domingo, 27 de janeiro de 2013

ARMANDO O BOTE.



Ipirá vive um momento de dificuldade. Salientando-se: de dificuldade política. Até mesmo pela falta da verdade. A população não sabe o que está acontecendo no âmago dos fatos. Qual é a verdade? Não se sabe. Camuflam-se as coisas. Joga-se com ilações. A população de Ipirá quer, somente só, trabalho da gestora ou do gestor. A situação de dúvida quanto à responsabilidade administrativa, ou seja, um estado de  ingovernabilidade não pode perdurar em nosso município.

Um afastamento por problema de saúde! Tudo bem, a população aguarda o pronto restabelecimento da prefeita! Os acontecimentos são significativos, principalmente as entrevistas na rádio AM (estão no Ipirá Negócios). Para você extrair alguma coisa tem que espremer bastante. E ir o bastante longe também. Lembrei-me do Rio de Janeiro, do tempo em que Garotinho e Rosinha governaram o Estado. Quem dava as entrevistas pela governadora era Garotinho. Foi um período de verdadeira calamidade administrativa. Do Rio de Janeiro para a última campanha em Ipirá, a prefeita Ana Verena fez uma campanha usando o rosa, um rosinha claro. Para surpresa geral a prefeita solicitou licença da prefeitura, sem vencimento para não ter dor na consciência e com direito a exercer suas atividades profissionais fora da prefeitura sem dor de consciência. O rosinha da campanha vai ficando esmaecido. Quem deu a entrevista foi o garotinho Antônio Colonnezi.

A entrevista do garotinho Antônio contribuiu pouco, muito pouco, naquilo que a população quer saber; se tivesse ficado calado teria sido mais convincente. Quis elucidar a questão pelo lado mais preciso: “a prefeita está com problema cardiológico”; quis convencer pelo lado mais precioso: “a prefeitura não está tendo prejuízo, ela não está recebendo proventos”. Não sei se estou certo, mas é como se quisesse dizer mais ou menos assim: se ela não está recebendo ela faz o que bem entender, eu prefiro ficar com a legitimidade do afastamento por ordem de saúde.

Na entrevista o garotinho Antônio salienta que não houve pressão nenhuma, isso é boato. Boato e boataria. Isso revigora a hipótese mais coerente: o problema de saúde. Fico triste por não poder colocar os acontecimentos com dois empresários locais, não tenho autorização para tal, que não deixam de ser uma pressão para o coração que se sente pressionado. Na entrevista ele dá a alfinetada: “quem está em crise são os adversários jacus que já perderam três seguidas”. Então, não existe crise de governabilidade em Ipirá? Qual é a razão dessa entrevista? Eu não sei onde se assenta a verdade nesta entrevista, agora eu tenho a convicção de que Ipirá é melhor e tem uma grandeza bem maior do que esta picuinha mesquinha e medíocre de macaco fustigando jacu, ou vice-versa.

A entrevista do prefeito Ademildo tem mais segurança no que diz, no que quer e no que não pode dizer. Foi claro, na medida em que sendo um “governo tampão” por 30 dias, que representava ali, naquele instante, um governo da macacada e não do PT e do administrador Ademildo. Quem esperava outra coisa não estava querendo ouvir a verdade de cada momento.

Quem estava demonstrando grande ansiedade gerada por alguma expectativa foi o entrevistador Carlos Barral com os dois entrevistados. Queria saber por cima de pau e pedra se esse governo temporário seria um governo da macacada, se a administração teria a marca dos macacos em todos os momentos de sua substituição, se não perderia a griffe macaca no decorrer dos dias. Ouviu as respostas, suspirou aliviado, mas a dúvida é atroz e fica azucrinando o juízo. Eu fico até com a intenção de ajudar no esclarecimento e arrisco: enquanto for um governo de substituição por afastamento, temporário, provisório, naturalmente, será uma administração dos macacos, mas no momento em que virá uma gestão efetiva, eu não acredito que o prefeito se torne um títere, um marionete, um testa-de-ferro da macacada.

Quem não dá entrevista nem a pau é o ex-prefeito Diomário, perdeu a língua. Eu tenho a impressão que o ex-prefeito está ficando surdo. Porque, não é possível, se ele estivesse processando quem está botando o nome dele na lama ia ser necessário mais de dez comarcas, porque só a de Ipirá não ia dá conta.  O que o grupo do deputado Jurandy Oliveira vem fazendo com o ex-prefeito é coisa de dá pena, para uns, eu acho pouco. Trouxeram à tona um dos maiores escândalos já visto nesta terra: o ESCÂNDALO DA SECRETÁRIA DE SERVIÇO SOCIAL. Até no sorteio das casas populares, feito às pressas, poderia muito bem esperar a nova gestora, houve fraude, para lacrar as caixas com os nomes foi o maior trabalho e na hora de retirar os nomes das pessoas sorteadas, a mão que foi para a caixa, descaradamente, levou um nome preso no dedo. Essa gente corrompe até o vento. Ainda bem que a macacada tomou juízo e está jogando esta sujeira na rua. Botem esse troço prá fora.

Terminando, lembro-me de Jânio Quadros, numa sexta-feira, após terminar o expediente do Congresso, ele entregou uma carta-renúncia ao mesmo, no corre-corre marcaram uma sessão extraordinária para a madrugada e aceitaram a carta. Jânio sonhou e ficou esperando a reação do povo. Perdeu a presidência, uma espécie de morte súbita. Prefeita Ana! Descanse bem, fique tranqüila, se livre dessa doença perigosa e contagiosa que é o grupismo jacu e macaco, depois disso, retorne e com sua capacidade e inteligência faça um governo para o bem da população de Ipirá. Uma administração que tenha como norte a transparência, a participação e o interesse popular. Ao garotinho? Dê um bombom para ele ficar se distraindo.

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