sábado, 16 de agosto de 2014

EL NINJA!


Eleições à vista. Faltam sete semanas. Em Ipirá, a figura que está bem na fita não é nem candidato, chama-se: Diomário Gomes de Sá. Tem fama de estrategista ‘dos bons’, que o seja, impossível é negar-lhe a condição de sujeito sortudo, embora, a sorte sozinha não represente a cereja do bolo pronto. É preciso ter competência e eficiência. Isso, lá ele tem.

Começou sua participação na politicagem de Ipirá como serviçal da jacuzada e manteve uma submissão com muita fidelidade, até o dia em que teve preterida sua candidatura à prefeito pelo grupo dos jacus, que é uma oligarquia fechada e exclusivista no quesito candidatura familiar. Diomário não era da família como, talvez, sonhava.

Pulou para o grupo macaco e foi contemplado com a candidatura. Conseguiu tirar muita gente da jacuzada e impôs uma derrota de doze anos (até agora) aos jacus. Na macacada, Diomário soube atuar com maestria: aquietando alguns tantos; neutralizando outros tantos e diluindo a liderança de Antônio Colonnezi. Foi uma jogada de mestre.

Na última eleição, Diomário, que era o prefeito, insistiu e manteve a candidatura de Antônio, quando encontrava-se definitivamente improvável e com uma manobra forçada trocou-a pela candidata Ana Verena que venceu às eleições, mas redundou num autêntico suicídio político para a liderança de Antônio, devido a uma renúncia temerária e muito mal explicada. A macacada foi enrolada e redundou no desgaste  da liderança de Antônio. Por tabela, Diomário tornou-se o grande beneficiado com a decaída do líder. Hoje, Diomário desbanca Antônio para uma futura candidatura do grupo.

Assume a prefeitura o vice Ademildo, cheio de vontade, querendo mostrar serviço e dizendo que está gostando de ser prefeito. Aí o bicho pegou! Má notícia  e nada disso é conveniente para Diomário. Mais uma pedra para ser retirada do caminho. Como afastá-lo da jogada? Para Diomário não é problema.

O prefeito Ademildo, com seu estilo brucutu, não tem conseguido destravar o município de Ipirá, mesmo contando com o alinhamento partidário em outras esferas. Tem feito um rosário de promessas, mas não tem conseguido novos investimentos para o município e tem pautado sua administração no âmbito das conclusões e inaugurações encaminhadas, ainda, na gestão Diomário, que não perde usufruto desses acontecimentos para uma necessidade e comparação posterior.

A administração Diomário deixou para o gestor Ademildo uma tarefa ingrata e com alto poder de estraçalhar a imagem de qualquer personalidade política: o ajuste da Folha de Pessoal da Prefeitura. Não deu outra. O prefeito passou a ser visto como uma pessoa ruim, perversa e perseguidora. A pretensão de uma boa imagem para o novo prefeito sucumbiu neste momento e veio à tona uma personificação altamente negativa, depreciada e atravancada com uma antipatia de grande proporção gestada no meio da macacada. O prefeito ficou queimado e carimbado como ranzinza e sem coração. Marcado a ferro em brasa, Diomário saiu ileso.

Está na hora de medir o prestígio junto ao governo do Estado e da cúpula petista na Bahia. Prestígio que se mede com voto. Diomário é depositário fiel de números eleitorais expressivos: vitória de JW por 19 mil a seis; Afonso Florence 10 mil, Jurandy 8 mil. São marcas impossíveis de serem alcançadas pelo atual prefeito: se RC perder aqui, em Ipirá; se AF não alcançar 5 mil (vários vereadores e um grande líder estão com Fernando Torres); se Jurandy cair para 6 mil, a culpabilidade recairá sobre a poupança ($) de Ademildo. Diomário sairá ileso e bem lembrado.

O atual prefeito de Ipirá, Ademildo Almeida, que em sua propaganda é o visionário do futuro e o exemplo de administrador para o presente; o que governa em parceria com o povo; o que mais fez com recursos próprios nesta terra; se esta magnitude e magnificência não tiver direito à reeleição, como a lei permite, ficará evidente e clara a negação da sua gestão, que será vista como um borrão que manchou e não serve nem para a própria macacada. Diomário já projetou que está disposto a fazer mais um sacrifício pelo grupo macaco.

O prefeito Ademildo tem um cargo, mas falta-lhe voto, que no sistema da macacada é controlado pelo grande líder, apesar de ferido de morte eleitoral, vereadores e cabos eleitorais. Falta-lhe autoridade para manter a unidade do grupo macaco, coisa que Diomário tem de sobra. Falta-lhe poder de decisão, no frigir dos ovos, aceitará qualquer coisa para não ver Marcelo Brandão chegar à prefeitura e esmiuçar suas contas. Mas, é assim mesmo, quando os acontecimentos não se apresentam como tragédia, ocorrem como farsa. Faltam sete semanas para os novos acontecimentos.

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