quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O DIA EM QUE O DEMO PASSEOU EM IPIRÁ.


Feira de Ipirá, toda quarta; meio de vida, sobrevida, bem mais sobrevivência. Sol a pino; ruas aguardando saneamento e sonhando com asfaltamento. O Demo sobe a Avenida.

Faltando cabelo para pentear, botou a domingueira e perfume para disfarçar; Rolex reluzente ao sol; sapato Rafarillo espelhado pelo brilho; camisa italiana indobrável. Lá vem o Demo subindo a Avenida.

Garboso e sorridente! Sorrateiramente a mão do malandro acenava prá lá e prá cá espalhando o vento. Acena prá lá! Vai prá lá fedegoso da silibrina. Acenava prá cá! Te desconjuro, oh, ‘maledito finório!’ Tu não me enganas espertalhão da UDN, da ARENA, do PDS, do PFL, do Demo da maldição. O Demo percorrendo a Avenida.

O folgado cambaleia, o gingado não tem samba no pé, vai como um trem no trilho em tempo de chuva, ensaboado. Bem ensaboado e ceboso! Escorregadio como traíra que não se deixa agarrar. O sujeito tem rebolado na língua. Língua de cobra criada. O Demo deixa a Avenida, adentra pelo calçadão.

O trapizuma mostra-se solícito. Um flash atrás do outro. A máquina Yashica profissional que objetiva a foto que se quer, serve mais do que a que se tira, enquadra, preenche, triplica e multiplica; uma trempe vira uma multidão. O Demo sapateia serelepe no calçadão.

O espertalhão solta a sua lábia cheia de sutileza: “Eu não esqueço essa Ipirá, que não me sai do coração e do pensamento”. Quem não era passou a ser filho de Ipirá. Ipirá nunca teve tanto “filho ilustre” junto. Tu já viu que engana tolo desarranjado? Chega prá lá jacaré, que rabo de lagartixa não cabe em lata de sardinha. O Demo estribuchando no galpão do Caboronga cheio, com trezentas pessoas.

O matreiro soltando a isca, palavras que voam sem asas em busca de ouvidos abertos, viajam suavemente pelo ambiente: “É verdade! É verdade!” Engoliu a isca um desavisado, meio desatinado e sempre desantenado. O Demo passou por Ipirá. São tempos em que o encantamento está galopando em ritmo de preguiça. O povo não tem porque acreditar.

Prefeito Ademildo, não perca seu sono! O Demo subindo pela Avenida, em Ipirá, foi uma trempinha de gente. Se V. Exa. está com uma pulga atrás da orelha por causa das pesquisas, aí é outra conversa; porque eu fico imaginando: V.Exa., prefeito de Ipirá, dormindo dois anos com o Demo, governando a Bahia! V. Exa. deu um recado certo: “macaco que tem vergonha na cara não vota em Paulo Souto”.

O macaco que votar contra o seu candidato está na contramão do seu governo, não é da história, eu considero isso, querer botar V. Exa. no colo do Demo; vê lá se V.Exa. vai agüentar uma espetada dessa! Perseguição à vista. Se o macaco pequeno vai ser perseguido, penso que vai, quero ver o que V. Exa. vai fazer com macaco graúdo! Espero que não seja um discurso elogioso. Espero.

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