito acha que foi ele quem lançou a
candidata. Gosta de se enganar. A candidata eleita que não se deixa enganar,
sabe que ele não tem cacife para tal. A resposta já está deixando de ficar
entalada na garganta.
O resultado das eleições (49 de frente) deixou o prefeito
Diomário mal na fita da macacada. Na campanha, esteve mais para quinta-coluna
do que para protagonista ou condutor da campanha. Sua atuação como padrinho da
candidata foi um verdadeiro fiasco e ele está pagando pelo que plantou. A sua
gratidão mostrou-se tão precária e fraca que foi de uma pobreza singular, ou
bem melhor, um sussurro da boca prá fora. Não perdeu uma eleição ganha por um
triz.
O prefeito Diomário não indicou uma secretaria para a nova
administração de Ipirá. Está chateado e achando-se injustiçado. Tadinho dele, dá
uma peninha! Tomando dois wisky não esconde o que acha que deve ser: “ em time
que está ganhando não se mexe; não era para a prefeita trazer esse pessoal de
fora!” Não passa de um palpite surdo. As duas cartas que ele faz questão de
defender e amparar não gozam da simpatia da macacada. São cartas fora do
baralho da macacada. A caneta do prefeito Diomário já secou. Além do mais, o
prefeito Diomário é um bocudo de primeira grandeza, não via a quem, nem com
quem para deixar de comentar: “essa macacada é incompetente.” Seguindo o seu
conselho neste palavreado a prefeita trouxe pessoas de fora.
Diomário não vai dar mais as cartas. Seu tempo findou.
Perdeu a Assistência Social para o deputado Jurandy, que vai voltar a ser
deputado de fato e poderá voltar a ser candidato a deputado (Diomário impediu a
de prefeito). Entre Diomário e Jurandy, a macacada fica com o segundo. Adios
Diomário. Fez mil e uma ingrisia, alinhavou até pelo avesso e não deu em muita
substância; fora da macacada não é lá essa coisa toda; é um belo representante
do nada; uma liderança concebível de coisa alguma; não era o cacique que muitas
vezes sonhou que era. Prefeita, não esqueça Diomário! Mantenha o pagamento dos
funcionários em dias e não pinte o meio-fio da cidade porque o administrador
Diomário gastou milhões de reais nesta irrelevante obra; faça justamente o que
ele deixou de fazer, pague o transporte escolar para os alunos da rede
estadual, é só o mês de janeiro e fevereiro, dessa forma a Digníssima prefeita
ficará bem na foto. Quanto a Diomário! Eu só queria saber uma coisa: quanto o
prefeito Diomário gastou na campanha da prefeita? Tai uma coisa que eu gostaria
de saber.
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